Esta região vitivinícola está a 700 metros sobre o nível do mar, no lado oriental de Castila-la-Mancha e está mais próxima das regiões de Levante do que de Valdepeñas e La Mancha. Desde o castelo da cidade de Almansa (Província espanhola de Albacete) os vinhedos estão situados entre a meseta e o mar Mediterrâneo. Os solos são calcáreos, de cor branca,  secos, áridos, pobres em matéria orgânica com alguns setores arenosos, portanto,  não são bons para a agricultura. Também existem videiras cultivadas em ladeiras e pequenas elevações. O clima de Almansa é um pouco diferente da zona de La Mancha, é menos severo, ainda que os verões sejam muito calorosos, já que se trata de um clima continental influenciado pela proximidade do mar, onde as precipitações médias não superam os 350 mm anuais. Atualmente a Garnacha Tintorera é a variedade de uva predominante na DO Almansa, sem prejuízo do cultivo da cepa Monastrell e Tempranillo. Outras variedades cultivadas são Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Merlot e Syrah. Os vinhos elaborados com essas uvas são uma demonstração clara do potencial da região, eis que demonstram caráter varietal, grande estrutura e taninos nada agressivos. Destacam-se as excelentes elaboração encontradas com a Garnacha Tintorera, variedade que tem grande potencial para dar cor aos vinhos porque não é somente sua casca, mas sua polpa também é colorida. Assim, as tendências das elaborações nesta zona de produção são de vinhos de qualidade muito similares, oferecendo destas forma uma visão homogênea para os mercados que, no caso de exportações, cada vez tem mais relevância.

Sobre a Bodega Santa Cruz de Alpera

Conta com uma ampla experiência e uma larga tradição na elaboração de vinhos tintos. Não é de estranhar que todos seus vinhos sejam uma referência dentro da DO Almansa. Um de seus objetivos é produzir vinhos de grande qualidade marcados  pela personalidade e satisfazer as novas tendências do mercado espanhol e estrangeiro. Para tanto conta com a tecnologia para auxiliar a elaboração e amadurecimento dos vinhos. É uma vinícola premiada com múltiplos prêmios, como Grande Zarcillo de Ouro 2005 e medalha de prata no famoso concurso de Bruxelas, apenas para citar os mais representativos.

Juan Antonio Almodóvar Sánchez, Gerente de Exportações da Cooperativa Santa Cruz de Alpera

A seguir a descrição e avaliação  dos vinhos  Santa Cruz de Alpera – DO Almansa (Província de Albacete), promovido por Arthur Oliveira, da importadora Chaves Oliveira. Na oportunidade, com a presença de Silvia Grael, do Gerente de Exportações da vinícola, Juan Antonio Almodóvar Sánchez e do experiente gerente José Manuel Afonso e demais formadores de opinião, quatro vinhos puderam ser degustados:

Santa Cruz de Alpera Verdejo 2011 – 12,5% álcool – preço: R$ 75 – palha verdeal. Exibiu notas aromáticas vegetais sobre toques florais. Alguma especiaria (aniz estrelado) Na boca a sua acidez é cortante e proporciona bom frescor. Vinho macio, de corpo médio que exibe o típico amargor vegetal da casta que praticamente desaparece à mesa. Avaliação: 87/100 pts.

Santa Cruz de Alpera Rosado 2011 – screwcap – álcool: 7% – R$ 75 – elabora exclusivamente com Syrah, este festivo  vinho de atraente cor rosa brilhante e intensos aromas de frutas vermelhas, de ótima acidez que chega a dominar os taninos leves completando um conjunto de corpo leve e que apresentou nítida vocação gastronômica eis que cresceu à mesa (paella). Sem nenhum amargor, beber o mais jovem possível. Avaliação: 87/100 pts.  

Santa Cruz de Alpera Garnacha Tintorera 2011 – 14% álcool – preço: R$ 75 – vermelho rubi intenso e aromas típicos  da maceração carbônica com boa fruta. Na boca um vinho de acidez marcante, taninos macios e confirmação da fruta sinalizada no nariz. Algum aquecimento do paladar decorrente do álcool sem incomodar. Final intenso. Avaliação: 87-88/100 pts. 

Albarroble Crianza Garnacha Tintorera Agricultura Ecológica (Orgânico 2008) – 13,5% álcool – R$ 98 – vermelho rubi intenso com boa profundidade. Aberto nos aromas com uma paleta complexa com notas de especiarias (canela e cravo principalmente) sobre uma leve nota herbácea. Na boca é um vinho quente, tânico (taninos de qualidade muito boa), boa acidez, acento mineral e um leve toque picante completam o perfil desse vinho único e de grande personalidade. Avaliação: 88/100 pts.+

Conclusão –

Os vinhos espanhóis da Chaves de Oliveira (INATIVA) são agradáveis e demonstra que a importadora está sintonizada com as tendências de mercado. Por essas bandas vinhos de Garnacha Tintorera são pouquíssimos conhecidos e os dois vinhos apresentados dessa cepa são agradáveis, sem os taninos rústicos que caracterizam essa casta, mas sem perder de vista sua tipicidade. É mais ou menos essa uma das tendências de mercado: vinhos de uvas autóctones, fáceis de beber e que custem menos de R$ 100. Uma das revelações da degustação foi o Rosé elaborado exclusivamente com Syrah, de apenas 7% de álcool, com tampa de rosca que colabora para a conservação do frescor. Na harmonização com Paella saiu-se muito bem! Os demais também se mostraram vinhos corretos e certamente terão seu momento perante os consumidores.

(Visited 441 times, 441 visits today)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *