Reunidos no restaurante paulistano Esplanada Grill do Morumbi Shopping, na noite de 18 de maio de 2010, os Confrades Paulo, Miguel, Marcos, Sérgio, Gilberto, Salvador, quem escreve essas linhas e os convidados que tiveram a oportunidade de aferir a qualidade atual dos vinhos argentinos e chilenos “Super Premium”. Ausentes justificadamente: Júlio, Waldir e Glauber.
A degustação transcorreu normalmente e o serviço do vinho foi profissional porque a equipe do Esplanada Grill se desincumbiu extraordinariamente bem. Agradecimentos especiais para Celso de Freitas, Maîtres Chiquinho e Brás e também para os garçons Cicilio e Adriano.Os vinhos foram servidos rigorosamente na ordem pré-estabelecida (às cegas) com a presteza esperada e devidamente numerados. As carnes, excelentes, destaque para a “Salada Juliana” e “Picanha Bordon” .
O tema escolhido pelo coordenador do mês Paulo “Argentina x Chile” foi oportuno e isso pôde ser notado pela acirrada peleja dos vinhos criteriosamente escolhidos, tanto é que houve um rigoroso equilíbrio nas notas atribuídas, excetuando o vinho que ficou em primeiro lugar, que disparou logo no início da degustação. Quanto aos demais houve alguma semelhança no perfil, com fruta e madeira integradas na maioria. O Domus Áurea 1997 foi desclassificado por dois degustadores. Provavelmente não estava na sua melhor forma, porque apresentou aromas a lembrar um vinho “bouchonée”, isto é, com rolha contaminada. O vinho foi adquirido no portal Wine (www.wine.com.br) que instado a se manifertar, prontamente emitiu um novo “vale-presente ou cupom desconto”, pelo que, externamos o nosso agradecimento a Paula Caetano, do SAC dessa loja.
Abaixo a descrição e avaliação dos vinhos consoante escolha do grupo:
10. Domus Áurea 1997 – rubi com reflexo granada brilhante com nítido halo de evolução, vegetal, herbáceo e pouco expressivo na boca. Em franco declínio. Desclassificado por dois Confrades. É um vinho reconhecidamente longevo, todavia, tudo indica que este exemplar teve problema de conservação. WS 91/100 (02/2001). Adquirido no portal Wine que efetuou a troca (vide acima)– preço: R$ 396,23. Não foi avaliado.
9.- Felipe Rutini 2003 – uvas: Cabernet Sauvignon (50% Agrelo), Merlot (30% Tupungato) e Malbec (20% Agrelo) – 13,5% álcool –Rubi violáceo. Fechado. Herbáceo. Decadente. Boca rústica, desequilibrada, densa e rugosa. Pode melhorar com comida. 89/100 WS (05/2005)
Importadora Zahil – preço: R$ 376,00
Nota: 85/100 pts.
8.- Epu 2001 – 14% álcool – Maipo/Chile – uvas: Cabernet Sauvignon e Carménère. – Rubi intenso com boa concentração de cor e discreto halo de evolução. Nariz mentolado, notas balsâmicas e alguma compota (goiabada). Boca no mesmo diapasão com fruta escondida, bons taninos, denso, macio e medianamente complexo. Falta-lhe profundidade gustativa. Terminou rugoso. Deverá permanecer assim durante mais algum tempo.
Sem Importador – preço estimado: R$ 200,00
Nota: 86/100 pts.
7.- Yacochuya – 1999 – Cafayate/Salta/Argentina – uva: Malbec – Rubi intenso, profundo com halo granada. Nariz fechado com leve mentol e alcaçuz sobre um fundo herbáceo. Melhor na boca, potente, taninos secantes, salivante, intenso com alguma profundidade. Não é muito complexo, porém, tem longa sobrevida pela frente. RP 91/100 (04/2001) e WS 90/100 (05/2002)
Importadora Grand Cru – preço: R$ 274,00
Nota: 86,5/100 pts.
6.- Lindaflor Malbec 2002 – Mendoza – 15% álcool –Rubi violáceo intenso sem halo de evolução. Fechado no nariz com toques vegetais. Superior na boca, quente, macio, taninos redondos, intenso, profundocom boa sobrevida pela frente. WS 89/100 (01/2005)
Importadora Grand Cru – preço: R$ 200,00
Nota: 87/100 pts.
5.- Clos Apalta 2007 – Colchágua/Chile – uvas: Carmenère (61%), Cabernet Sauvignon (24%), Merlot (12%) ePetit Verdot (3%) – 15% álcool – Rubi violáceo intenso e profundo. Nariz expressivo e complexo com baunilha, aniz e especiarias doces sobre um fundo frutado. Subscrição integral desses aromas no palato, boca volumosa, densa, frutada e sobretudo equilibrada. Vinho longo que termina frutado, ainda muito jovem. Vai longe.
Importadora Mistral– preço: R$ 293,92
Nota: 88/100 pts.++
4.- Montes Alpha “M” – 2006 – Apalta/Colchágua/Chile 14,5% álcool – Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot e Merlot – Rubi violáceo profundo com reflexo granada. Nariz complexo com mentol, chocolate, geléia de frutas vermelhas, licor de cassis e tabaco. Boca intensa, longa, rugosa, taninos jovens, poderosos e mastigáveis. Ótima concentração de sabor com fruta em evidência (geléia de amoras e framboesa). Final intenso e longo. Vai arredondar ainda mais na garrafa. Muita tipicidade com longa sobrevida na garrafa. RP 92/100 (06/2009) e WS 94/100 (05/2009)
Importadora Mistral – preço: R$ 280,72
Nota: 89,5/100 pts.++
3.- Santa Rita Casa Real 2005 -14% álcool – Maipo/Chile – Cabernet Sauvignon – Rubi violáceo intenso, profundo com halo granada. Nariz fino, complexo, mas a nota de goiabada entregou desde o início a sua nobre origem. Após algum tempo notas de tabaco e especiarias. Boca no mesmo diapasão com taninos macios, acidez salivante, ameixa e amora perfazendo conjunto equilibrado, de ótima concentração de sabor e amplo no meio de boca. Termina longo, intenso e sem arestas. Deve evoluir bem na garrafa nos próximos anos. Um vinho consistente que tem na regularidade de sua produção uma de suas maiores virtudes. WS 90/100 pts. (11/2009)
Importadora Grand Cru – preço: R$ 296,00
Nota: 90/100 pts.++
2.- Trapiche Manos Malbec – Mendoza – 2004 – 14,5% álcool – Rubi violáceo intenso, profundo, concentrado e jovem. Começou fechado e alcoólico. Depois apresentou uma nota forte de caixa de charutos. Camadas de licor de cassis, azeitonas, alcaçuz com ótima sustentação. A paleta aromática invocava um bom Cabernet Sauvignon. Na boca subscreveu esses aromas porque se mostrou expansivo, redondo a confirmar plenamente o olfato, com taninos jovens, macios e de excelente qualidade com perfeita integração de fruta e madeira. Boa acidez que pede comida, ótima concentração de sabor com intensidade, profundidade e alguma mineralidade. Termina macio e sem nenhuma aresta. Vinho delonga guarda. RP 97/100 (06/2007) e WS 95/100 pts. (03/2007)
Importadora Interfood – preço: R$ 296,60
Nota: 91/100 pts.+
1.- Catena Zapata Malbec Argentino 2005 – 14% álcool – Rubi violáceo intenso, profundo, concentrado com reflexo púrpura. Apresentou uma paleta aromática complexa e persistente que se impôs desde o início da degustação: mentol, licor de cassis,frutas negras e tabaco com excelente sustentação. Boca expansiva, redonda com taninos aveludados, intensos e finos a confirmar plenamente o olfato, sólida integração entre fruta e madeira. Elegante, polido, forte, termina intenso e sem nenhuma aresta. Um vinho à caminho da perfeição. Seguramente um dos melhores vinhos do Novo Mundo, presença obrigatória em qualquer lista de grandes vinhos que se preze. RP 93/100 (06/2007) e WS 90/100 pts. (03/2007)
Importadora Mistral – preço: R$ 347,60
Nota: 92,5/100 pts.++
10.- Domus Áurea 1997 – Winery
9.- Felipe Rutini 2003 – Zahil
8.- Epu/Almaviva 2001 – sem importador
7.- Yacochuya Malbec 1999 – Grand Cru
6.- Lindaflor 2002 – Grand Cru
5.- Clos Apalta 2007 – Mistral
4.- Montes Alpha “M” 2006 – Mistral
3.- Santa Rita Casa Real 2005 – Grand Cru
2.- Trapiche Manos Malbec 2004 – Interfood
1.-Catena Zapata Malbec Argentino 2005 – Mistral
Jeriel, parabéns pela degustação e pelas avaliações.
Já tinha tomado o Rutini e não tinha achado nada demais.
Preciso provar esse Catena, que deve ser ealmente bom, admiro muito o trabalho dessa bodega – sempre confiável.
Boa notícia foi o Santa Rita, uma vinícola muito linda e que já tinha provado bons vinhos (como o Floresta).
Abraço,
Rodrigo
Rodrigo,
Obrigado pela participação.
Abraço
Jeriel
Jeriel isso que é uma degustação, que o Deus Bacco te conserve !!!!
Saúde
Silvestre,
Eu é que fico com vontade de beber alguns néctares que vc diariamente
publica no seu blog (rsr)…
abraço
Jeriel
Jeriel, ótima degustação, hein? Se eu estivesse lá, acho que o EPU mudaria de posição. rsrs
Sou muito fã desse vinho. Foi o meu escolhido para a noite de reveillon desse ano.
Abraços
Daniel
Daniel,
Tudo bom?
Para te falar a verdade esse tipo de degustação me empolga mais do que algumas com vinhos do “Velho Mundo”.
Qdo. puder, mande-me algum texto para reproduzir aqui sobre a feira
que vc e o Beto estão organizando.
Na última viagem que fiz para o Chile trouxe um EPU 2006 que bebi na
CyT. Pena que não temos aqui no Brasil.
abração
Jeriel