Em 27 de julho último, quem escreve teve  oportunidade de provar os vinhos do famoso enólogo chileno, Álvaro Espinoza, em almoço especialmente oferecido pela VinhoSul (www.vinhosul.com.br ou tel. 011 3507 7932) de Caio Gurgel e sua equipe que tem o Fábio Gregório e o Flávio como integrantes. O Guia Descorchados  2008  afirma que: “Geo Wines é a empresa de assessoria técnica do enólogo Álvaro Espinoza, que desde 2007 começou a produzir seus próprios vinhos, que refletem a sua filosofia e seu estilo enológico ao produzir tintos generosos e maduros. Porém, a novidade é que a Geo Wines está começando a pesquisar em diversas regiões do Chile: Bío Bío, Elqui, Colchágua e Maipo. Um interessante processo de pesquisa de um dos enólogos mais influentes do Chile” .  À corroborar essa assertiva, basta dizer que na edição 2011 do mesmo guia (gentilmente cedido a esse escritor por Inner Editora), dos 14 vinhos degustados 10 foram recomendados; o de menor nota obteve 88/100 pts.

Sobre a Geo Wines

Geo Wines foi fundada em 2002 por Sergio Reyes, gerente geral da empresa, Álvaro Espinoza, um dos enólogos mais respeitados e inovadores no Chile, escolhido Personalidade do Vinho em 2007 pelo International Wine Challenge, e Juan Carlos Faundez, que  trabalhou por mais de 15 anos com Álvaro Espinoza e compartilha a mesma paixão e conhecimento sobre o vinho e a viticultura sustentável.

Geo Wines oferece vinhos das melhores denominações de origem do Chile, Elqui, Limarí, Maipo, Colchagua, Casablanca e Leyda. Nesses lugares, os vinhos são produzidos manualmente, com  criatividade, permitindo que o caráter varietal e o potencial de fruta de cada cepa aumente para atingir a sua máxima expressão.

Geo Wines se dedica à qualidade proporcionada pela viticultura sustentável. Isso se reflete na linha de vinhos orgânicos Chono San Lorenzo e Chono San Lorenzo Estate, bem como na  linha Cerrillos. Estes vinhos são feitos de acordo com os princípios da viticultura orgânica e biodinâmica e representam uma proposta única no Chile.

Por fim, Geo Wines comercializou seus vinhos pela primeira vez no ano de 2001. Hoje a vinícola está presente em mais de 20 países ao redor do mundo. Os vinhos são produzidos em quantidades limitadas, privilegiando sempre a fruta e o caráter elegante de cada exemplar. Fonte: portal da Geo Wines

 

 

Geo Wines participará em vários eventos no Chile e internacionais durante os próximos meses:

  • International Wine & Spirits Competition  – Inglaterra
  • Press Campaign Montreal, 31 de agosto, 2011, atividade organizada por Wines of Chile
  • Annualt Trade Tasting, Londres 7 de septiembre, 2011, atividade organizada por Wines of Chile
  • Cata d’or, Santiago de Chile 10 – 12 de setembro 2011
  • Tasting Chile en Montreal, 28 de setembro 2011, atividade organizada por Wines of Chile

 

 

 

 

 

Chono Reserva Sauvignon Blanc 2010: tipicidade exemplar

 

Chono Syrah Reserva 2009: do longínquo vale do Elqui vem esse vinho gostoso!

 

 

 

Chono San Lorenzo Estate 2008: um gigante orgânico do Vale do Maipo

 

 

 

Flávio, da equipe de vendas da VinhoSul

 

A seguir a descrição e avaliação dos vinhos degustados:

 

Rayun Chardonnay Reserva 2009álcool: 13,5% – região: Maipo – preço: R$ 44 –  Amarelo palha com reflexo esverdeado. Nariz aberto e delicado com notas amanteigadas e florais sobre fruta madura (abacaxi). Na boca, é um vinho fresco, delicado, balanceado e com toques cítricos e sem amargor. Avaliação: 86/100 pts.  

Chono Sauvignon Blanc Reserva 2010 – álcool: 12,5% – região: Casablanca – preço: R$ 46 – palha claro brilhante . Intenso e complexo no nariz com o frutado típico do Vale de Casablanca (maracujá), toques de arruda e vegetal com ampla sustentação na taça. Na boca se mostrou equilibrado, sem excesso de álcool (12,5%), acidez delicada provocando boa salivação, fruta em evidência sustentada pelo corpo pleno e alguma mineralidade. Além da sua boa tipicidade, apresenta atraente relação preço-qualidade. Avaliação: 88,5/100 pts.

Rayun Pinot Noir Reserva 2010 – álcool: 13,5% – região: Casablanca – preço: R$ 50 – a palavra Rayun deriva do idioma Mapuche e quer dizer “floração”. Os vinhedos deste Pinot são os mesmos do Sauvignon Blanc, estão a cerca de 25 km do Pacífico e são de origem granítica. 40% do mosto amadureceu em barrica de carvalho francês e americano e o restante em cuba de aço inoxidável. Análise organoléptica: cor típica da casta, vermelho rubi sem muita concentração. Aromas frutados com cereja e groselha sobre um fundo levemente amadeirado. Na boca exibiu taninos de boa qualidade, acidez média e boa harmonia entre fruta e madeira. Medianamente concentrado, é um típico Pinot Noir chileno, balanceado, redondo e de persistência média/curta. Avaliação: 86/100 pts.

Chono Classic Carménère 2010 – álcool: 13% – região: Vale Central – preço: R$ 28 – Chono em idioma Mapuche significa “forte”. Álvaro Espinoza é apontado como um dos enólogos que identificaram a Carménère nos vinhedos chilenos. Essa linha de vinhos se caracteriza por ser a expressão dos terroirs mais interessantes do Chile. Análise organoléptica: vermelho rubi com reflexo violáceo indicando juventude. No nariz apresentou aromas pouco intensos mas com alguma complexidade: sugestões terrosas sobre um fundo levemente herbáceo, sem os costumeiros exageros apresentados pelos vinhos dessa casta. Repetiu na boca os aromas, taninos leves, acidez média e ótima concentração de fruta sem interferência de madeira. Enfim, um Carménère de estilo diferente, balanceado, que vale o preço. Avaliação: 86/100 pts.

Chono Syrah Reserva 2009 – álcool: 14% – região: Elqui – preço: R$ 49 – este é um dos vinhos mais emblemáticos do genial Álvaro Espinoza. O Vale de Elqui fica 500 km ao Norte de Santiago e vem se mostrando um dos terroirs mais adequados à Syrah, plantada em 1999. Seu estilo é o mesmo dos vinhos anteriores: pouca madeira com privilégio para fruta. Análise organoléptica: vermelho rubi intenso com alguma profundidade. No olfato apresentou os típicos aromas da casta no Chile – notas defumadas, alcatrão e fruta negra e especiarias (cravo e cardamomo). Na boca a sua entrada revelou um vinho estruturado, marcado pela fruta quase gulosa. Elegante, concentrado e persistente, termina salivante convidando para o próximo gole. Sua relação qualidade-preço é uma das melhores do mercado. Vinho para se comprar de caixa! Avaliação: 89/100 pts.+

Chono San Lorenzo Estate 2008 – álcool: 13,5% – uvas: Carménère (45%), Cabernet Sauvignon (25%), Syrah (15%), Cabernet Franc (10%) e Petite Syrah (5%) – região: Maipo – preço: R$ 120 – “produzido com uvas cultivadas organicamente a partir de 40 anos de idade, a vinha é plantada no leito do rio no limite oeste do vale de Maipo. No verão e durante a noite, o vento fresco litorâneo, contribui para um processo lento e delicado de amadurecimento. O manejo orgânico das uvas e do terroir único são refletidos no aroma intenso e paladar fresco, juntamente com uma longa persistência.”  O trecho retro foi extraído do contra-rótulo. Análise organoléptica: vermelho rubi intenso, profundo, quase retinto. Aromas abertos e complexos com notas de frutas vermelhas e negras, ervas, especiarias sobre um fundo levemente herbáceo.  Repetiu essa elegância no palato com taninos vivos de fina textura que têm como contraponto a acidez de perfil nitidamente gastronômico. Toda sua estrutura, à exemplo dos vinhos anteriores, está calcada na fruta copiosa e na madeira que atua apenas como coadjuvante. Denso, mineral, maduro, redondo, suave, amável, na boca é grande, sem arestas e profundo. Cresceu à mesa, notadamente com as carnes servidas no ponto certo (churrasco). Tem a mesma qualidade de alguns “superchilenos” que custam duas ou três vezes mais. Um vinho de presença obrigatória nas melhores adegas. Avaliação: 90/100 pts.+ 

Conclusão

Os vinhos de Álvaro Espinoza realmente justificaram a fama.  A Geo Wines produz, de fato, vinhos de qualidade, que degustados às cegas dificilmente entregariam a sua origem. No quesito amadurecimento em madeira Álvaro é minimalista. Das amostras amadurecidas em carvalho nenhuma apresentou os excessos tão comuns no Novo Mundo, notadamente nos vinhos do Cone Sul. São vinhos que realmente atestam que os chilenos estão explorando, com sucesso,  novos terroirs, novas cepas, novos blends. Os brancos degustados são bons, equilibrados, sem amargor ou qualquer outra característica que maculem sua imagem. Mas os tintos são a expressão máxima da Geo Wines. Álvaro chamou seu interessantíssimo Syrah do Vale de Elqui de “cavalo de batalha”, porque é o seu vinho mais conhecido.  Não se pode olvidar que esse enólogo teve papel importante na “descoberta” da Carménère nos vinhedos chilenos. Por fim, seu Chono San Lorenzo Estate 2008 é um inusitado assemblage orgânico, que se realmente custar o valor mencionado na degustação será um dos vinhos de preço mais honesto dessa categoria de vinhos. Aliás, nesse quesito, a VinhoSul  tem uma tabela de preços bastante razoável destinada ao consumidor final. Vale à pena conferir!

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