No centro Marco Ricasoli-Firidolfi, da Rocca di Montegrossi
Chianti Classico
Em 1° plano “Vin Santo Rocca di Montegrossi”: 95/100 pts.
Vinhos DOCG

A vinícola Rocca di Montegrossi está localizada no coração de Chianti Clássico, a 7 km da Comuna de Gaiole in Chianti, remonta às origens da região e do próprio Chianti. De propriedade de Marco Ricasoli Firidolfi, descendente da família Ricasoli-Firidolfi, com tradição secular no cultivo de vinhos, eis que dos 60 hectares da fazenda, 20 hectares são dedicados às vinhas e 20 aos olivais. Os vinhedos estão situados em áreas montanhosas, com declives suaves de calcário e com condições climáticas que favorecem a produção de uvas de qualidade como Sangiovese, Canaiolo, Colorino, Pugnitello, Malvasia del Chianti, Merlot e Cabernet Sauvignon.

 

A estrutura da vinícola, cuja adega foi completamente restaurada em 2000, alia tradição e tecnologia, com tanques de cimento vitrificados e barris de carvalho com temperatura controlada que garantem a perfeita fermentação das uvas. Dos rótulos produzidos pela Rocca di Montegrossi, o Chianti Clássico San Marcelino 2004 e o Geremia 2004 receberam 93/100 de Robert Parker e o Vin Santo 2000 94/100 pts., considerado pelos críticos um dos melhores vinhos de sobremesa da Itália (vide avaliação ao final do texto).

Vin Santo del Chinati Classico: apenas 2.500 garrafas produzidas, 5 meses de “appassimento”. Fermenta e amadurece em barricas de cerejeira e carvalho novo durante 6 anos antes de chegar ao mercado. O exemplar degustado foi da safra 2001. Recebeu 95/100 pts., trazido ao Brasil por Marco Ricasoli-Firidolfi especialmente para essa degustação.

O produtor Marco Ricasoli-Firidolfi cresceu numa família com tradição secular no cultivo de vinhos fortes, eis que a família Ricassoli era proprietária do Castelo de Brolio, o Rocca di Montegrossi, o Monteluco Castelo e o Castelo Cacchiano, em Monti in Chianti, no coração da Toscana, onde Marco cresceu e cultivou sua paixão pelo vinho. Ricasoli é descendente do famoso “Barão de Ferro”, cujo nome verdadeiro era Bettino Ricasoli, nascido em 1809 e político de destaque no “Risorgimento” italiano, movimento que levou à unificação da Itália e que o tornou primeiro-ministro. O barão teria criado, com um amigo, a fórmula para a Sangiovese que seria mais tarde, o Chianti Clássico.

Marco Ricasoli-Firidolfi, proprietário da Rocca di Montegrossi, sediada em Monti in Chianti, San Marcellino, Gaiole in Chianti, Siena, Itália.

Seus estudos começaram em Florença. Após concluí-los, Marco foi para França, país pelo qual é apaixonado. Durante dois anos fez cursos na Universidade de Bordeaux e Universidade de Dijon, na qual dedicou-se a aprimorar seus conhecimentos em enologia. Ao retornar à Itália, decidido à colocar em prática toda teoria adquirida e dar continuidade à tradição familiar, Marco funda a Rocca di Montegrossi, em 1995. Neste período, expandiu o cultivo das vinhas para 20 hectares e manteve firme sua filosofia focada no terroir e na qualidade dos vinhos que produz.

A Rocca di Montegrossi é uma vinícola estabelecida em Siena, na Toscana

Abaixo a descrição e avaliação dos vinhos degustados. Destaco os esforços de Bruno Airaghi para trazê-lo ao Brasil bem como o seu desempenho à frente da linha Classics da Interfood. Também estiveram presentes Nádia Maira (Interfood), João Curi (Interfood), além de outros formadores de opinião que se reuniram no Restaurante Arola Vintetres, na noite de 23 de junho de 2010, para degustação comandada por Marco Ricasoli-Firidolfi:

 

Chianti Clássico DOCG 2006 – 13,5% álcool – região: Gaiole in Chianti – uvas: Sangiovese (90%) e Canaiolo (10%) – preço R$ 112,30 – Rubi com alguma concentração. Aromas com predomínio de notas balsâmicas, chocolate e um leve “sottobosco”. Na boca é um vinho estruturado, tânico (boa qualidade) e expansivo, com sua acidez gastronômica completando o conjunto, de acento mineral. Termina salivante e intenso. É bom ressaltar que a Rocca di Montegrossi conta com certificado de Azienda Biológica. Recebeu 89/100 pts. da WA de RP. A safra de 2006 foi ótima na Toscana. Avaliação: 88/100 pts.

 

 

Vigneto San Marcellino Chianti DOCG 2004 – 13,5% álcool – região: Gaiole in Chianti – uva: Sangiovese (100%) – preço R$ 214,65 – Rubi intenso profundo. Mais complexo do que o anterior com sugestões de ameixas, especiarias e leve tostado. Boca no mesmo diapasão, taninos quase maduros, leve calor, ótima acidez expansiva e salivante. Mostra no palato toda força e rusticidade da Sangiovese. À exemplo do anterior tem acento mineral, notas de ameixas e grande expansão na boca. Um vinho típico que mostrou grande evolução na taça. Perfeito para comida. Avaliação: 91/100 pts.+

 

 

 

Vigneto San Marcellino Chianti DOCG 2006 – 14% álcool – região: Gaiole in Chianti – uva: Sangiovese (100%) – preço R$ 214,65 – O “Vigneto San Marcelino” é um vinhedo muito antigo, quase extinto que produz vinhos de grande concentração. Rubi intenso profundo com reflexo arroxeado. No olfato apresenta notas de mentol, alcaçuz e especiarias. Na boca é menos intenso do que o anterior, porém, seus taninos são jovens e sedosos. Frutado (ameixas e amoras), equilibrado e persistente, é um vinho que ganhará complexidade com seu envelhecimento na garrafa nos próximos anos. Avaliação: 90/100 pts.++

 

 

 

Geremia IGT Toscana 2005 – 13,5% álcool – região: Gaiole in Chianti – uvas: Merlot (60%) e cabernet Sauvignon (40%) – preço R$ 205,60 – Rubi intenso profundo. Perfil aromático distinto dos três exemplares anteriores, com notas de frutas vermelhas, licor de cassis e uma pontinha de alcaçuz. Na boca subscreve esses aromas ao exibir fruta integrada aos demais elementos: álcool, madeira, taninos e acidez de viés gastronômico. Um legítimo “Supertoscano”, amadurecido por 18 meses em barrica de carvalho francês de média tosta “Alliers”. Sem filtração, permanece dois anos na garrafa antes de ir para o mercado. Retrogosto frutado. Promete longa vida na garrafa. Dividiu com o Chianti 2004 o título de melhor da noite para os presentes. Avaliação: 92/100 pts.++

 

 

Vin Santo Del Chianti Clássico 2001 – 13,5% álcool – região: Gaiole in Chianti – uvas: Malvasia (95%) e Canaiolo (5%) – preço: n/c (garrafa de 375 ml) – vinho de pequena produção anual, apenas 2.500 garrafas, considerado um dos melhores da Itália do gênero: Dourado intenso brilhante. Exala aromas deliciosos e convidativos de amêndoas torradas, damasco, frutas secas, geleia de laranja sobre um fundo de mel com excepcional sustentação na taça. Na boca é simplesmente sublime, untuoso e exibe um equilíbrio gustativo muito próximo da perfeição eis que o seu dulçor tem contraponto na acidez, na fruta e no álcool. Intenso, longo, profundo é interminável no palato. Depois de sorvido deixa uma gostosa e intensa nota crocante e amendoada. O melhor vinho de sobremesa italiano degustado por quem escreve essas linhas. Sem previsão de importação para o Brasil. Avaliação: 95/100 pts. ++

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