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A reunião foi realizada no sábado, 13 de junho de 2009, no lugar de costume “Risoteria Vitória”, que se encontra dentro do centro gastronômico, de arquitetura rústica, entrada de terra, com pedregulhos, árvores, quiosques, etc. denominado “Vila do Jardineiro, localizada na Avenida Eliseu de Almeida 1077 – Caxingui – Butantã – São Paulo SP – tel 3721 1124, com a presença deste subscritor e dos confrades Clóvis Pavan, José Luiz Garaldi e Lucas Garaldi. 

 

Sobre o tema escolhido: uvas pouco convencionais. Por quê?

 

Patrimônio de seus países, as uvas autóctones produzem diferentes sensações organolépticas, permitindo harmonizações com pratos que podem ser difíceis com as castas tradicionais. Essa é a primeira de uma série de degustações de vinhos de diversas origens e distintas das castas globalizadas. Abaixo segue o resultado.

O Pódio:

1º. lugar – Stonelake Cabernet Franc Premium 2001 – Vale de Lontué – 13,5% álcool – Importador: World Wine –   Rubi violáceo intenso e profundo com halo de evolução. Nariz intenso a lembrar um bom vinho de Rioja, com madeira em profusão, caramelo, fruta madura, tudo isso secundado por um discreto toque herbáceo muito típico dessa casta no Novo Mundo. Após alguns minutos surgiu um leve aroma animal (caça). Mostrou ótima sustentação na taça. Intenso, macio, profundo e persistente na boca, com taninos aveludados próximos de seu auge, acidez balanceada e perfeito equilíbrio de seus elementos com muita tipicidade. Termina do mesmo jeito que começou: sem nenhuma aresta, com boa fruta, elegância e média/longa persistência. Seguramente um dos melhores exemplares chilenos dessa casta, prova de que quando a cabernet franc é bem tratada dá caldos deliciosos como este que infelizmente não é mais importado. Estruturado, ainda tem um ou dois anos de vida pela frente.
Nota: 90/100 pts. +

2º. lugar – Landelia de Argentina Petit Verdot 2005
– Alto Agrelo – 13,7% álcool  – Importador: Ana Import – Preço: R$ 54,00  – Rubi violáceo intenso e profundo sem halo de evolução. Nariz terroso e animal que abriu espaço para fruta (jaboticaba), secundada por notas tostadas e um acentuado toque vegetal.  Na boca inicialmente apresentou certo impacto porém seus taninos abundantes se mostraram de boa qualidade com alguma rugosidade dentro do aceitável. Denso, profundo e de ótima tipicidade no palato, seu retrogosto apresentou notas vegetais e terminou ligeiramente rugoso, sem perder personalidade. Um vinho intrigante que causou surpresa aos presentes dado seu caráter particular, que induz o degustador à reflexão. Irá arredondar seus taninos com mais alguns anos em garrafa porque tem atributos para isso.
Nota – 87/100 pts. +


3º. lugar –  Santa Julia Innovación Arinarnoa 2007
Mendoza – 13,5% álcool –  Preço: $ 12 (adquirido em dezembro de 2007 na própria vinícola) – Rubi violáceo intenso e profundo sem halo de evolução. Nariz complexo com notas de fruta em compota e especiarias. Boca frutada com taninos presentes de qualidade muito boa e média complexidade gustativa. Termina suave e sem arestas convidando o degustador para o próximo gole. A Arinarnoa é fruto do cruzamento da merlot com a petit verdot e este vinho é um projeto experimental da opulenta vinícola Família Zuccardi que tradicionalmente produz bons vinhos e este não é exceção.
Nota – 86,5/100 pts. 


Os demais:


4º. lugar – Andrew Peace Mighty Murray Durif 2004
14% álcool – Importador: Best Wine Ltda. – Preço: R$ 38,00 – data de aquisição: junho de 2008 – Rubi violáceo intenso e profundo sem halo de evolução. Nariz complexo com notas de café torrado e geléia de ameixas/amoras e algum vegetal. Na boca tem boa densidade e taninos secantes em abundância, boa concentração de sabor com frutas negras em compota, corpo pleno, álcool integrado e bom frescor. Termina longo e profundo com alguma rusticidade. Apesar de ser da safra 2004 este australiano ainda tem bom potencial de guarda
Nota – 86/100 pts.  +


5º. lugar – Michel Torino Colección Tannat 2004
–  Cafayate/Salta – 13,5% álcool – Preço: R$ 24,73 (Pão de Açúcar) – Rubi violáceo com reflexos granadas. Nariz unidimensional com leve oxidado, sugestão de caça e herbáceo. Boca superior ao nariz com taninos em profusão de média qualidade. Fruta decadente (framboesa) e notas vegetais. Potente, termina com rusticidade e no retrogosto um leve toque adocicado e frutado. Boa tipicidade da casta na Argentina. Já está no ponto mas ainda agüenta algum tempo na garrafa.
Nota – 83,5/100 pts. 


6º. lugar – Chateau Lacave Cabernet Franc 2002 –
 12,2% álcool –- Preço: R$ 14,99 (safra atual 2004) – Imigrantes Bebidas – Rubi violáceo com nítidos reflexos granadas. Nariz fechado sem complexidade com discretas notas vegetais. Boca macia, magra, taninos decadentes, madeira tripudiando sobre a fruta e final curto com algum amargor. Produzido com uvas da excelente safra de 2002, o seu auge já passou. Nota – 82/100 pts.

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