A segunda vinícola visitada na nossa viagem para o Chile foi a moderna e tradicional Viña Cousiño-Macul, estabelecida em Peñalolén, nas cercanias de Santiago e que contou, desde 1991, com a importante assessoria do enólogo chileno Matías Rivera (enólogo do ano de 2006) até recentemente e que foi responsável pelo lançamento de alguns rótulos bastante conhecidos entre nós (Antiguas Reservas Merlot e o Super Premium Lota).

 

Logo no início da visita, debaixo de trinta graus em pleno meio-dia, o simpático guia Josué começou o tour pela vinícola me servindo um esquisito (exquisito também) vinho de cor acobreada bastante aromático. Com toda naturalidade perguntei-lhe: “é um rosé??” Com firmeza, Josué respondeu-me que “não”. Explicou tratar de um novo vinho, comercializado somente no Chile, denominado Gris (cinza), um Cabernet Sauvignon da safra 2008, Vale do Maipo, vinificado como vinho branco (as cascas não ficam em contato com o mosto durante a fermentação) e muito fácil de beber.

Não me agüentei e durante o tour pelas frias caves velhas dessa vinícola de mais de 150 anos, onde pude visualisar garrafas com plaquinhas indicativas de safras “mucho antíguas” (p.ex. 1937 – uma inconteste prova de que também nos países do chamado Novo Mundo do vinho também são produzidos vinhos de longuíssima guarda), para pedir ao guia mais uma tacinha desse curioso vinho, que de plano não me foi negada.

Pois bem. O contra-rótulo informa-nos o seguinte: “Este Cabernet Sauvignon elaborado como vinho branco foi fermentado em baixas temperaturas e possui uma leve cor damasco resultante da maceração das uvas. É um vinho com aromas de frutas maduras e na boca é ligeiramente doce, com acidez bem balanceada e suave. Ideal bebê-lo gelado como acompanhamento de aperitivos e de sobremesas”.

j_01

Degustação –
O Gris Cabernet Sauvignon 2008 é um vinho festivo, ótimo para o verão, eis que apresenta uma convidativa cor salmão brilhante com tonalidade levemente acobreada, de aromas simples com destaque para as frutas vermelhas e muito leve na boca, onde o frescor e uma discreta mineralidade dão o tom. O álcool elevado (13%) está bem entrosado com a acidez. É um vinho alegre, sem amargor e sem a doçura enjoativa apresentada por alguns rosés (apesar de não ser definido por seu produtor como rosé, se assemelha muito). Seu sabor quase neutro faz dele um coringa como acompanhamento de aperitivos e sobremesas, por isso está correta a sugestão indicada no contra-rótulo. Elaborado para ser bebido ao longo de 2009. Tudo indica que será comercializado no Brasil brevemente.

Preço: PCH$ 1900 (pesos chilenos em 02/09) – aproximadamente R$ 7,40

Avaliação: 86/100 pts.

(Visited 531 times, 531 visits today)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *