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Na França a Syrah é conhecida por produzir vinhos estruturados, de taninos musculosos e muito perfumados e aptos ao envelhecimento. Destaca-se no Vale do Ródano (Rhône) e também é bastante plantada no sul do país onde é misturada com a Grenache, Carignan, Cinsaut e Mourvèdre. Na Austrália é denominada Shiraz e se destaca nos Vales de Barossa, McLaren e Hunter Valley, produzindo vinhos maduros, intensos e alcoólicos. É a principal uva tinta do país. Lá, sua parceira ideal é a cabernet sauvignon.

Fora desses países a escolha do nome é um indicador do estilo seguido pelo produtor: se for Syrah a opção é pela elegância do Velho Mundo e se Shiraz  pela potência do Novo Mundo.

Pois bem. Ambos os vinhos escolhidos para esse confronto são do Novo Mundo e muito fáceis de ser adquiridos no mercado: o primeiro é o chileno In Situ Winemakers Selection  Syrah 2005, 14,5% de álcool, produzido no Vale de Aconcágua por Viña San Esteban, que é uma empresa familiar orientada a produzir vinhos finos. Já foi importado pela Best Wine, pela Terroir e atualmente está na Vínea Store. Essa garrafa foi comprada em março de 2009 numa promoção da Terroir por R$ 27,00 (seu preço normal era R$ 81,00). O preço atual da linha Winemakers Selection na Vínea está por R$ 67,00 (disponíveis Cabernet Sauvignon e Carménère). O segundo é o australiano Hope Estate Hunter Valley Shiraz 2005, 13,5% de álcool,  importado  pela KMM – custa R$ 75,00. Ambos são medalhados: o chileno ganhou medalha de prata em 2005 no “Concours Mondial – Bruxelles” e o australiano foi o “Best Shiraz of Show” no “Brisbane Wine Festival” de 2006.

Sobre os vinhos

O “In Situ” tem cor vermelho-rubi violáceo intenso, profundo e sem nenhum halo de evolução. No olfato predominam notas vegetais que cederam espaço para canela,  framboesa e um leve tostado. Depois de algum tempo apareceu fruta em compota. Na boca, é um vinho de entrada macia, suave, doce (álcool elevado), taninos jovens com longa estrada pela frente (ótima qualidade), bom equilíbrio do tripé álcool, acidez e taninos. Termina sem adstringência e tem retrogosto com notas frutadas.

Agora o australiano: a vinícola Hope Estate, com cerca de 100 hectares de vinhedos, localiza-se nas proximidades do povoado de Broke, em Lower Hunter Valley. Foi criada em 1994 pelo farmacêutico Michael Hope, que abandonou sua profissão para dedicar-se inteiramente aos vinhos. A empresa também possui vinhedos nos Estados de Victoria e Austrália Ocidental. O vinho: vermelho-rubi violáceo intenso com halo médio de evolução. Nariz típico da casta com muita fruta madura, alcaçuz e um leve toque de especiarias (cravo e pimenta), com baixa intensidade. Decaiu rapidamente para notas vegetais. Na boca se mostrou alcoólico e com desequilíbrio no tripé álcool (elevado), acidez (baixa) e taninos (amargos). Mesmo assim não desagradou totalmente porque ainda mostrou alguma persistência gustativa e concentração de sabor.  Tudo leva a crer que o seu auge já passou, mas ainda está potável. O contra-rótulo sinaliza que pode ser guardado por 5/10 anos, mas acreditamos que essa garrafa estava com algum problema de conservação, porque o vinho se apresentou muito evoluído para a safra (2005).

 

Avaliações:
In Situ Winemakers Selection 2007  –  87/100 pts.+
Hope  Hunter  Valley  Shiraz  2005  –  84/100 pts.

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0 thoughts on “Syrah x Shiraz”

  1. Jeriel, sobre o Hope, tive experiência semelhante há cerca de um mês. Levei esse vinho a uma degustação de syrah/shiraz e ele estava “passado”. Com prei na Ville di Vin, para onde liguei após a degustação solicitando a troca da garrafa, que foi realizada sem maiores problemas. Fiquei preocupado com seu relato, pois parece que não fui eu que dei azar… Será que o vinho é ruim mesmo – da uva ao processo de engarrafamento???

    1. Paulo,

      Desculpe-me pela demora porque fui indagar de outras pessoas que já provaram este vinho e infelizmente o depoimento não fui muito diferente: há outros vinhos australianos bem mais interessantes nessa faixa de preço. O pior é que passei no Supermercado St. Marché que pede R$ 95,00 por este vinho!! E veja que o supermercado em questão tem uma política de preços bastante razoável porque não inclui sobrepreço exagerado nos vinhos que revende. Porém, gostaria de ressaltar que por ser um vinho pouco conhecido não é representativo da melhor produção de “Hunter Valley”, região australiana que sabidamente produz grandes vinhos.

      abraço

      Jeriel

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