Vinhos da La Cave Jado: boa relação qualidade preçoe
Vinhos da La Cave Jado: boa relação qualidade preço

 

 

 

O portfólio de produtos da La Cave Jado conta com vinte e oito rótulos cuidadosamente escolhidos, de quinze produtores de nove regiões francesas. Dos seis vinhos degustados apenas um não obteve três taças. Os demais se destacaram e um deles surpreendeu no quesito que normalmente os vinhos franceses tropeçam que é a relação “preço-qualidade”: Cuvée La Vigne Blanche – Domaine d’Escausses, corte das castas Syrah (40%), Fer-Servadou (30%), Merlot (15%), Duras (10%) e Cabernet Sauvignon (5%). As cepas em negrito juntamente com a Négrette e a Mauzac, são destaques da apelação Gaillac, localizada no Sudoeste francês e normalmente são misturadas com Cabernet Sauvignon, C. Franc, Merlot e até Syrah com êxito. A Fer Servadou, por exemplo, é conhecida localmente como Braucol.

 

 

Na degustação realizada na SBAV-SP na noite de 11 de agosto de 2009, também se destacou no quesito tipicidade/qualidade o delicioso branco de Sancerre – Domaine Raimbault 2007.

 

 

O padrão de qualidade é o mesmo: tudo feito com capricho e esse é o diferencial da La Cave Jado. P. Ex: na degustação realizada na SBAV-SP, os vinhos foram colocados dentro de uma caixa de madeira e expostos para que todos pudessem examinar as garrafas. Idéia simples e prática. Na linha de produtos há espumantes e champagnes e Jeanne Bourguignon promete um novo evento com esses produtos para outubro próximo.

 

 

 

Jeanne e Dorothée davam inúmeras explicações detalhadas sobre cada vinho exposto. Um caderninho com uma nota sobre a missão da importadora, descrição dos vinhos e espaço para pedidos foi distribuído para os presentes. Tudo merece atenção: desde o pedido dos vinhos até um e-mail de agradecimento para aqueles que participaram da degustação. São pequenos detalhes que fazem a diferença e que passa a impressão de que a La Cave Jado nasceu com vontade de acertar e está atingindo esse objetivo.

 

 

 

O contato com a LA CAVE JADO pode ser feito através do tel. 2478-2001, São Paulo, SP ou 3030-7119 ou pelo portal www.cavejado.com.br

 

 

A seguir a descrição e avaliação dos vinhos degustados.

 

 

CHÂTEAU LA VILLATADE ROSÉ

Origem: França – safra: 2007 – álcool: 13% – região: Languedoc/Minervois – uvas: Grenache (60%) e Syrah (40%) – preço: R$ 46,00 – Cor pêssego brilhante. Nariz gentil e suave com notas de lavanda acompanhada de frutas vermelhas (cerejas e amoras).  A boca não confirma o que foi entregue pelo nariz: curta, magra e com amargor que prejudica o equilíbrio gustativo do conjunto. Degustado três vezes. Somente na terceira taça, de outra garrafa, é que se notou menos desequilíbrio.

Avaliação: duas taças (80/100 pts.)          

 

 

CUVÉE RIESLING TRADITION – DOMAINE FRAY – VINHO ORGÂNICO

Origem: França – safra: 2007 – álcool: 11,7% – região: Alsace – uva: Riesling – preço: R$ 69,00 – Cor Palha esverdeado brilhante. Alguma tipicidade no nariz com notas minerais, frutas brancas como melão, algum cítrico, pêssego e carambola. Boca limpa na qual a maciez e a acidez delicada se destacam, corpo médio para magro, ligeiro matiz mineral, pouca fruta com repetição do cítrico do olfato, média complexidade gustativa, final simples e sem arestas. Típico riesling de clima frio que pode ser bebido tranquilamente nos próximos anos.

 Avaliação: três taças (86/100 pts.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SANCERRE DOMAINE RAIMBAULT

Origem: França – safra: 2007 – álcool: 12,5% – região: Loire – uva: Sauvignon (Blanc) – preço: R$ 91,00 – Cor palha esverdeado intenso e brilhante. Nariz delicado com sugestões vegetais típicas da casta com arruda, grama cortada e ótima mineralidade: discreta nota de pedra de isqueiro. Depois de algum tempo surgiu um leve apontamento floral. Na boca chamou atenção por seu perfeito equilíbrio gustativo com tudo no lugar certo: boa acidez, boa fruta (madura) e boa densidade no meio de boca, o que lhe confere aptidão gastronômica. Esbanja tipicidade porque tem aquele travo vegetal típico (quase mastigável) dos vinhos dessa região que é o berço da casta. Boa persistência gustativa e ausência de amargor. Apesar de seu preço não ser nenhuma barganha tem qualidade de sobra. Obteve medalha de ouro no Concurso de Vinhos do Vale de Loire de 2008. Um típico Sauvignon (Blanc), de vocação gastronômica e que por isso deve crescer à mesa.

Avaliação: três taças (89/100 pts.)

 

 

 

 

 

 

SAINT QVINIS DOMAINE DE FONTLADE

Origem: França – safra: 2004 – álcool: 13,56% – região: Sudoeste/Côteaux Varois en Provence– uvas: Syrah (60%) e Grenache (40%) – preço: R$ 56,00

Rubi violáceo com halo de evolução. Começa vegetal no olfato e depois surge uma nota defumada com tabaco e pimentão. Boa complexidade. Na boca a sua entrada é quente à denunciar um vinho alcoólico, de taninos presentes um pouco duros mas sem amargor. Seu perfil é unidimensional com escassez de fruta, acidez média, discreta nota mineral e uma leve sugestão de especiarias no palato. Tem boa persistência e  termina sem arestas. Vinho correto, sem defeitos graves e que deve crescer à mesa.

Avaliação: três taças (85/100 pts.)

 

 

 

 

CUVÉE LA VIGNE BLANCHE – DOMAINE d’ESCAUSSES

Origem: França – safra: 2007 – álcool: 13% – região: Sudoeste/Gaillac – uvas: Syrah (40%), Fer-Servadou (30%), Merlot (15%), Duras (10%) e Cabernet Sauvignon (5%) – preço: R$ 54,00 – Cor rubi violáceo intenso e profundo com reflexos púrpura. Nariz terroso, toque de sous-bois, nota animal (couro) que depois de algum tempo cede espaço para frutas negras. Boca densa, volumosa, macia, taninos potentes e ao mesmo tempo gentis, interessante concentração de sabor com complexidade e personalidade de sobra, equilíbrio no álcool, acidez e taninos, leve tostado (barrica), largo e intenso no meio de boca, termina com ligeira aspereza (sem incomodar) e  retrogosto vegetal. Utiliza as castas autóctones Fer-Servadou e Duras, as quais lhe conferem característica singular. Jovem, já dá mostras do que será daqui alguns anos (vale à pena deixá-lo na adega climatizada para acompanhar sua evolução). Vinho inusitado que se destaca por sua tipicidade e ótima relação preço-qualidade. À conferir. 

Avaliação: três taças (88/100 pts.)

 

 

 

CUVÉE HOMMAGE – CHÂTEAU LAMBLIN – VINHO ORGÂNICO

Origem: França – safra: 2003 – álcool: 12,5% – região: Côtes de Bourg – uvas: Merlot (60%), Cabernet Sauvignon (20%) e Malbec (20%) – preço: R$ 92,00

Rubi violáceo intenso e profundo com halo de evolução. Nariz típico bordalês com sugestões animais, couro, tabaco, algum terroso e frutas negras. No palato a sua entrada revela um vinho potente, estruturado e de taninos macios, quase prontos. Corpo pleno, largo no meio de boca com boa concentração de sabor a revelar complexidade gustativa. Intenso e com alguma profundidade, tem boa persistência e final sem arestas com notas tostadas. Também se destacou por sua tipicidade e porque ainda tem uma boa sobrevida na garrafa.

Avaliação: três taças (87/100 pts.)

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6 thoughts on “A Diversidade da La Cave Jado”

  1. Ainda não conheço a linha toda, infelizmente, mas gostei do Château Piron 2005 e, especialmente, do Château Lamblin Cuvée Hommage 2003, provados no evento do Conselho Interprofissional dos Vinhos de Bordeaux (“Bordeaux Acessíveis”).

    1. Alexandre,

      Vale à pena provar também o Domaine de la Graveirette – Cuvée Must – Vin de Pays, corte de Grenache (75%) e Syrah (25%) e o Château Joliet – Cuvée Fataisie, ambos na faixa de R$ 50 e bem interessantes.

      Obrigado pela visita.

      Jeriel

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