A Wines of Chile promoveu, na noite de 11.11.11, com apoio da CH2A de Alessandra Casolato, uma degustação de vinhos ícones chilenos conduzida  por  Carlos Cabral  seguida de jantar harmonizado. A degustação contou com a participação dos principais jornalistas e formadores de opinião. O serviço do vinho coube a Manoel Beato e sua equipe. Foram degustados 19 vinhos  “ícones” que representam a diversidade de terroirs chilenos com exemplares de Apalta, Casablanca, Cachapoal, Colchágua, Curicó, Elqui, Leyda, Limarí, Maipo e Maule.

Sobre a Wines of Chile

É uma associação responsável por promover a qualidade e imagens dos vinhos premium chilenos no mercado mundial. Possui escritórios em Santiago, Londres e  Nova Iorque, além de representantes no Brasil, Canadá, Europa e Ásia. A WOC trabalha em estreita relação com o ProChile para desenvolver ações na América Latina, Europa e Ásia e conta com 93 vinícolas associadas que representam 90% das exportações de vinhos chilenos.

Carlos Cabral, Alessandra Casolato e Manoel Beato na noite de 11.11.11

O que o Brasil representa para a WOC 

” O mercado brasileiro foi o foco das ações da WOC em 2011. Depois de apresentar nossa variedade de terroirs, uvas e mesclas em dois grandes eventos, chegou a vez de trazer alguns de nossos vinhos ícones, com a expressão de vales já conhecidos e de novas regiões. O Brasil está entre os três principais mercados de exportação de nossos vinhos e em 2012 viremos com açoes diferenciadas e ainda mais abrangentes “, resume Juan Somavia, Diretor da Wines of Chile – WOC.

Foram degustados os seguintes vinhos:

Santa Rita Casa Real 2007 (Grand Cru) – Avaliação: 93/100 pts.++

Don Melchor 2007 (Viña Concha y Toro Brasil) – Avaliação: 92,5/100 pts.++

Haras de Pirque Elegance 2007 (Winebrands) – Avaliação: 91/100 pts.+

Tabalí Payen 2007 (Grand Cru) – Avaliação: 90,5/100 pts. +

Cono Sur Ocio 2009 (Brown-Forman Brasil) – Avaliação: 90/100 pts.+

Pérez Cruz Chaski Petit Verdot 2008 – Avaliação: 90/100 pts.++

Emiliana Coyam 2009 (World Wine) – Avaliação: 90/100 pts.+

Ventisquero Pangea 2007 (Cantu) – Avaliação: 89,5/100 pts.

Viña Quebra de Macul Domus Aurea 2007 (Zahil) – Avaliação: 89,5/100 pts.

Viu 1 2007 (Hannover) – Avaliação: 89/100 pts.+

Tarapacá Zavala 2008 (Épice) – Avaliação: 88,5/100 pts.+

Don 2008 (Viña Santa Helena) – Avaliação: 88,5/100 pts.+

Casa Silva Microterroir de los Lingues 2006 (Vinhos do Mundo) – Avaliação: 88/100 pts.+ 

Leyda Lot 21 Pinot Noir 2010 (Grand Cru) – Avaliação: 88/100 pts.+

1865 Limited Edition Syrah-Cabernet Sauvignon 2007 (World Wine) – Avaliação: 87,5/100 pts.+

Falernia Syrah Reserva 2007 (Premium BH) – Avaliação: 87,5/100 pts.

Cousiño Macul Lota 2006 (Santar) – Avaliação: 87/100 pts.

Reserva de Caliboro Erasmo 2006 (Casa do Porto) –  Avaliação: 86/100 pts. 

Eclat Botrytis Semillón 2007 (Ravin) – Avaliação: 91/100 pts.

Aspecto do salão do restaurante Fasano

 

 

 

 

Conclusão

Há muito tempo São Paulo não via uma degustação dessa envergadura, coordenada por um profissional tarimbado, viabilizada  por uma das melhores assessorias de imprensa  existente nessas bandas. O local escolhido se mostrou apropriado e os vinhos previamente abertos antes da degustação, servidos aos particpantes com toda cautela.

Como não poderia de ser tivemos surpresas, várias surpresas. Enquanto alguns vinhos mais caros confirmaram seu desempenho, outros mais baratos foram além do esperado. Vamos citar alguns exemplos,  na ordem das nossas escolhas, no tópico abaixo.

As surpresas da degustação

O primeiro vinho que teve desempenho surpreendentemente bom e que não se intimidou na presença de vinhos de preços até três vezes superior,  foi o ótimo Haras Elegance Cabernet Sauvignon 2007 (R$ 138 – Winebrands). Degustado logo após o Don Melchor 2007, este vinho produzido com uvas de vinhedos do Alto Maipo, confirmou a vocação da região no cultivo da Cabernet Sauvignon. Um vinho equilibrado, de bons aromas e muito expressivo na boca. Recebeu elogios sinceros dos jornalistas, inclusive de quem escreve. O Pérez Cruz Chaski Petit Verdot 2008 foi outra das revelações da degustação (R$ 158).  Um Petit Verdot exemplificativo do caráter varietal dessa cepa no Chile. Denso, carnudo, profundo e sem as exageradas notas herbáceas de alguns tintos chilenos,  o Chaski se manteve bem na taça sem declinar ao longo da degustação. Outra surpresa agradável: Emiliana Coyam 2009. Essa vinícola pertence ao grupo VCT. Um dos vinhos orgânicos mais populares do Chile, agora importado por World Wine, comercializado por R$ 110,00, também não decepcionou na taça. Por derradeiro, segue o campeão de elogios da degustação: Falernia Syrah Reserva 2007 (Premium BH), um vinho produzido com uvas do Vale de Elqui, nas fraldas do Deserto de Atacama. Na taça exibiu aromas mentolados e de especiarias e no paladar se mostrou denso, mastigável e equilibrado. Seu preço? Cerca de R$ 69, simplesmente o mais barato da degustação! Esse vinho corrobora uma frase que gostamos de usar aqui no blog:   trata-se de um verdadeiro “best value”, que corrobora a assertiva de que o Chile é o maior produtor mundial de vinhos “good value of money”.

Os favoritos

Alguns deles confirmaram todas expectativas depositadas e justificaram sua fama: Santa Rita Casa Real, Don Melchor, Viu 1, Domus Áurea, Ventisquero Pangea, Santa Helena Don e Ocio Pinot Noir. A única observação que fazemos e que são vinhos  que  contam com público cativo,  mesmo com preços (as vezes exagerados) na casa dos três dígitos.

A decepção

O único vinho que decepcionou foi o Erasmo 2006. Mas não vamos execrá-lo por isso. O  famoso Guia Descorchados 2012 acaba de elegê-lo como o melhor tinto chileno (safra 2007). Hugh Johnson, com o costumeiro acerto assinala que:  “uma garrafa, numa caixa de doze, não estará necessariamente bouchonée, mas apenas misteriosamente abaixo do nível “. Subscrevemos essa assertiva, eis que a garrafa provada não estava normal. Aliás, quem escreve poucos meses antes dessa degustação havia provado uma garrafa dessa mesma safra que estava ótima. Senão vejamos. Reserva de Caliboro Erasmo 2006 – uvas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot  –   preço: R$ 99 – vermelho rubi intenso com profundidade. Fino e elegante nos aromas com frutas em profusão sobre uma nota de madeira. Na boca é um vinho com tudo no lugar certo, sem sobra de álcool, de madeira ou notas herbáceas. Final longo e empolgante. Um dos vinhos mais elogiados do painel que confirmou suas referências.  Avaliação: 90/100 pts.+”

Os ausentes

Numa degustação dessa envergadura vinhos como Don Maximiano, Carmen Golden Reserve, Clos Apalta, Seña, Casa Marin, Morandé Carignan   e o orgânico Chono San Lorenzo Estate não poderiam ter ficado de fora. Este rol é apenas exemplificativo sem a pretensão de ser exaustivo, contudo, acreditamos que esses vinhos acrescidos de mais um ou dois rótulos possibilitariam a criação de um  panorama amplo, profundo e completo da produção vinícola chilena  atual.  Mesmo diante dessas ausências a degustação provou que os chilenos estão, ao menos nas categorias superiores, diminuindo o álcool e a madeira dos vinhos. Isso resulta em caldos mais balanceados, fluidos, frutados e sem arestas. Insistimos, mais uma vez, na diminuição dos preços de alguns vinhos, eis que o argentinos  “a bola da vez do Novo Mundo” cada dia nos surpreendem com vinhos bem elaborados na casa dos dois dígitos. E, se não houver queda nos preços, ousamos vaticinar que o mercado brasileiro nos próximos anos será dominado pelos vinhos do lado de cá da cordilheira…é só uma questão de tempo!

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3 thoughts on “Nossas impressões sobre a degustação Wines of Chile em São Paulo”

    1. Claro, mas acredito que opção do organizador ou do importador foi o Eclat Botrytis Semillón 2007 (Ravin) – Avaliação: 91/100 pts, do mesmo produtor .

      atenciosamente

      Jeriel

  1. SOMOS DIVULGADORES DA CULTURA DO CHILE NO BRASIL FAZ 30 ANOS,E HOJE TEMOS UM ESPAÇO CULTURAL EM DONDE PODERIAMOS CRIAR UMA VITRINE DE VINHOS CHILENOS PARA DEGUSTAÇÃO NAS VERNISSAGENS DE EXPOSIÇÕES, COMPETINDO EM MENOR ESCALA COM A VINICOLA BRASILEIRA SALTON?

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