SALVAGUARDAS – BRASIL

Wines of Chile contratou advogados em São Paulo, formou um comitê de contingência e não descarta recorrer às instancias internacionais se aprovada as medidas.

 

Mediante entrevista à imprensa, o vice-presidente da Wines of Chile, Mario Pablo Silva, se referiu de maneira oficial ao anúncio de aplicar salvaguardas à importação de vinhos chilenos para o mercado brasileiro.

Como foi dito, esta é uma medida arbitrária que tem a rejeição dos produtores de vinho, afeta a concorrência no cenário internacional, criando uma desvantagem num mercado em que o Chile representa 32% do valor e 36% em volume.

 

O porta-voz da entidade apelou à autoridade para fazer dessa questão uma prioridade para o país e torná-lo parte da agenda que irá marcar a visita da Presidente Dilma Rousseff em maio. “Nós acreditamos que uma medida como esta transcende uma determinada área de produção e afeta a competitividade do setor exportador como um todo, em que o vinho desempenha um papel de destaque”, disse ele.

A este respeito, disse o presidente da Wines of Chile, René Araneda, atualmente em viagem  na Ásia com o Presidente Sebastián Piñera, que vai apresentar as suas preocupações ao presidente, como a salvaguarda pode afetar o comércio livre e poderia criar um precedente para as relações comerciais entre os dois países.

“Nós nos tornamos parte do processo e estamos trabalhando em estreita colaboração com o DIRECON para enfrentar todos os cenários, incluindo o menos provável  que é  a aprovação das barreiras. Se isso não acontecer, não exclui o recurso a organismos internacionais como o OIV – Organização Internacional do Vinho e da OMC – Organização Mundial do Comércio “, disse o vice-presidente.

Outras medidas incluem o estabelecimento de uma comissão especializada para discutir a contratação do Escritório de Advocacia  Veirano  para representação da ‘Wines of Chile”  no processo e reuniões estratégicas com atores relevantes no mercado brasileiro, como aconteceu com a Associação Brasileira de Importadores Exportadores Alimentos e Bebidas (ABBA) e produtores locais, que manifestaram apoio aos produtores chilenos porque entendem que os mais afetados  serão os consumidores brasileiros.

Sobre este último ponto, Mario Pablo Silva disse que o sucesso dos vinhos chilenos no Brasil reflete uma harmonia entre os nossos vinhos  e as preferências dos consumidores brasileiros e que a  restrição de sua entrada irá diminuir a capacidade de escolha dos consumidores, especialmente em segmentos de preços mais elevados, nicho em que o Chile tem crescido constantemente.

Embora tenha sido estabelecido o prazo de quarenta dias para apresentação de resposta, a Wines of Chile considera que o processo vai demorar cerca de seis meses.

Os passos que serão dados pela Wines of Chile :

· Estabelecimento de um Comitê no Brasil

· Trabalhar em conjunto com a Direção-Geral de Relações Econômicas Internacionais, DIRECON.

· Contratação  de advogados em São Paulo.

· Pedido de autorização para decretar prioridade em sua administração e agenda com a Presidente do Brasil em sua próxima visita.

· Agendamento de reuniões com ministros envolvidos com o tema para a apresentação de informações e implicações em seus respectivos campos, entre os quais a agricultura, finanças, assuntos externos e de emprego.

· Reuniões estratégicas com produtores do Brasil.

· Comunicação das organizações internacionais – Organização Mundial do Vinho e da Organização Mundial do Comércio.

 

 

 

Texto extraído do portal chileno Planeta Vino e traduzido por Jeriel

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