A Ruca Malén, sediada em Agrelo/Luján de Cuyo/Mendoza é uma bodega cujos rótulos homenageiam as tradições mapuches e que graças a seu árduo trabalho conseguiu um lugar de destaque no competitivo mercado local. Fundada em 1998 pelos experientes empresários do setor vitivinícola Jean Pierre Thibaud (ex-presidente da Chandon Argentina) e Jacques Louis de Montalambert (de família tradicional da Borgonha), teve sua primeira safra em 1999. A contratação do enólogo Pablo Cúneo deu a essa bodega sediada em Agrelo uma clara direção. Colheita após colheita seus vinhos mantém qualidade homogênea. Esse bom resultado tem haver com a equipe que trabalha nos vinhedos. Por outro lado cabe destacar que45% da produção são exportados para diversos países, dentre os quais Estados Unidos, Inglaterra, França, Holanda, Uruguai, Canadá, México e Brasil, etc.
Agora, sob a representação da Importadora Hannover, seus produtos contam com ampla logística de distribuição nos Estados do RS e de São Paulo, sito à Rua Hugo Carotini 359, cep 05532-020 (telefone 2638 0881), bairro Previdência.
A Importadora supra, sob a firme batuta de Niels Bosner auxiliado por José Manuel Afonso, reuniu parte expressiva da mídia especializada no excelente Vinheria Percussi Ristorante, estabelecido na Rua Cônego Eugênio Leite, 523, Jardim América, sob o comando de Lamberto e de sua irmã Silvia Percussi. Dentre os presentes os quais tiveram a oportunidade de degustar os seguintes vinhos: Ruca Malén Chardonnay 2007, Ruca Malén Malbec 2006, Ruca Malén Reserva Cabernet Sauvignon 2006, Ruca Malén Syrah 2007, Ruca Malén Petit Verdot 2007, Kinién Malén Malbec 2007 e Kinién Malén Cabernet Sauvignon 2007, este último com lançamento previsto para dezembro de 2009. A linha de produtos ainda contempla os vinhos varietais Yauquén.
Abaixo o menu servido na Vinheria Percussi:
“Per Cominciare
Castagne e frutti secchi.
Antipasto
Polenta al ragú di funghi
Primo Piatto
Pasta fresca all’aglio, olio e pepperoncino
Secondo
Coda di manzo in úmido com risotto allá Parmigiana
Dessert
Frutta fresca e Zabaione ai frutti bosco”.
A degustação foi conduzida pelo próprio Pablo Cúneo, que explicou com clareza detalhes técnicos da produção dos vinhos e as características das cepas e dos cortes utilizados pela vinícola. Registre-se, nesse passo, o perfeito serviço do vinho, sob a batuta do eficiente Jonas, eis que todos os vinhos foram servidos rigorosamente na temperatura de serviço e que houve compatibilização enogastronômica, um dos destaques da Vinheria Percussi.
A seguir a relação dos vinhos degustados por ocasião da visita do citado enólogo e do Diretor de Exportações Sebastián de Montalambert a São Paulo, em 25 de agosto de 2009. Uma pequena observação: os Cabernets surpreenderam porque mostraram tipicidade da casta no país platino e o novo Petit Verdot também se mostrou uma interessante opção. Os vinhos “topo de gama” tiveram desempenho compatível com suas respectivas propostas e por isso tiveram as notas mais elevadas. Pablo esclareceu que a vinícola procura elaborar “vinhos elegantes, intensos e complexos”.
RUCA MALÉN CHARDONNAY
Origem: Argentina – região: Agrelo/Luján de Cuyo/Mendoza – safra: 2006 – álcool: 13,9% – uva: Chardonnay (100%) – preço: R$ 54,00
Palha verdeal. Paleta aromática delicada com sugestões de baunilha, damasco, pêssego e um leve toque cítrico. No palato chamou atenção por seu frescor, maciez, alguma untuosidade, fruta (abacaxi maduro) e madeira (50% do mosto passou por barricas francesas durante oito meses) em comunhão. Equilibrado e com tudo no lugar certo (álcool, acidez e madeira), termina suave e sem arestas. Ruca Malén em idioma mapoche significa “Casa da Jovem”. Nota: 87/100 pts.
RUCA MALÉN MALBEC
Origem: Argentina – região: Agrelo/ Luján de Cuyo/Mendoza – safra: 2006 – álcool: 14,1% – uvas: Malbec (86%), Petit Verdot (8%) e Tempranillo (6%) – preço: R$ 54,00 – Rubi violáceo intenso. Aromas frutados (ameixas e cerejas) secundados por uma discreta nota floral (violetas), madeira, especiarias e um leve balsâmico. No palato os taninos estão em evolução e por isso mostraram alguma adstringência dentro do normal. Corpo médio com boa expressão de frutas negras e alguma aspereza ao final. Cresceu na taça onde demonstrou boa sustentação e tipicidade. Nota: 86/100 pts.
RUCA MALÉN CABERNET SAUVIGNON RESERVA
Origem: Argentina – região: Agrelo/ Luján de Cuyo/Mendoza – safra: 2006 – álcool: 14,1% – uvas: Cabernet Sauvignon (90%), Petit Verdot (5%) e Merlot (5%) – preço: n/c – Cor idêntica à do vinho anterior só que com mais extrato e sem halo de evolução. Nariz complexo com as típicas notas vegetais da casta secundadas por pimentão, especiarias, chocolate e balsâmico. Na boca nota de fruta madura, taninos potentes, macios e finos, madeira presente sem incomodar, corpo pleno e final com leve amargor que não incomoda. Este vinho, de corte nitidamente bordalês, é prova de que o tempo joga a favor dessa casta que desempenha papel importante na Argentina. Nota: 88/100 pts. +
RUCA MALÉN SYRAH
Origem: Argentina – região: Agrelo/Luján de Cuyo/Mendoza – safra: 2007 – álcool: 14,2% – uvas: Syrah (95%) e Malbec (5%) – preço estimado: R$ 54,00 – Rubi violáceo intenso sem halo de evolução. No olfato apresentou álcool generoso encobrindo um pouco a fruta (amoras) e uma nota terrosa. Na boca não mostrou a mesma riqueza do vinho anterior, mas revelou a potência de seus numerosos taninos de qualidade média. Leve toque especiado à confirmar alguma tipicidade de casta. Termina rústico e secante. Deve melhorar com mais algum tempo na garrafa (6/12 meses). Nota: 85/100 pts.
RUCA MALÉN PETIT VERDOT
Origem: Argentina – região: Agrelo/ Luján de Cuyo/Mendoza – safra: 2007 – álcool: 13,7% – uva: Petit Verdot (100%) – preço estimado: R$ 54,00 – Rubi violáceo intenso, profundo e de reflexos púrpura. Olfato tomado por uma forte nota de alcaçuz que depois cede espaço para café torrado, noz moscada, cravo, leve floral e fruta madura, tudo de forma definida e integrada. Boca rica, volumosa, intensa com taninos presentes de ótima textura. É um vinho de personalidade que tem “nervo”. Equilíbrio no álcool, acidez e madeira, que por sinal está bem colocada (doze meses em barris de carvalho de 1º, 2º e 3º uso, 85% franceses e 15% americanos) e permite a expressão da fruta madura (ameixa/framboesa). De produção pequena, mostrou tipicidade da casta no Novo Mundo e seguramente é um dos melhores de sua categoria. À Conferir. Nota: 87-88/100 pts. ++
KINIEN MALBEC
Origem: Argentina – região: Agrelo/ Luján de Cuyo/Mendoza – safra: 2007 – álcool: 13,7% – uva: Malbec (100%) – preço estimado: R$ 155,00 – Kinién em mapuche significa “único” – Rubi violáceo escuro, intenso, profundo sem halo de evolução. Inicialmente, um pouco fechado, apresentou aromas de geléia de amoras. Depois aromas elegantes e complexos de frutas negras e vermelhas, notas de cedro e licor de cacau. Na boca é um vinho largo, denso, rugoso, de taninos muito macios em grande quantidade, acidez balanceada e muita potência a sinalizar o estilo adotado, sem resvalar na rusticidade. A madeira está presente (catorze meses em carvalho francês de primeiro uso e doze meses na bodega antes de ser liberado) e tende a se suavizar com a passagem do tempo e dar mais espaço para a fruta. É saboroso e termina longo com discreto amargor que não empana o conjunto. Gastronômico, deve harmonizar com costeletas de cordeiro, goulash e queijo de cabra. Vinho de longa guarda que só tem a ganhar com o seu amadurecimento na garrafa, já que foi produzido com uvas de uma safra considerada muito boa na Argentina. Decantar por uma hora antes de servir. Nota: 89/100 pts. ++
KINIEN CABERNET SAUVIGNON
Origem: Argentina – região: Agrelo/ Luján de Cuyo/Mendoza – safra: 2007 – álcool: 14,8% – uva: Cabernet Sauvignon (100%) – preço estimado: R$ 155,00 – Aqui a descrição é muito semelhante à do Cabernet Sauvignon Reserva com as seguintes observações: retinto na cor, aromas balsâmicos, alcaçuz, mentol, mineral e grafite. Na boca é seco, intenso, de taninos de qualidade superior à do vinho anterior. O equilíbrio do álcool generoso, da acidez salivante, da maciez de seus taninos e da madeira bem colocada (dezesseis meses em carvalho francês de primeiro uso) lhe outorgam uma estrutura firme e sólida. Termina persistente e saboroso. Inegavelmente um dos melhores exemplares dessa casta em solo platino e que tem plenas condições de rivalizar com seus pares do outro lado da Cordilheira. Seguirá evoluindo na garrafa nos próximos 5/10 anos. Gastronomia: carne de ternero. Nota: 90/100 pts. ++
Jeriel, tive a oportunidade de visitar esta vinícola há 3 anos atrás, antes mesmo deste vinho começar a fazer sucesso por aqui. Só pela estrutura já se via que não ia demorar muito para crescerem. O restaurante, todo envidraçado é um espetáculo, bem como a comida e a harmonização que é feita. Os vinhos são realmente muito bons e o Kinien Cabernet me chamou muito a atenção. Deve ter sido um excelente jantar este… Abraços!
André,
Conheci a vinícola em fevereiro de 2007 e impressionei-me com o restaurante, de estilo francês e portanto de serviço impecável. É considerado, com justa razão, um dos melhores restaurantes de bodega de Mendoza com uma vista inesquecível da Cordilheira. Na época os vinhos já haviam se mostrado corretos, mas de lá pra cá o salto qualitativo foi expressivo e agora me parecem que acertaram ao escolherem a Hannover, que é uma importadora séria e que começa a fazer divulgação dos vinhos. Também concordo contigo: o melhor vinho é o Cabernet Kinién, mas o Reserva mostrou estilo semelhante por preço mais acessível. Quando puder prove o Petit Verdot, bem difernete do que estamos acostumados e muito bem feito.
Abraço e obrigado pela visita
Jeriel