Na última quarta, dia 30 de junho, com organização da competente Paola Mastrocolla e com a presença do Presidente Moët Hennessy do Brasil, Sergio Degese e de Hervé Birnie-Scott, Diretor de Enologia da Bodega Terrazas de los Andes, houve a apresentação, no restaurante Dalva e Dito, para a imprensa da linha de vinhos e de amostras de novo projetos dessa que é, indubitavelmente, uma das mais importantes vinícolas Argentinas do momento.
Hervé Birnie-Scott, francês, engenheiro agrônomo e enólogo, trabalhou na Argentina entre 1991 e 1998 foi o criador do projeto Terrazas de los Andes, cuja primeira safra chegou ao mercado em 1997. Em 1998 foi nomeado “Diretor de Operações e Enologia” da divisão da Moët Hennessy que contemplava oito vinícolas em três continentes. Fazia essa coordenação diretamente de Mendoza. Em 2002, retornou à França na condição de “Diretor de Operações” da Moët & Chandon, em Champagne, até 2006, quando passou a exercer a mesma função, só que agora para todo grupo Moët Hennessy. Em 2008 tornou-se “Diretor Técnico” da Vinícola Numanthia, em Toro, na Espanha. Especialista no terroir Mendocino, decidiu retornar à Argentina em março de 2009, como “Diretor de Enologia” da Terrazas de los Andes, além de “Estate Director” para outras vinícolas do grupo na Argentina. Atualmente Hervé está á frente da linha de vinhos criada por si no século passado.
Localizada em Perdriel (Luján de Cuyo/Mendoza), a velha bodega que um dia pertencera à Domecq foi reformada faz alguns anos. No passado distante (1898) pertencera a Sotero Arizu, um dos precursores da indústria do vinho na Argentina. Tem estilo e bom gosto e ainda possui tecnologia de última geração de acordo com o perfil de exportador que lhe foi dado pelo grupo francês proprietário (Chandon/LVMH). Suas propostas se inovam a cada ano. Fato digno de nota foi sua associação com Pierre Lurton, do Domaine Cheval Blanc, iniciada em 1999 para elaborar um dos vinhos ícones mais importante da Argentina: Cheval des Andes, que teve como co-autor o dinâmico Roberto de la Mota, que deixou a empresa para dedicar-se a empreendimento próprio, mas que até hoje presta assessoria a Terrazas.
A vinícola conta com uma exclusiva residência para receber turistas e se constitui numa das opções mais atraentes da região para se visitar. Além de sua arquitetura impactante, os vinhos podem ser desfrutados num atraente Wine Bar com vista para a adega. Os tintos e brancos são de perfil internacional, mas sem perder de vista o selo distintivo da Argentina, algo que Manuel Louzada (Diretor) e Pablo Rodriguez (enólogo principal) sabem fazer muito bem. O Malbec, em seus três níveis de rótulos, é um vinho de grande sucesso que no Brasil, principalmente na região Sudeste, pode ser encontrado sem muito esforço nas melhores redes de supermercados. O Chardonnay e o novo Torrontés caminham pela mesma senda, dois vinhos argentinos que adotaram com sucesso a tampa de rosca.
Atualmente, a Terrazas tem capacidade para oferecer desde vinhos de alta qualidade produzidos em grande quantidade até produções limitadas e muito interessantes que exemplificam bem o seu terroir. Sua especialização abrange desde vinhos de altitude – a altitude ideal para cada variedade de uva – até a elaboração de vinhos “Super Premium”.
As uvas da linha Reserva são colhidas manualmente nas regiões de Tupungato, Vistalba, Perdriel e Cruz de Piedra. Com mais de 47 anos de pesquisas do microclima local, a Terrazas de los Andes identificou a altitude certa para cada variedade e, assim, consegue extrair delas todo seu potencial. Com uma produção limitada, são vinhos que expressam toda tipicidade varietal, amadurecidos por doze meses em barris de carvalho e que apresentam expressão de fruta, corpo e estrutura:
Terrazas Reserva Syrah 950 metros – Cruz de Piedra
Terrazas Reserva Cabernet Sauvignon 980 metros – Perdriel
Terrazas Reserva Malbec 1067 metros – Vistalba
Terrazas Reserva Merlot 1150 metros – Tupungato
Terrazas Reserva Chardonnay 1200 metros – Tupungato
Terrazas Reserva Torrontés 1800 metros – Salta
Degustação –
Terrazas de los Andes Reserva Torrontés “Unoaked” 2009 (Salta/Argentina) – 13,5% álcool – preço médio: R$ 60,00 – A Torrontés surgiu do cruzamento da Moscatel de Alexandria com a Criolla Chica e seu terroir fica em Cafayate, Província de Salta, a 1800 metros acima do nível do mar. Análise organoléptica: este exemplar exibiu coloração palha claro quase translúcido. Intensos aromas florais (jasmin), cítricos, pera e lichia. Na boca é limpo (sem amargor ou adstringência), redondo, mineral e cítrico. Médio corpo e ausência de travo amargo no fim-de-boca com algum frescor. Termina com alguma persistência e deve crescer à mesa, por conta de sua inequívoca personalidade. Não passa por barrica de madeira para preservar sua fruta e frescor. Avaliação: 86/100 pts.
Degustação
Terrazas de los Andes Reserva Chardonnay 2008 (Tupungato/Mendoza/Argentina) – 13,5% álcool – preço médio: R$ 60,00 – amarelo dourado com reflexos esverdeados. Aromas típicos da casta no Novo Mundo com abacaxi, pêssego e damascos maduros sobre um fundo de baunilha. Leve “amanteigado”. Na boca subscreve integralmente as sensações olfativas com a madeira se integrando à fruta. O amadurecimento durante 8 meses em carvalho francês lhe atribui inequívoca capacidade de evolução na garrafa. Acidez mediana e final intenso, com leve nota tostada. Bom exemplo do potencial da Chardonnay em solo platino. Avaliação: 87/100 pts. +
Terrazas de los Andes Reserva Malbec 2008 (Vistalba/Mendoza/Argentina) – 13,5% álcool – preço médio: R$ 70,00 – Rubi com reflexo violáceo e halo púrpura. Aromas típicos da casta com ameixas, chocolate, leve sobra de álcool e madeira (amadurece doze meses em barrica de carvalho francês: 1/3 novos, 1/3 de segundo uso e 1/3 de terceiro uso). Na boca é um vinho ainda muito jovem, com taninos por amaciar e secantes, ocultando a fruta. Expansivo, encorpado e mineral, é bastante conhecido dos brasileiros por ser confiável e detentor de interessante relação preço-qualidade. Acidez marcante e final intenso com amargor. Tudo indica que mais algum tempo na garrafa contribuirá para melhor afinamento do conjunto. Avaliação: 85/100 pts. +
Afincado Malbec 2006 (Las Compuertas/Mendoza/Argentina) – 14% álcool – preço médio: acima de R$ 200 – importado por Möet Hennessy do Brasil – tel 011 3062 8388 – Rubi com reflexo violáceo e halo púrpura. Aromas expressivos de especiarias, toffee, coco sobre fundo defumado. Boca no mesmo diapasão, redonda por conta de seus taninos finíssimos, corpo pleno, final profundo e intenso com notas frutadas e algum chocolate. Retrogosto duradouro. Longa vida pela frente. Obteve 91/100 pts. de RP em 31.08.2009. Safra apontada como excelente em Mendoza. Avaliação: 90/100 pts. ++
Single Vineyard Malbec Altamira 2008 ou “Top Malbec 1” – vinho trazido especialmente por Hervé Birnie-Scott para apresentação aos jornalistas. Liberação prevista para o fim de 2010. Elaborado com uvas de vinhedos plantados em 1945, em Altamira, Sul do Vale de Uco, Mendoza. Análise organoléptica: impressionou logo no início com sua linda cor púrpura intenso intransponível. No nariz uma explosão de frutas com ameixas, cerejas e framboesas. Foi se modificando na taça com notas de geléia de frutas vermelhas, fumo-de-corda, tostado sobre um fundo defumado. Na boca manteve as sensações olfativas, com taninos finos solidamente presentes, perfeito equilíbrio do álcool, fruta, acidez e madeira eis que tudo está entrelaçado harmonicamente perfazendo um conjunto de invejável equilíbrio gustativo com o frescor a se destacar. Um exemplo de que a busca pelo terroir ideal no Novo Mundo está a atingir seu objetivo. Termina salivante e deixa uma nota frutada no palato. Avaliação: 91/100 pts. ++
Single Vineyard Malbec Las Compuertas 2009 ou “Top Malbec 2” – vinho trazido especialmente por Hervé Birnie-Scott para apresentação aos jornalistas. Elaborado com uvas de vinhedos plantados em 1929, descendentes diretos dos primeiros clones levados para Argentina pelo francês Michel Pouget, popularmente conhecido por “Dr. Malbec”. Las Compuertas fica na pré-cordilheira, Norte do Vale de Uco, Mendoza, a 1.067 metros acima do nível do mar. Análise organoléptica: rubi violáceo semelhante ao anterior na cor. Menos intenso nos aromas mas não menos complexo, com notas de geléia de frutas vermelhas (cerejas), ameixas e amoras maduras. Sugestões de baunilha e tostado. Na boca é um vinho volumoso que repete os aromas maduros com fruta e madeira em integração. Leve sobra de álcool, taninos presentes de qualidade acima da média (mastigáveis) contrabalançados por acidez adequada. Profundo, termina intenso e levemente adstringente, clamando por mais tempo na garrafa para o seu pleno amadurecimento. Lançamento previsto para 2011.
Avaliação: 89/100 pts. ++
Afincado Tardio Petit Manseng 2006 (Finca El Yama/San Carlos/Valle de Uco/Mendoza) – 14% álcool – preço médio: acima de R$ 100 – importado por Möet Hennessy do Brasil – tel 011 3062 8388 – a Petit Manseng é uma uva originária do Sudoeste francês, zona dos Pirineus, que se caracteriza por seus altos teores de açúcar contrabalançados por sua boa acidez natural. Análise organoléptica: palha com reflexo dourado bem marcado. Aromas expressivos de flores brancas (jasmins) e de frutas maduras (damasco e casca de laranja) com leve sobra de álcool. Boca de acidez firme a lhe afiançar bom frescor, ótima concentração de sabor com pitadas de fruta cítrica madura, compota e uma pontinha de frutas confitadas. Rico e expansivo, sua profundidade gustativa aliada à sua acidez delicada formam um conjunto intenso, delicioso e quem sabe, um dos mais equilibrados vinhos de sobremesa platinos. Termina frutado e redondo. Retrogosto marcado pela doçura. Longa vida pela frente. Vinho produzido somente nas boas safras; 2006 foi uma delas. Avaliação: 89/100 pts.+
Agradecimento especial: Paola Mastrocolla e Antonio Montano pela organização impecável do evento
Ganhei de presente uma garrafa do vinho ( Terrazas de Los Andes- Malbec – 2008), confesso que não dei tanta importância ao produto. Quando tomei do vinho, fiquei impressionado e, comecei a pesquisar.
Preciso de apoio e ajuda de onde encontrar e comprar, com o melhor preço, se possível, a safra 2008.
Abc.
Elerati.
Aqui em São Paulo esse vinho é facilmente encontrado na CBD (Extra e Pão de Açucar) e nas boas lojas de vinho. É um vinho que realmente vale o preço, apreci-o muito.
Se estiver fora de SP me avise para poder te informar.
atenciosamente
Jeriel