O consistente Chono San Lorenzo Estate 2008 foi o escolhido porque apesar de haver pontuado melhor outros caldos  provados, consideramos alguns critérios para a sua escolha: a par de sua qualidade intrínseca, é um vinho que pode ser encontrado no Brasil sem muita dificuldade. Além disso, seu preço não está muito distante do  praticado na sua terra natal – Chile. Lá, custa cerca de $ 15.000 pesos, que convertidos na nossa moeda resultam em R$ 53,50. O seu importador oficial, Vinho Sul, comercializa a safra 2008 por R$ 120,00. Ou seja, o Chono San Lorenzo Estate pode ser comprado no Brasil por preço  superior ao comercializado no seu país de origem, todavia, o importador não castigou o consumidor quadruplicando ou quintuplicando  seu preço, como normalmente ocorre. A diferença é da ordem de 125%, mas há que considerar nesse valor  já estão embutidos todas as taxas, impostos e a margem de lucro do importador. Agora vem o principal argumento a justificar a eleição deste vinho: basta verificar sua pontuação e confrontá-la com a de outros vinhos do Novo Mundo e até do Velho mundo, que custam três ou quatro vezes mais. Uma pena este delicioso vinho não ter participado da degustação realizada por Wines of Chile com organização da CH2A, uma das melhores do ano onde foram confrontando grandes vinhos chilenos (segue link do post, um dos mais acessados do ano – https://blogdojeriel.com.br/2011/12/wines-of-chile-no-fasano/  Se este Chono tivesse participado, certamente teria se destacado. Por fim, cabe destacar que este vinho é elaborado por um dos mais respeitados e talentosos enólogos do Chile: o genial Alvaro Espinoza, especialista em agricultura orgânica. Produzir um vinho dessa qualidade por preço acessível revela, no mínimo, o desejo de ampliar o universo de apreciadores dos vinhos elaborados de acordo com os cânones da agricultura orgânica, que normalmente não são baratos, exceção feita a toda linha Chono San Lorenzo, que representa uma proposta única no Chile, qual seja,  a de elaborar vinhos de acordo com os princípios da viticultura orgânica e biodinâmica.

Sobre o produtor: Geo Wines

A Geo Wines é uma vinícola que produz  vinhos nas principais regiões do Chile, Elqui, Limarí, Maipo, Colchagua, Casablanca e Leyda. Nesses lugares, os vinhos são produzidos manualmente, com  criatividade, permitindo que o caráter varietal e o potencial de fruta de cada cepa aumente para atingir a sua máxima expressão. Geo Wines se dedica à qualidade proporcionada pela viticultura sustentável. Isso se reflete na linha de vinhos orgânicos Chono San Lorenzo e Chono San Lorenzo Estate, bem como na  linha Cerrillos. Estes vinhos são feitos de acordo com os princípios da viticultura orgânica e biodinâmica e representam uma proposta única no Chile. Por fim, Geo Wines comercializou seus vinhos pela primeira vez no ano de 2001. Hoje a vinícola está presente em mais de 20 países ao redor do mundo. Os vinhos são produzidos em quantidades limitadas, privilegiando sempre a fruta e o caráter elegante de cada exemplar. Fonte: portal da Geo Wines.

Chono: blend de uvas cultivadas sob métodos orgânicos. Um vinho muito bem elaborado que vale o preço.

Degustação –

Chono San Lorenzo Estate 2008 – álcool: 13,5% – Variedades: Carménère (45%), Cabernet Sauvignon (25%), Syrah (15%), Cabernet Franc (10%) e Petite Syrah (5%) – região: Maipo – preço: R$ 120 – “produzido com uvas cultivadas organicamente a partir de 40 anos de idade, a vinha é plantada no leito do rio no limite oeste do vale de Maipo. No verão e durante a noite, o vento fresco litorâneo, contribui para um processo lento e delicado de amadurecimento. O manejo orgânico das uvas e do terroir único são refletidos no aroma intenso e paladar fresco, juntamente com uma longa persistência.”  O trecho retro foi extraído do contra-rótulo. Análise organoléptica: vermelho rubi intenso, profundo, quase retinto. Aromas abertos e complexos com notas de frutas vermelhas e negras, ervas, especiarias sobre um fundo levemente herbáceo.  Repetiu essa elegância no palato com taninos vivos de fina textura que têm como contraponto a acidez de perfil nitidamente gastronômico. Toda sua estrutura, à exemplo dos vinhos Geo Wines, está calcada na fruta copiosa e na madeira que atua apenas como coadjuvante. Denso, mineral, maduro, redondo, suave, amável, na boca é grande, sem arestas e profundo. Cresceu à mesa, notadamente com as carnes servidas no ponto certo (churrasco). Tem a mesma qualidade de alguns “superchilenos” que custam duas ou três vezes mais. Um vinho de presença obrigatória nas melhores adegas. Avaliação: 90/100 pts.+ 

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