Na degustação, além dos espumantes do sul do país, os tintos se destacaram, principalmente o Terragnolo Marselan 2009 (aguardando lançamento) e o Don Laurindo Gran Reserva 2005
Na degustação, além dos espumantes do sul do país, os tintos se destacaram, principalmente o Terragnolo Marselan 2009 (aguardando lançamento) e o Don Laurindo Gran Reserva 2005

A EIVIN, vinhos nacionais especiais tem por objetivo atender necessidade do mercado de encontrar pequenas vinícolas que produzem vinhos de qualidade internacional, elaborados com características próprias, identificados por seu terroir local.

Também atende a uma necessidade dos clientes: restaurantes e empórios, em adquirir pequenas quantidades de vinho para suas compras semanais, evitando grandes estoques e perdas de produto.

O modelo de trabalho escolhido é o do desenvolvimento comercial e de marketing de Vinícolas Nacionais com atuação em todo o território nacional. Este conceito foi criado após criteriosa análise do mercado nacional e internacional de vinhos com o apoio de um seleto grupo de amigos do vinho, entre consultores, críticos, jornalistas e donos de restaurantes/empórios.

Atualmente a EIVIN distribui vinhos das vinícolas brasileiras Marson (www.cavemarson.com.br), Cordilheira de Sant`ana (www.cordilheiradesantana.com.br), Terragnolo (www.terragnolo), Santo Emílio, Vinha Solo, Bettú e outras novas vinícolas que estão em fase de análise e cadastramento.

Abaixo impressões sobre os vinhos com destaque para o nível de qualidade das amostras degustadas na noite de 15 de junho de 2010. Márcio Marson, discorreu clara e serenamente sobre os objetivos da EIVIN e particularmente sobre características dos produtores e dos vinhos degustados. O resultado da degustação foi positivo. Márcio reuniu produtores escolhidos “à dedo” . São vinhos diferenciados e pouquíssimos conhecidos nessas bandas. O perfil das amostras vai do clássico Don Laurino Gran Reserva 2005 até o moderno Marselan 2009 da Terragnolo. Na ala dos espumantes, o destaque ficou para o Stellato Charmat, um vinho espumante de Cabernet e Merlot com boa fruta e ótimo frescor. O Panizzon Rosé também não decepcionou. Por fim, a conclusão é que a EIVIN tem um portfolio de vinhos nacionais de regiões até então desconhecidas que vale à pena ser conhecido.

Espumante Panizzon Rosé Brut

Origem: Brasil – safra: 2009 – álcool: 11,5% – uvas: Chardonnay e Pinot Noir – região: Altos Montes/RS – vinificado em Flores da Cunha – preço: R$ 32,12 – salmão brilhante e límpido. Perlage media, fina e delicada com discreta coroa de espuma. Olfato simples e franco com uma boa dose de frutas vermelhas num perfil convidativo e agradável. No palato é fino, frutado, curto e não deixa nenhum amargor. Para um espumante “Charmat” apresenta boa complexidade.

Avaliação: 86/100 pts.

Espumante Stellato Charmat

Origem: Brasil – safra: 2008 – álcool: 13% – uvas: Merlot e Cabernet Sauvignon em partes iguais – região: Lajes/Serra Catarinense – preço: R$ 43,00 – Em 2003 a Família Binotto adquiriu a Fazenda Quinta dos Montes situada em Urupema, Santa Catarina, naquele que é considerado um dos pontos mais altos e frios do Brasil. Iniciou o plantio de uvas finas e foi buscar referências no mercado internacional para a produção de vinhos de elevada qualidade. Elegeu a meta de plantar 40 ha de vinhedos e está iniciando um projeto para construção de uma das mais modernas vinícolas do país. Análise organoléptica: Cor rosa salmão brilhante, perlage intensa e fina com borbulhas em profusão. Perfil aromático complexo com frutas passadas, leve oxidado com notas de leveduras, tudo com boa sustentação na taça. Sem passagem por madeira, elaborado segundo o método charmat longo, a fermentação maloláctica realizou-se em tanques de aço inoxidável com temperatura controlada para aumentar a complexidade aromática e, pelo visto, isso foi conseguido. Amadurece sobre suas leveduras “sur lie” por três meses. Termina intenso e tem por destaque seu elevado frescor que lhe confere equilíbrio gustativo.

Avaliação: 87/100 pts.

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Villaggio Grando – Chardonnay

Origem: Brasil – safra: 2008 – álcool: 12,8% – região: Campos de Herciliópolis/Água Doce/SC – preço: R$ 51,00 – A história da Villaggio Grando se inicia nos anos 1990 quando um amigo de origem francesa analisou o clima, a altitude e o solo e concluiu que o terroir local é apropriado para o cultivo de “vitis vinifera”. Trata-se da região de Herciliópolis, município catarinense de Água Doce, onde a Floresta de Araucárias dá lugar aos Campos de Palmas, planalto de características singulares para o desenvolvimento e cultivo de vinhedos. O método de plantio utiliza espaldeiras e a exposição das videiras obedece ao sentido norte-sul. Os cachos maturam lentamente, o que resulta em vinhos bem estruturados e de vida longa, incluindo os brancos. Análise organoléptica: Coloração amarelo-palha claro brilhante. Nariz a sinalizar boa tipicidade da casta com notas amanteigadas, abacaxi, pêra, maçã verde sobre um fundo de mel com leve toque defumado. Média intensidade com boa complexidade aromática. Na boca, apresenta boa acidez e concentração de sabor com delicadeza e mineralidade. Limpo (sem madeira), equilibrado termina com levíssimo amargor vegetal que não incomoda.

Avaliação: 86/100 pts.

Prelúdio

Origem: Campos de Cima da Serra/RS – safra: 2007 – álcool: 12,7% – uvas: Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc (respectivamente nas proporções de 70%, 20% e 10%) – preço estimado: R$ 46,30 – Primeiro projeto da Vinha Solo, elaborado à partir de vinhas de produtividade reduzida (menos de 2 kg por planta) e sem adição de conservante INS 220 consoante afirmação de seu produtor Marco Danielle. Análise organoléptica: rubi intenso com alguma profundidade. Muito complexo no olfato com aromas de couro, caça e madeira sobre um fundo vegetal. Na boca um degrau a menos, com taninos de qualidade média, ligeira sobra de álcool e pouca fruta. Termina com leve aspereza e rusticidade.

Avaliação: 82/100 pts.

Bettú Cabernet Sauvignon

Origem: Brasil – safra: 2004 – álcool: 13,5% – uva: Cabernet Sauvignon – região: RS/Garibaldi – preço estimado: R$ 120,00 – Vilmar Bettú é reconhecidamente um produtor garagista de primeira linha. Recentemente, quem escreve essas linhas teve oportunidade de provar dois rosés de sua autoria, um filtrado e outro não. Ambos agradaram, mas o não filtrado se sobressaiu por conta de seu sabor concentrado e saboroso. Seus vinhos tem personalidade e o lema da vinícola é “respeito pela natureza está em primeiro lugar”. Análise organoléptica: Rubi violáceo intenso com halo de evolução. No olfato inicialmente predominou uma nota de uva americana, sagú, mentol, café e aromas terciários sobre um fundo herbáceo. No palato é um vinho redondo, macio, taninos de media qualidade, boa acidez e madeira integrada. Termina rústico. Seu estilo lembra vinhos do Velho Mundo. Tem concentração de sabor proporcionada pela maceração longa (30 dias) e passagem por barrica de “madeira velha” (13 meses). Um vinho que dividiu opiniões, eis que não apresentou a tipicidade esperada da casta, mas também não decepcionou. Não vai evoluir, porém, poderá ser bebido sem pressa nos próximos anos porque ainda tem sobrevida na garrafa.

Avaliação: 85/100 pts.

Terragnolo Marselan

Origem: Bento Gonçalves/Vale dos Vinhedos/RS – safra: 2009 – álcool: 13,8% – uva: Marselan – preço não divulgado – A história da Terragnolo remonta a 1875 com a chegada de Luigi Valduga ao Brasil, vindo de TerragnoloTrento, norte da Itália. Luigi trouxe na bagagem mudas de videiras que foram plantadas na região de Bento Gonçalves. Hoje a família já se encontra na quarta geração, nas mãos de Sandro Valduga que além de produzir vinhos, faz sucos e geléias diferenciados que também levam a marca Terragnolo. Obs: A Marselan resulta do cruzamento da bordalesa Cabernet Sauvignon com a Grenache, que desempenha papel importante no Rhône e na Espanha. Análise organoléptica: Rubi profundo com reflexo púrpura. Nariz poderoso e crocante, aromas concentrados de geléia de frutas negras (amoras e ameixas), coco, especiarias, chocolate escuro e algo lácteo sobre um fundo terroso. Na boca subscreve plenamente o nariz com frutado exuberante, suculento e gostoso. Taninos potentes contrabalançados por acidez de viés gastronômico a formar um vinho de perfil moderno e que demonstra o potencial da região. Termina com ligeira adstringência que se suavizará com mais algum tempo na garrafa. Longa vida pela frente.

Avaliação: 88/100 pts.

Don Laurindo Gran Reserva

Origem: Brasil – safra: 2005 – álcool: 13,5% – região: Bento Gonçalves/Vale dos Vinhedos/RS – uvas: Tannat (80%) e Ancellotta – preço: R$ 157,51 – O lema é “o amor pelo vinho”. Vinícola criada em 1991, quando Laurindo Brandelli reuniu os filhos e com eles, resolveu institucionalizar a venda de seus vinhos, surgindo assim a Don Laurindo Ltda., empresa familiar. Unindo-se tradição, arte e técnica, através da produção própria e seleção das uvas, obtém-se vinhos típicos e longevos. Análise organoléptica: rubi violáceo intenso com alguma profundidade. Aromas frutados com predomínio de geléia de frutas vermelhas (framboesa, cereja e amora) especiarias e madeira fina. Denso e rugoso na boca, com uma massa tânica de ótima qualidade que lhe dá vida. Tudo no lugar certo: álcool, taninos, acidez e madeira perfazendo um conjunto equilibrado e prazeroso. Vinho regular e consistente que apresenta ótima evolução na garrafa, podendo ser guardado por 8/10 anos.

Avaliação: 88/100 pts.

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