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Vinho do mês: Ventisquero Tantehue CS 2007

 

 

Fundada em 1998 por Gonzalo Vial que dirige a empresa Agrosuper (maior empresa de alimentos do Chile), a Viña Ventisquero homenageia as montanhas geladas chilenas com seus rótulos premium – como o Grey e o Queulat, nome de glaciais do país andino – e também com uma linha de vinhos consistentes, ainda que provenientes de uvas de vinhas jovens de inúmeros vinhedos próprios (1.500 hectares) espalhados por todo país. O comando enológico está sob a batuta do enólogo Felipe Tosso que conta com a importante assessoria de Aurélio Montes, da Viña Montes. Felipe ainda tem o apoio de quatro enólogos especializados em estilos diversos de vinhos e conta com o apoio do enólogo australiano John Duval na elaboração dos vinhos top da casa Vértice e Pangea. A sede da Viña Ventisquero fica no Vale de Yali (sub-região do Vale do Maipo, 140 km a sudoeste de Santiago e a 35 km do Pacífico), sendo gravitacional e utiliza mesas de seleção das uvas e modernos pequenos tanques de fermentação, além de barricas de carvalho francês e americano de tosta fina. A empresa tem por escopo o respeito ao meio ambiente e pratica agricultura semi-orgânica, com várias certificações de qualidade. Também aposta nos vales mais próximos do Pacífico porque têm vinhedos plantados em regiões espalhadas nos vales de Casablanca, Maipo e principalmente em Colchagua, nas sub-regiões de Apalta e Peralillo. Em Apalta são produzidos os vinhos premium e também há experiências bem sucedidas na sub-região de Patacón/Lolol (ainda no Vale de Colchágua), vista como opção ao Vale de Casablanca porque fica a 18 km do oceano Pacífico e vinhedos de carménère, sauvignon blanc e chardonnay se beneficiam de suas brisas oceânicas ensejando vinhos de muito frescor e de forte acento mineral. No futuro serão plantados novos vinhedos nos Vales de Limarí e San Antonio. Nos vinhos de alta gama possui dois rótulos importantes: Vértice (syrah/carménère) e Pangea (syrah). Recentemente lançou um novo pinot noir “super premium”: Herú, produzido com uvas do Vale de Casablanca.

 

Pois bem. O vinho escolhido para o mês de junho de 2009 foi o Ventisquero Tantehue Cabernet Sauvignon 2007, que apesar de ostentar no rótulo “Valle Central”, foi produzido com uvas do Vale de Rapel. É o 30º. vinho provado pela Confraria Brasileira de Enoblogs e não escondo de ninguém ter ficado honrado com essa designação, simplesmente porque acredito na força dos enobloguistas como importantes formadores de opinião. E, dentro desse espírito, escolhi esse vinho porque reúne três atributos importantes: é bom, barato e consistente porque varia pouco a cada safra.

 

Degustação –

Ventisquero Tantehue Cabernet Sauvignon  2007

Cor rubi violáceo brilhante com média profundidade e reflexos levemente púrpuras. Nariz intenso com predomínio de frutas vermelhas maduras a lembrar geléia de framboesa ou amora. Girando a taça sugestões de ameixas e licor de cassis sobre um fundo mentolado. Boa complexidade e razoável sustentação desses aromas na taça. Apesar de elevado (13%), o álcool está bem entrosado com os demais elementos. Na boca a sua entrada revela um vinho pronto, moderno, de taninos macios, doces, fácil de beber e de acidez dentro do aceitável. Vinho ligeiramente curto, de agradável concentração de sabor e com fruta em profusão (chega a ser guloso porque convida para o próximo gole). Termina como começou: sem arestas, sem adstringência e com muita doçura, longe de ser enjoativo. Retrogosto persistente de notas vegetais. Agüenta mais um ano na garrafa com alguma folga. O Tantehue 2002 foi apontado como Ótima Compra pelo Guia de Vinhos da Revista Gula que circulou no começo do segundo semestre de 2005 com a seguinte descrição: “Da linha básica da casa Ventisquero, seus aromas lembram fruta e goiaba. Na boca, preserva a fruta e é equilibrado”. Por fim, a conclusão é que o Ventisquero Tantehue Cabernet Sauvignon 2007 é um vinho praticamente imbatível.na sua faixa de preço, porque tem relação preço-qualidade amplamente favorável ao consumidor. A única observação que faço é que não há informações desse vinho no portal do produtor www.ventisquero.cl.

Avaliação: 87/100 pts.+      Preço: R$ 16,90 (Carrefour)   ou  www.cantu.com.br

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4 thoughts on “Vinho do mês: Ventisquero Tantehue Cabernet Sauvignon 2007”

  1. Jeriel, concordo com você: o vinho não tem nada de enjoativo, o que pode ser comum em vinhos chilenos desta faixa de preço, especialmente os Carmenère.

    Obrigado pela gentileza de aceitar a indicação do vinho e obrigado pelo auxílio no envio das garrafas.

    Abraço.

    Gil Mesquita

    1. Gil,

      Na realidade o vinho que você degustou deve ter sofrido muito com o transporte inadequado, até porque o vinho é praticamente um “ser vivo” bastante delicado e frágil. A garrafa que abri estava bem equilibrada, plena de fruta e sem nenhum aroma estranho. Há variações e já degustei o mesmo vinho conservado durante anos na adega climatizada em confronto com outro de fora da adega; já provei vinho trazido normalmente pelo importador em confronto com vinho trazido literalmente no colo: há enormes variações, pode acreditar. Faça você mesmo (se já não fez) essas experiências e comprove, porque variações de garrafas muito mais do que imaginamos.

      enoabraço

      Jeriel

  2. Jeriel,

    Seja bem vindo ao grupo!

    Parabéns pela indicação… Bom vinho, escolha certeira na faixa de preço. Este Tantehue me agradou mais do que outras linhas da Ventisquero. Além disso, acho que a CS produz resultados mais expressivos em solo chileno, do que a afamada Carmenere. O q vc acha?

    Abs.,
    Marcus
    azpilicueta96.blogspot.com

    1. Marcus,

      Fico contente com sua participação porque como disse o Confrade Gil do excelente “vinhoparatodos”, não podemos deixar essa idéia genial que é a degustação mensal de um vinho pela “Confraria dos Enoblogs” morrer..quanto à sua manifestação sobre a carménère dividimos a mesma opinião: a principal uva chilena no meu modesto ponto de vista continua sendo a cabernet sauvignon, apesar do avanço da carménère.

      Recentemente estive no Chile e em todas as vinícolas que visitei perguntei o motivo da importância dessa uva para os chilenos que insistem em apontá-la como uva “símbolo” e entre as várias respostas que recebi uma me fez compreender um pouco (mas não me convenceu) – a carménère tem ampla aceitação em mercados importantes para os vinhos chilenos e um dos quais ela desponta é o mercado brasileiro.

      Vou incluir o seu blog na lista dos meus prediletos.

      Forte abraço

      Jeriel

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