No sábado (23.07.2011) recebemos alguns amigos em casa para uma degustação diferente. Cada um trouxe um “superchileno”. O anfitrião se dispôs a abrir o Caballo Loco n° 10. O Don Melchor 2003 e o Santa Rita Casa Real 2005 foram trazidos pelos convidados. Os três vinhos foram decantados. Dá para imaginar qual dos três foi o azarão? Esclareço que os vinhos foram servidos em três decanters sem identificação. Ficaram descansando por 40 minutos. Foi lançado o desafio. Segue o resultado dessa degustação:  

Três vinhos chilenos. O mais barato custa mais de R$ 200. O Chile é um país que se notabilizou por fazer vinhos baratos com um nível mínimo de qualidade. Mas ao elaborar vinhos caros, perde o seu maior diferencial, qual seja, o de produir vinhos "bons e baratos"

 

Segue o pódio. Os preços são os vigentes na época de aquisição das garrafas nas importadoras Expand, Grand Cru e Bruck, respectivamente:

3° lugar – Don Melchor 2003 –  R$ 380 (na época da aquisição)

2° lugar – Caballo Loco n° 10 (corte de 50% do n° 9 e 50% da safra 2005) –  R$ 235

1° lugar – Santa Rita Casa Real 2005 –  R$ 290

 

Degustação

Na degustação “às cegas” o Santa Rita  2005 abriu vantagem logo no início. A sua cor era a mais concentrada e violácea dos três; seus aromas mais abertos, intensos e complexos. A sua vitória foi “devidamente sacramentada” no palato: denso, profundo, taninos aveludados, acidez presente, facilmente passaria por um caldo do Velho Continente. Abriu muitos “goles de vantagem” sobre os dois concorrentes logo no início, porém, o Caballo Loco n° 10  reagiu e se mostrou virtuoso na boca, principalmente, com notas de geléia de frutas negras, madeira, álcool e fruta  integrados. Justificou toda sua boa fama.  Por fim, aquele que foi apontado como favorito ficou na terceira colocação. Ocorre que a garrafa do Don Melchor 2003, provavelmente, estava com algum problema que nem Hugh Johnson consegue explicar: ” Não há grandes vinhos, apenas grandes garrafas de vinho”. Mais à frente arremata: “A variação entre garrafas é um fator de risco que muitos compradores, mesmo de garrafas raras e preciosas, preferem não levar em consideração. É quase certo que uma garrafa, numa caixa de doze,  será um malogro: não necessariamente bouchonée – o casual mas fatal resultado do fungo na rolha – mas apenas misteriosamente abaixo do nível. Se um crítico reconhece uma garrafa defeituosa, ele ou ela tem por obrigação abrir uma outra. O consumidor comum, entretanto, só pode reclamar do azar”.

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4 thoughts on “Resultado da degustação “três Superchilenos”: Don Melchor 03, Santa Rita Casa Real 05 e Caballo Loco n°10”

  1. Tinha apostado no Caballo loco e errei. Não conheço o Santa Rita, mas o que mais tem me chamado a atenção é que nas últimas disputas que tenho lido, o Don Melchor sempre entra como favorito, mas não tem correspondido e fica nas últimas posições. Fato curioso para esse que é considerado um dos maiores ícones chilenos.

    1. Muito bem, na degustação ele não foi o melhor simplesmente por um motivo: houve unanimidade a concluir-se que de todos degustados será o mais longevo.
      Parabéns pelo presente!

      att

      Jeriel

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