A revista Proteste (n° 109 – Dez/2011) levou para o laboratório 34 marcas de vinhos nacionais, chilenos, espanhóis, portugueses, italianos, argentinos, para verificar a qualidade e a rotulagem. Nesse último quesito, foi verificado se os rótulos traziam, além das informações obrigatórias, orientações adicionais, como modo de conservação e dicas de consumo.
Análise Sensorial
Um painel de consumidores e um painel de sommeliers provaram os vinhos e deram suas notas. Aos especialistas, coube a tarefa de buscar defeitos nos produtos. Para os consumidores, a bebida foi servida uma única vez, com temperatura em torno de 17°C. Foram oferecidos água mineral e biscoito simples para limpeza do palato entre uma amostra e outra.
A Avaliação
A avaliação que se faz de um vinho é, sem dúvida, subjetiva. E isso ficou evidente no resultado de nossa análise sensorial. Enquanto os especialistas buscavam por defeitos nas bebidas, os consumidores avaliaram a aceitaçõ quanto ao aroma e sabor. Alguns vinhos foram bem aceitos por sommeliers e nem tanto pelos consumidores, o que não é estranho de acontecer.
Reivindicação da Proteste
A legislação brasileira regulamenta o teor máximo de dióxido de enxofre em 350 mg/l. No entanto, consideramos esses valor muito alto. Sabemos que a adição de dióxido de enxofre é importante para conservação do vinho e auxilia na manutenção de seu sabor. Entretanto, quando utilizado em quantidades excessivas, o vinho adquire odor e sabor desagradáveis. Sugerimos que o limite de nossa legislação seja equiparado ao limite máximo da legislação européia (150 mg/l), que é suficiente para eficácia de seu efeito conservante. Em nosso teste, nenhuma das 34 marcas avaliadas ultrapassou o limite da legislação européia, o que corrobora nossa reivindicação. Porém, não podemos afirmar que os vinhos de qualidade inferior não ultrapassem esses limites. Por isso, enviamos os resultados deste teste para o Ministério da Agricultura, que já encaminhou nossas demandas à Anvisa com a intenção de pedir a inclusão do tema no próximo ano junto à Comissão de Alimentos no Mercosul.
Os vinhos (do total de 34, publicamos apenas os 10 primeiros na ordem de pontuação):
Grão Vasco 2008 – Portugal – preço: entre R$ 21,50 e 38,90 – Avaliação: 84/100 pts.
Nieto Senetiner Reserva Cabernet Sauvignon 2008 – Argentina – preço: entre R$ 23,30 e 47,80 – Avaliação: 83/100 pts.
Santa Helena Reservado Cabernet Sauvignon 2010 – Chile – preço: entre R$ 14,50 e 32 – Avaliação: 83/100 pts.
Grandjó 2007 – Portugal – preço: entre R$ 23,95 e 45,00 – Avaliação: 82/100 pts.
Latitud 33 Malbec 2009 – Argentina – preço: entre R$ 17,09 e 32,50 – Avaliação: 82/100 pts.
Santa Carolina Reservado Cabernet Sauvignon 2010 – Chile – preço: entre R$ 12,89 e 28,89 – Avaliação: 81/100 pts.
Paulo Laureano 2009 – Portugal – preço: entre R$ 19 e 34 – Avaliação: 81/100 pts.
Aurora Cabernet Sauvignon 2009 – Brasil – preço: entre R$ 13,90 e 26,90 – Avaliação: 80/100 pts.
Bolla Valpolicella 2009 – Itália – preço: entre R$ 27,90 e 59,18 – Avaliação: 80/100 pts.
Morandé Pioneiro Carménère 2008 – Chile – preço: entre R$ 16,39 e 29,90 – Avaliação: 79/100 pts.