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No último dia 22 de setembro, a representação supramencionada que tem por função apresentar ao setor especializado o que está acontecendo com o vinho argentino na atualidade, realizou nas dependências da Churrascaria Red Angus (Capital/São Paulo), a 12ª. degustação de vinhos argentinos em São Paulo. De há muito já se tornou tradição, no segundo semestre, a realização dessa feira, em conjunto com vinícolas interessadas em vender seus vinhos no Brasil ou que estão buscando novos importadores. É bom ressaltar que a taxa de crescimento das exportações Argentinas para o Brasil cresceu expressivamente nos últimos anos e o Brasil é um dos mais importantes mercados mundiais da Argentina, cuja produção de vinhos remonta ao século XVI e atualmente o país platino ocupa a 5ª. colocação entre os produtores mundiais.

 

Expositores em São Paulo: Benvenuto de La Serna, Domaine Jean Bousquet, Família Schoroeder, Finca de la Juanita, Finca Flichman, Finca Las Moras, Finca Quara, La Chamiza, Nieto Senetiner, Pampas del Sur, Pascual Toso, Séptima, trapiche, Valentin Bianchi, Xumek e Zuccardi.

O local escolhido se mostrou um pouco acanhado porque houve uma demanda elevada de participantes. Mesmo assim, o serviço da churrascaria mostrou alguma eficiência com pronta reposição de copos e do serviço de buffet, porém, faltou espaço para circular entre os expositores e a iluminação era deficiente. O serviço de vallet também estava bastante confuso e parecia não estar preparado para o número de presentes. Enfim, esperamos que em 2010 um local mais confortável seja escolhido, à exemplo dos eventos anteriores.  

Abaixo a relação dos vinhos degustados:

 

 

Premium de Belo Horizonte

 

Serviço do vinho executado pela competente Jussara Durães

 

 

Bevenuto de La Serna Mil Piedras Viognier 2009 – Boa complexidade, muito frutado com ótimo frescor na boca e leve toque mineral. Destacou-se pela tipicidade. 88/100

Bevenuto de La Serna Mil Piedras Sangiovese 2006 – nariz com leve toque tostado (não passa por madeira), boca balanceada com equilíbrio entre taninos e acidez com leve prevalência dessa última, final macio revelando boa tipicidade da casta na Argentina.  87/100

Bevenuto de La Serna Mil Piedras Malbec 2006 – nariz com ameixas, boca plana e macia, sem defeitos. Vinho correto. 86/100

Bevenuto de La Serna Blend Malbec (60%)/Merlot (40%) 2005 – frutas negras no olfato. Boca densa com alguma maciez. A madeira está bem presente, termina com alguma rusticidade, mas seu sabor é agradável. 86/100

Bevenuto de La Serna Rosé de Malbec Brut Nature – de cor salmão brilhante e atraente este rosé se mostrou equilibrado, guloso, com bastante fruta e sem defeitos graves, tal como açúcar residual ou amargor. 86,5/100

 

 

 

 

Interfood

 

Bruno Airaghi recebia gentilmente os convidados e o serviço do vinho executado pelo sempre atencioso Vicente entre outros.

 

Trapiche Single Vineyard 2006 Federico Villafañe (94/100 pts. RP) – iniciou com uma leve sobra de álcool que cedeu lugar para geléia de frutas vermelhas, tostado, boca densa, taninos maciços, algum mineral. Termina, aveludado, longo e intenso. 92/100 ++

Trapiche Single Vineyard 2006 Adriana Venturín – nariz fino, boca rica, sedosa e elegante. A expressão máxima da malbec na Argentina. Vale o que custa. 93/100 ++

Trapiche Single Vineyard 2006 Cristina y Bibiana Coletto – o mais argentino dos três. Nariz com especiarias e ameixas. Boca rugosa, taninos potentes, fruta madura e álcool elevado. Ainda assim um vinho de classe, que precisa de tempo para amadurecer na garrafa. 90/100 +

Trapiche Medalla Cabernet Sauvignon 2005 – nariz herbáceo revelando tipicidade no Novo Mundo e boca macia, taninos presentes de ótima qualidade, equilíbrio de seus componentes com a harmonia dando o tom. Destaca-se também na relação preço-qualidade. 91/100 +

Trapiche Broquel Pinot Noir 2008 – nariz frutado com cerejas e morangos. Ótimo frescor contrabalanceado por taninos macios e acidez vibrante. Os argentinos estão aprendendo a fazer bons pinots. 87/100

Finca Las Palmas Malbec 2006 – um malbec sutil, elegante e de bom preço. 88/100

Trapiche Iscay 2006 – fica difícil escrever daquilo que gostamos porque acabamos por perder a isenção. O Iscay é um ícone argentino, muito consistente e que varia pouco a cada safra. Este, da excelente safra de 2006, a melhor desde 2002, é um vinho com tudo no lugar certo: o álcool elevado (14,5%) se fundiu à fruta e à acidez gastronômica. Os taninos estão presentes mas são aveludados. A concentração de sabor é uma feliz união da fruta da merlot com a força da malbec, resultando num vinho solidamente estruturado de longa guarda, que mantém a fruta por vários anos. Termina muito suave, é aquilo que os lusitanos chamam de “pomada”.  92/100 ++

Trapiche Manos 2004 – outro malbec de classe. No nariz um toque de evolução a lembrar vinho fortificado. Taninos musculosos e um pouco duros. Estilo potente com fruta madura em profusão. Vinho que precisa de alguns anos na garrafa para afinamento. Sua sólida estrutura é uma boa garantia.  89/100

Séptima Noche Pinot Noir 2008 – uma das grandes surpresas do evento.  Cor característica da casta, rubi esmaecido. Fruta opulenta no nariz. Boca equilibrada, taninos delicadamente finos contrabalaçados por acidez salivante. A fruta sentida no olfato se repetiu no palato. Feito do lado de cá da cordilheira, tem plenos atributos para rivalizar com alguns de Casablanca. À conferir. 89/100

Pascual Toso Sauvignon Blanc 2009 – vegetal e floral no nariz. Boca fina com o frescor se destacando. Muito frutado na boca. Termina sem amargor e mostrou a tão rara tipicidade da casta no país platino. 88/100

 

 

Ravin

 

O serviço do vinho estava sob a responsabilidade da Diretora de Marketing da importadora.

 

Santa Julia Reserva Malbec  2007 – aromas próprios da casta com ameixas e chocolate. Boca equilibrada, taninos macios e boa concentração de fruta. Também se destaca na relação preço-qualidade. 88/100

Santa Julia Reserva Cabernet Sauvignon 2007 – aromas herbáceos, taninos de boa qualidade, toque de pimentão característico da casta com boa intensidade. Finaliza suave e com leve adstringência. 86/100

Santa Julia Magna 2007 – blend das castas malbec, cabernet sauvignon e bonarda é um vinho gostoso que se destacou por conta de sua suavidade e elegância. 88/100 +

Série A Syrah 2007 – nariz com especiarias confirmadas no palato. 87/100

Série A Bonarda 2007 – muito frutado no nariz e concentrado no palato, taninos macios, corpo médio, vinho fácil de beber e de tipicidade surpreendente. Provavelmente o melhor dessa série. 88,5/100

Q Malbec 2006 – denso, rugoso, a madeira está presente sem se sobrepor totalmente à fruta. Encorpado, longo e intenso no palato, é um vinho de raça que vai muito bem com  Asado de Tira. 89/100 +

 

 

 

 

 

 

 

Fincas de La Juanita/Mendoza   sem importador

 

Vinhos sem madeira para expressar o máximo de fruta de cada casta. Os proprietários da vinícola, muito receptivos serviam os vinhos sem parcimônia e não se cansavam de dar explicações. Segundo eles, os vinhos deverão ser comercializados entre R$ 20/30. A nossa torcida é para que encontrem um bom importador porque há espaço no mercado, principalmente para seu delicioso bonarda, uma ótima opção para o dia-a-dia. O único vinho que decepcionou foi o chardonnay, cepa muito bem adaptada ao terroir mendocino e que tropeçou no quesito tipicidade. Os demais são corretos, macios e procuram mostrar alguma tipicidade e por isso a vinícola está no caminho certo.

 

 

 

Juana de Sol Chardonnay 2009 – nariz alcoólico e de baixa tipicidade. A boca repetiu o nariz com pouca fruta e baixo frescor. 82/100

Juana de Sol Bonarda 2008 – muito frutado no nariz com boa complexidade repetida no palato. Fácil de beber, taninos macios e boa acidez. Um bonarda típico, que valoriza a fruta e que confirma o crescimento dessa casta na Argentina. 87/100

Juana de Sol Syrah – no olfato mostrou alguma tipicidade com especiarias. Boca picante com cravo e condimentos, taninos leves e média concentração de sabor. 86/100

Juana de Sol Malbec – um malbec correto com frutas negras no nariz e maciez no palato. Poderia ser um pouco mais complexo. 85/100

Juana de Sol Cabernet Sauvignon – levemente herbáceo no nariz e plano no palato ficou a dever complexidade gustativa. Franco e simples seus taninos são de boa qualidade. 85/100

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2 thoughts on “Degustação promovida por “Wines of Argentina” em São Paulo – 2009”

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