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No domingo, dia 07.12.2008, os Confrades Paulo Guerra, Jeriel, Glauber, Júlio, Marcos, Sérgio, Miguel e respectivas esposas reuniram-se para uma degustação vertical do vinho chileno produzido pela Concha y Toro denominado Don Melchor das safras 1995 (magnum), 1999, 2001, 2002, 2003 e 2004. O local escolhido foi o Restaurante Carlino da Rua Epitácio Pessoa, Capital – SP.

Além desses vinhos, foi levado um Rosso di Montalcino Andréa Constanti 2004 e um Château Pichon-Longueville Comtesse de Lalande Pauillac 1998  –  Gran Cru Classé en 1855. O primeiro estava delicioso, suculento e pronto para ser bebido…já o segundo…quase um adolescente, de nariz complexo e de boca estruturada, ainda precisa de tempo para se apresentar porque ainda não estava no ponto e serviu muito bem como exemplo da apontada primazia da Cabernet Sauvignon sobre as outras castas, porque é de Pauillac que vem os melhores exemplares desta cepa na França e que servem como paradigma para os demais produtores do mundo, inclusive para os chilenos que de forma competente produzem o Don Melchor. O almoço foi encerrado com a degustação dos excelentes Moscatel de Setúbal 1997 – produzido por Bacalhôa Vinhos Finos, do argentino Afincado Petit Manseng Tardio 2003, do Porto Romariz Colheita 1994 e do Porto Almiro Tawny 10 Anos.

Don Melchor

A seguir a descrição e avaliação dos vinhos degustados:

Safra 1995 – Marcos
Rubi violáceo com alguma evolução. Nariz pouco intenso mas muito complexo, com destaque para os aromas  terciários (decorrentes do envelhecimento na própria garrafa – magnum): tabaco, fumo de corda, sous-bois, cogumelo, etc..Boca muito macia (ganhou dos demais neste quesito) e redonda, taninos prontos e sem perspectiva de evolução, fino e aveludado. Termina sem nenhuma adstringência. Já dá sinais de declínio, mas deverá ficar do jeito que está por cerca de três/cinco anos. Avaliação: 91-92/100 pts.

 

Don Melchor

Safra 1999 – Paulo Guerra
Vermelho-rubi violáceo com pequena evolução. Nariz  extraordinário – muito intenso e complexo, com destacadas notas de couro, estábulo, terroso, cassis, etc…dá para escrever o que quiser porque tinha profusão de aromas. Boca plena, vigorosa, taninos musculosos e sem nenhum sinal de cansaço, a melhor acidez de todos, vinho longo, profundo e interminável. Às cegas passa tranquilamente por um bordozão, porque não tinha os aromas típicos dos vinhos do Vale do Maipo. Com justiça o melhor de todos, inesquecível e que deverá se manter assim ou evoluir por 5/10 anos. Para quem já o havia bebido antes, forçoso concluir que agora está começando a entrar no auge…..Avaliação: 93/100 pts.+

Don Melchor

Safra 2001 – Julio
Vermelho-rubi violáceo sem evolução. Nariz tipicamente chileno com compota (goiabada), menta, eucalipto, alcaçuz, cassis e madeira. Fino, elegante, complexo mas com menos intensidade do que se esperava. Boca suculenta, delicada, mais para Saint-Émilion do que Pauillac. Taninos gentis suportados pelo corpo pleno, acidez correta e de final longo com alguma profundidade. Ainda precisa de alguns anos na garrafa eis que para alguns ainda estava fechado no nariz. Avaliação: 91-92/100 pts.+

Don Melchor

Safra 2002 – Jeriel
Vermelho-rubi granada com o halo de evolução mais adiantado do painel. Nariz sem muita intensidade/complexidade com destaque para tostado e muito mentol. Boca quente, taninos de média qualidade e com evolução bastante evidente, alguma rugosidade no palato a denunciar uma certa sobremadurez ou ligeiro desequilíbrio do conjunto. Apesar disso, nada que não possa ser resolvido com um bom churrasco como acompanhamento!!! Deve ficar do jeito que está por mais alguns anos, sem  nenhuma possibilidade de evolução. Já passou de seu auge, mas será que algum dia chegou a atingi-lo?? Avaliação: 88-89/1oo pts.

Don Melchor

Safra 2003 – Júlio/Miguel
Vermelho-rubi violáceo intenso e profundo. Nariz com profusão de frutas vermelhas, cássis, alcaçuz, balsâmico, tudo com muita elegância e sem notas de goiabada, vegetal, herbáceo, etc…aqui os aromas são francamente bordaleses com ênfase nas frutas vermelhas e alguma madeira. Boca monumental, taninos potentes e elegantíssimos, acidez e corpo plenos, longo, elegante, interminável e com uma longa estrada pela frente….está começando a entrar no auge que deverá ser atingido em torno de 2010 (é apenas uma projeção) e deverá aguentar bem na garrafa por mais dez anos….a segunda garrafa aberta durante o almoço estava idêntica a essa!! Avaliação: 92/1oo pts.++

Don Melchor

Safra 2004 –  Glauber
Vermelho-rubi violáceo com uma pontinha de evolução. Nariz fechado, pouco intenso, porém, com alguma complexidade, com destaque para os toques de especiarias, madeira fina e notas vegetais. Boca com taninos presentes de ótima qualidade, a madeira ainda aparece um pouco mas lhe dá movimento e um toque discretamente adocicado, álcool sobrando. Ainda não chegou no auge, tem muito chão pela frente e ainda vai evoluir e mostrar todo seu potencial. Não atingirá a elegância dos 1999, 2001 ou 2003, todavia, é o de melhor safra par produzido desde 2000 (que já foi degustado por esse subscritor dois anos atrás e estava esplêndido). Avaliação: 89/1oo pts.++

O pódio:

5o. lugar – safra 2002 – 88,5/100 – Jeriel
4o. lugar – safra 2004 – 89/100++ – Glauber
3o. lugar – safra 1995  – 91-92/100 – Marcos
3o. lugar – safra 2001 – 91-92/100+ – Julio
2o. lugar – safra 2003 – 92/100++ – Julio/Miguel
1o. lugar – safra 1999 – 93/100+ – Paulo

Esta é a matéria n° 3 deste blog e a primeira de minha autoria.

Don Melchor

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