CVRVVComissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, apoiada na CH2A Assessoria de Imprensa, ofereceu almoço ontem  para  jornalistas de São Paulo que representam as principais revistas do setor e demais formadores de opinião. Estiveram presentes: Bruno Castro Almeida (CVRVV), José Antas Oliveira (Promoção e Comércio de Vinhos Verdes), Carlos Teixeira (Enólogo da Quinta da Lixa),   Alfredo Rente (Presidente da Opal Publicidade – Portugal), Alessandra Casolato e Renata Barreiros, ambas da CH2A, organizadora do evento.  

 

Presidente da Comissão Vitivinícola dos Vinhos Verdes

Demarcada em 1908, a DOC Vinhos Verdes estende-se por todo o noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como “Entre-Douro-e-Minho”, ocupando uma área total de cerca de 21 mil hectares de vinhas, o que corresponde a 15% da área vitícola portuguesa. 26 mil viticultores produzem 85 milhões de litros de vinho por ano e exportam para 80 mercados internacionais.

Além de tintos, brancos e rosés, a região também dá origem a espumantes e aguardentes de Vinho Verde. Os borbulhantes são elaborados através do método tradicional, com segunda fermentação na garrafa, e as aguardentes, considerado o teor de acidez e a acidez natural dos bagaços e dos vinhos da região, oferecem condições ideais para produção de aguardentes bagaceiras a partir da destilação dos bagaços e de excelentes aguardentes de vinho, fruto da destilação dos vinhos.

A seguir  a descrição e avaliação dos vinhos degustados:

Adega Cooperativa Ponte de Lima Loureiro 2010 – álcool: 11,5% – sem importador – palha claro, aromas discretos sobre uma nota floral. Na boca tem mais expressão, acento mineral, bom frescor e corpo magro. Termina limpo, sem amargor. Avaliação: 85/100 pts.

AIR – Antonio Lopes Ribeiro, Vinho Verde DOC,  2010 – álcool: 10,5% – uvas: Loureiro (60%), Azal (30%), Avesso e Arinto (10%) – sem importador – palha claro brilhante quase translúcido, boa complexidade aromática com apontamentos cítricos e florais. Boca plena e harmônica a confirmar os aromas com notas cítricas e de maracujá. Final complexo, suave e equilibrado. Avaliação: 87/100 pts.

Alvarinho Deu La Deu, Vinho Verde DOC, 2010 – álcool: 13% – Barrinhas – palha claro. Aromas florais. Notas de amendôas. Boca fresca, complexa e macia. Longo, persistente. Um vinho constante e confiável. Avaliação: 88/100 pts. 

Quinta  de Gomariz Alvarinho Grande Escolha Loureiro e Trajadura 2009 – álcool: 11,5% – uvas: Alvarinho, Loureiro e Trajadura – importador: Decanter – palha claro brilhante. Imponente nos aromas abertos  (cítrico, mineral e floral). Na boca a sua entrada revela frescor e elegância. Notas cítricas, corpo expansivo e final prolongado, limpo e refrescante. Avaliação: 89/100 pts.

Quinta das Arcas “Arca Nova”, Vinho Regional Minho (Alvarinho), 2010 – álcool: 13% – uva: Alvarinho – sem importador – palha claro brilhante. Aromas minerais sobre uma sugestão cítrica.  Na boca é um vinho típico, equilibrado e com alguma concentração de sabor com toques de frutas tropicais (lima e maracujá). Corpo médio. Intenso, termina sem amargor. Avaliação: 86/100 pts.

Quinta da Aveleda – uvas: Alvarinho, Loureiro e Trajadura – Vinho Verde 2010 – álcool: 11,5% – Interfood – palha claro quase translúcido. Fechado nos aroms com leves nuances minerais. Boca fresca, corpo magro, persistência média/curta e final limpo. Avaliação: 84/100 pts.

Quinta de Naíde, Vinho Verde  2010 – álcool: 12,5% – uva: Loureiro – importador: não tem – Palha claro quase translúcido. No olfato uma discreta nota de levedura, algum mineral com boa sustentação na taça. Esses aromas foram confirmados no palato. Muito bom frescor, alguma fruta madura (pêra), acento mineral,  corpo médio e álcool integrado. Fim-de-boca limpo, sem arestas. Avaliação: 87/100 pts.

Quinta de Linhares, Vinho Verde  DOC 2010   – álcool: 12,5% – uva: Azal – sem importador – palha claro. Bom perfil aromático com notas frutadas e minerais. Boca a confirmar o nariz, corpo médio, razoável equilíbrio gustativo e discretíssimo amargor no fim-de-boca. Avaliação: 85/100 pts. 

Quinta da Lixa Vinho Verde – uvas: Loureiro, Trajadura e Alvarinho 2010 – álcool: 11,5% – sem importador – palha claro brilhante com reflexo esverdeado. Paleta de aromas frutados e florais sobre um fundo mineral. Boca fresca e volumosa que subscreve os aromas com acidez delicada, boa concentração de fruta e  profundidade gustativa. Limpo, redondo, termina persistente,  sem arestas. Um dos vinhos mais elogiados da prova – Avaliação: 88/100 pts.

Estreia, Vinho Verde Rosado, 2010 –  álcool: 11% – uvas: Vinhão (60%), Borraçal (30%) e Espadeiro (10%) – sem importador – atraente cor rosada de matiz cereja brilhante. Aromas intensos com as frutas vermelhas sobressaindo, notas de morangos, cerejas e tutti-frutti. Na boca o seu frescor, potência e fruta chamam atenção. A casta Vinhão participa na proporção de 60% do corte e confere estrutura ao vinho, que tem perfil mineral sem ser cansativo e sem ocultar a fruta. Taninos leves os quais encontram contraponto na acidez salivante. Um vinho festivo, gostoso, que recebeu elogios e cujo perfil vai agradar os brasileiros. Bom para refeições leves, petiscos  e peixes. Avaliação: 88/100 pts. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conclusão

A modernidade chegou ao Minho essa é a conclusão a que chegamos. Vinhos cheios de fruta, sem aquela mineralidade cansativa que encontravamos e ainda se percebe nos caldos menos elaborados. Dos vinhos degustados nenhum foi reprovado. Além de serem bem feitos, são baratos e combinam com a estação que está chegando, o Verão. Outro destaque a ser lembrado é o baixo custo desses vinhos. A maioria dos expositores estão procurando que os represente no Brasil. O preço sugerido pelos produtores gira entre R$ 20 a R$ 50. Poucos vinhos do Velho Mundo se encaixam nessa categoria com a qualidade oferecida por esses caldos portugueses. Não são longevos, é verdade (há exceções). Devem ser consumidos no máximo dois anos a contar da safra estampada no rótulo, mas agradam pelo perfil gastronômico da maioria dos exemplares degustados.

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