palo-alto-banner3Durante muito tempo o chileno Vale do Maule (sua capital é Talca e fica a pouco mais de 250 km de Santiago), foi um gigante adormecido, contudo, agora foi despertado para impressionar apresentando contrastes entre o antigo e o novo. Esta região tradicional tem vinhedos antigos de séculos atrás e suas parreiras velhas, de troncos grossos e baixa produção mais uma vez estão produzindo vinhos que chamam a atenção de todos. Os “descobridores de terroir” estão a descobrir, no Maule, áreas idôneas para elaboração de vinhos finos, balanceados e de viva acidez natural. A exploração continua a revelar áreas novas com solos denominados “pizarra” que representam opções interessantes para o vinho chileno.  

 

Principais cepas cultivadas (ha) no Vale do Maule e utilizadas no Palo Alto:

 

Cabernet Sauvignon    9.551

País – 8.571

Merlot – 2.982

Sauvignon Blanc – 1.807

Carménère – 1.720

Chardonnay – 1.624

Syrah – 791

Carignan – 445

Superfície total de vinhedos – 31.483

 

O Vale do Maule corresponde geograficamente à parte mais ao sul do Vale Central (Maipo, Rapel, Cachapoal, Colchágua, Curicó e Maule) e está dividido na zona do Pacífico, Inter-Andes e região Andina. Seu clima é mediterranêo sub-úmido com variações nos respectivos setores. Há vários mesoclimas. Na zona do Pacífico, mais próxima da cordilheira da costa, as temperaturas são maiores e as chuvas menores, portanto a estação seca é prolongada. O contrário se sucede quando se ruma  à região Andina. Acrescente-se a isso, o Maule apresenta uma múltipla variedade de solos que permitem compreender a grande diversidade de sabores e de estilos de vinhos que estão se desenvolvendo nessa região.

 

Agora vamos a uma das principais atividades dos enoblogs, que o comentário do vinho do mês de setembro, Palo Alto 2007, produzido pela Concha y Toro e que desta vez foi escolhido pelo Alexandre, do blog Diário de Bacco http://www.diariodebaco.com.br. Para outubro de 2009, o vinho é o nacional Miolo Seleção 2008, escolhido pelo Laércio, do avaliadordevinhos.blogspot.com, vinho de larga distribuição nas principais redes de supermercados e lojas afins.

 

No portal paloaltowines.com consta a seguinte informação: “Palo Alto é uma proposta inovadora de produzir uma simplificada série de três vinhos: um branco, um rosé e um tinto. Uma linha que já teve aplausos da crítica especializada e reconhecimento internacional. Palo Alto é o melhor vinho de seu segmento”. Seu preço sugerido pela Expand é da ordem de R$ 32,00, mas é facilmente encontrado nas grandes redes supermercadistas, só que por valores um pouco acima. Após pesquisar paguei R$ 29,90 (08/09) no DIA da Av. Prof. Fco. Morato 2990 – SP/SP.

 

 

Voltando ao vinho. O enólogo é Hector Urzúa, que já trabalhou no Chateau La Tour de By, Margaux, Lafite, Mouton Rothschild, nas regiões de Côtes du Rhône, Côte Rôtie e no Vale do Loire.  Hector gosta de fazer brancos e rosés, mas é especializado em tintos. Em 2006 lhe pediram para fazer um Cabernet Sauvignon no Maule e se aventurou com um assemblage: assim nasceu Palo Alto, blend de Cabernet Sauvignon (60%), Carménère (25%) e Syrah (15%), que já recebeu diversos prêmios, a saber: “Melhor tinto preço-qualidade” 91/100 pts. e medalha de ouro no 6th Annual Wines of Chile Awards e 89/100 pts. da Wine Spectator “Best Value Red Wine”.

 

Degustação do Palo Alto Reserva 2007

Rubi violáceo intenso, profundo  com reflexos arroxeados nas bordas. No olfato bastante frutado com destaque para  cassis, groselha, morango e carvalho. No palato é denso, rugoso, com taninos presentes e sem rusticidade. Balanceado, sua correta concentração de sabor evoca frutas vermelhas maduras, um pouco de ameixas e uma leve pitada de condimentos. Generoso no álcool (13,5%), não se mostrou enjoativo. Leve acento mineral e madeira (sete meses em barris de carvalho americano e francês) presente sem tripudiar sobre a fruta. Intenso e profundo tem estilo elegante, termina suave sem aspereza e no retrogosto algo herbáceo. No exame de fundo de copo surgiu uma nota de compota: goiabada, bem característica de alguns terroirs chilenos. Vinho bem feito detentor de relação preço-qualidade favorável ao consumidor.

Nota: 87/100 pts.

 

 

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