A Quinta de La Rosa é uma das mais respeitadas do Douro
A Quinta de La Rosa é uma das mais respeitadas do Douro

Quem escreve essas linhas teve a oportunidade de provar, pela primeira vez, alguns vinhos portugueses integrantes do novo catálogo da Ravin. Nele estão contemplados os seguintes produtores:

Portugal 2014 - 3

Lusovini Terras de Fialho (Alentejo) –

Évora Monte da Colheita – Boas Quintas (Dão) –

Quinta de la Rosa (Douro) –

Agora as regiões de origem dos vinhos degustados:

O Douro foi a primeira região vinícola do mundo tendo os seus limites demarcados em 1756.

É a primeira região de vinhos portuguesa que toma o nome do rio que a atravessa e divide. Duas margens e uma mesma realidade que tem por elemento aglutinador o rio Douro que é o único rio português que corre entre margens escarpadas até a foz. A erosão criou algumas “chapadas planas” onde se desenvolveram algumas vilas, aldeias e casas elevadas. Santa Marta de Penaguião é um dos exemplos e Peso da Régua é a única cidade existente em todo Vale do Douro. Foi neste vale que se começou a produzir vinho seco que depois passou a ser beneficiado com a adição de aguardente, perdendo o nome de vinho fino para adotar o nome do cais de embarque (Vinho do Porto) para Inglaterra. Depressa se tornaria uma das riquezas de Portugal, responsável até hoje por uma grande parte dos bens exportados. Atualmente nova revolução se opera no Douro, porque os esforços de produção e comércio se dividem em duas frentes, onde se tem de contar cada vez mais com o vinho de mesa do Douro que a cada ano mais rivaliza, em qualidade e preço com o Vinho do Porto. O Vale do Douro deixou de ser um lugar de produção exclusiva desse tipo de vinho fortificado. Alguns bons espumantes portugueses e muito poucos bons brancos que evidenciam um potencial menosprezado pelos agentes econômicos e muito bons tintos que vão fazendo figura “além fronteira” são produzidos nessa importante região vinícola do Velho Continente.

A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da "Terrinha"
A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da “Terrinha”

Agora os vinhos degustados:

Dou Rosa Branco 2007 – Douro DOC – 14% álcool – R$ 74,00 – Dirigida atualmente por Tim e Sophia Bergqvist (pai e filha), a Quinta de la Rosa foi comprada e oferecida como presente de batismo à Claire Feueheerd, avó de Sophia. Pai e filha contam com ajuda do enólogo Philip nos negócios da vinícola, na posse da família há mais de um século. Em 2009, Jorge Moreira foi escolhido enólogo do ano pela afamada Revista de Vinhos e os seus vinhos Dou Rosa Branco 2008 e Quinta de La Rosa Reserva 2007 como os melhores do Douro. Utiliza 60% de Viosinho e o restante de Rabigato, Malvasia e Códega do Larinho, sem passagem por madeira. Análise organoléptica. Palha esverdeado. No olfato desponta fruta madura, cítrico sobre um fundo defumado. Na boca o corpo é pleno e balanceado confirmando a fruta. Álcool integrado. Alguma untuosidade, acidez delicada, leve sugestão cítrica. Elegante e escorregadio com fim-de-prova limpo, suave e sem arestas. Gostoso, tem bom frescor e leve mineralidade. Muito boa relação qualidade-preço. Avaliação: 88-89/100 pts.

A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da "Terrinha"
A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da “Terrinha”

Dou Rosa Tinto 2006 – Douro DOC – 14,4% álcool – R$ 74,00

Lote das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz sem passagem por madeira.Atraente cor rubi com reflexos violáceos. Boa complexidade aromática com leve toque de ameixa madura, uva-passa sobre um fundo discretamente terroso. Média intensidade. Na boca apresenta taninos equilibrados, presença de frutas negras com madeira integrada e discreta sobra de álcool. Bom frescor. Rugoso e ao mesmo tempo profundo, termina secante prometendo boa evolução na garrafa nos próximos anos. Avaliação: 87/100 pts. +

A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da "Terrinha"
A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da “Terrinha”

Quinta de La Rosa 2007 – Douro DOC – 14% álcool – R$ 99,00

Assemblage idêntica à do vinho anterior com passagem por carvalho francês durante doze meses. A cor também é parecida, um pouco mais intensa. No olfato notas de café tostado, madeira, pimenta e leve defumado. Boca a revelar um vinho quente, concentrado e sobretudo tânico reivindicando mais alguns anos na garrafa para o seu arredondamento, porque tem potencial para isso. A fruta madura está um pouco encoberta pela madeira. Termina forte e rústico com uma ponta de adstringência. Pede uma carne suculenta, como costeletas de cordeiro ou queijos curados. Longa vida na garrafa pela frente. Obteve 16,5/20 (20.06.2008) de Jancis Robinson em 88/100 de RP (28.02.2010) e da WS (01.01.2009). Avaliação: 86/100 pts. +

A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da "Terrinha"
A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da “Terrinha”

Passagem 2006 – Douro DOC – 14% álcool – R$ 146,00 –

Utiliza no seu corte Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz com passagem por carvalho francês por período não divulgado pelo produtor. Apresenta cor rubi intenso com reflexo púrpura. Nariz amplo, envolvente e complexo com notas lácteas, fruta madura e algum floral (violetas) com sustentação desses aromas na taça. Na boca sua entrada é quente e confirma as sensações olfativas com taninos densos e sedosos. Ótima acidez e integração dos taninos, fruta e madeira (amadurece em barrica de carvalho francês por período não divulgado). Elegante, longo e intenso deixa uma sensação persistente e agradável no fim de boca. Vai afinar na garrafa nos próximos anos. Avaliação: 89/100 pts.

A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da "Terrinha"
A Touriga nacional se adaptou bem em praticamente todas regiões da “Terrinha”

Quinta de La Rosa Reserva 2007 – Douro DOC – 14% álcool – R$ 289,00 –

Produzido com uvas das variedades Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, selecionadas nas melhores parcelas da Quinta. Rubi violáceo intenso, profundo com halo púrpura. Paleta aromática complexa, fruta madura em evidência, coco, tostado e discreto resinoso. Na boca é uma “pomada” porque é um vinho expansivo e solidamente estruturado com uma impressionante massa de taninos de ótima qualidade (quinze meses em carvalho francês) que deslizam pelo palato. Nenhum conflito entre fruta e madeira, bom frescor. Quente e volumoso necessita de tempo para evoluir na garrafa, contudo, já dá mostras do que será daqui alguns anos: um vinho cheio de estilo com acento português. Fim de prova persistente, generoso, sem arestas e com classe. Vinho reconhecidamente longevo, produzido com uvas da safra 2007 considerada excelente no Douro, para ser bebido nos próximos dez anos. Obteve 92/100 de RP (28.02.2010). Avaliação: 90-91/100 pts. ++

Alentejo

O Alentejo é uma vasta zona rural de planícies extensas salpicadas de sobreiros e de oliveiras, a planura perturbada pelo ocasional “monte” do cimo do qual se encontra uma grande propriedade ou uma pequena aldeia. A região é quente – muito quente – no verão, implicando a irrigação das inúmeras e vastas vinhas. Esta região está na linha de frente da revolução do nível de qualidade dos vinhos de Portugal, adotando métodos modernos de produção com excelentes resultados e conseguindo a consagração por parte da crítica internacional. A região ficou famosa graças aos tintos encorpados, frutados e adequados ao envelhecimento. As suas regiões DOC são Portalegre, Borba, Redondo, Vidigueira, Reguengos, Granja/Amareleja, Moura e Évora.

Alentejo 3

Terras de Fialho 2008 – Alentejo DOC – 13,5% álcool- R$ 33,00 – Criada pelo respeitado enólogo Carlos Moura e pelo empresário Casimiro Gomes, Terras de Fialho é uma empresa jovem, inovadora, moderna e voltada para a distribuição de grandes marcas portuguesas para todo mundo, com qualidade, preços justos e cepas que refletem o estilo e produção de Portugal. Análise organoléptica: Rubi violáceo intenso. Bons aromas com notas lácteas, frutas vermelhas e leve especiaria. Na boca é quente, tânico (boa qualidade), simples e franco. Termina rústico e secante. Boa tipicidade e relação qualidade-preço. Avaliação: 85/100 pts.

Alentejo 5

O Dão é uma região de colinas ondulantes e de pequenas propriedades vinícolas que dominam a paisagem dessa região, onde os vinhos tintos provenientes de solos ricos em granito e em xisto, oferecem uma grande diversidade em termos de estilo e expressão de fruta, com um toque terroso vegetal. Os brancos do Dão, geralmente, são frutados e aromáticos.

Boas Vinhas DOC 2008 – Dão DOC – 13% álcool – R$ 39,00

A Sociedade Agrícola Boas Quintas é um projeto pessoal do enólogo Nuno Cancela de Abreu iniciado em 1991, com o propósito de produzir “Vinho de Quinta” na nobre e renovada região do Dão. Com a filosofia de produzir vinhos de alta qualidade, com caráter nitidamente português, acreditando nas castas regionais quando bem adaptadas ao terroir local constituem uma das maiores valias. Análise organoléptica: Lote das uvas Tinta Roriz, Alfrocheiro e Touriga Nacional sem passagem por madeira, apresentou cor concentrada (rubi violáceo), aromas resinosos, vegetais com fruta discreta. Na boca confirmou esses aromas com taninos presentes de boa qualidade, boa salivação, leve sobra de álcool e final um pouco adstringente. Já está pronto para o copo e deverá ganhar suavidade nos próximos anos. Avaliação: 86/100 pts.

Ravin Staff

Durante o almoço preparado pela cozinheira Regina Barreiro, foi servido o Santa Julia Chardonnay 2008, 14% álcool, bons aromas com abacaxi maduro, mel, bom frescor e madeira bem dosada (87/100 pts) que apresentou boa harmonia com o salmão preparado no forno com ervas e brocólis.

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