Beaujolais é um distrito ao Sul da Borgonha de rara beleza, de pequenas vilas e colinas quase que exclusivamente plantadas com a uva Gamay. Considerada região distinta da Borgonha em termos de vaiedades e cepas, seus vinhos são diferentes dos produzidos em outras áreas. Décadas atrás, o Beaujolais construiu nos bistrôs de Paris e Lyon sua reputação de vinho popular, fácil de beber, sem grandes pretensões, de puro frescor, de fruta vívida e cítrica, estilo aproveitado ao máximo em termos de lucro, principalmente com a versão Noveau. Infelizmente, nos últimos anos, parece que Beaujolais perdeu o rumo, eis que a produção foi dominada por cooperativas e comerciantes, alguns dos quais sem nenhuma preocupação com a qualidade do vinho. Os mercados encolheram ao taç ponto que em 2002, a região viu parte de sua colheita ser enviada para destilação pela falta de consumidores. Apesar de tudo isso, Beaujolais ainda faz um bom vinho contando com um séquito de admiradores fiéis que vem nele um vinho com qualidade de bom preço. A seguir as principais regiões: Juliénas, St-Armour, Chénas,  Moulin-à-Vent, Fleurie, Chiroubles, Morgon, Régnié, Brouilly & Côte de Brouilly

Juliénas – num primeiro momento, esse não é um dos crus mais atraentes, pois seus 560 ha produzem vinhos com acidez alta e muito tanino. Por outro lado, eles envelhecem bem, desenvolvendo  especiarias ao amadurecer. Em safras cujos níveis de acidez são baixos, Juliénas traz um agradável vigor.

St-Armour – cru mais ao Norte  e desperta interesse devido a seu nome romântico. Apesar de ser realmente um vinho encantador boca cheia de fruta madura e doce, tem menos personalidade que outros crus de Beaujolais.

Chénas – o subsolo granítico dos 250 ha dessa vila produz vinhos mais cheios e com maior potência de envelhecimento do que qualquer outro cru de Beaujolais. Os vinhos são menos frutados e fáceis, e têm mais peso e densidade, o que garante maior complexidade.

Moulin-à-Vent – essa denominação de 650 ha é a mais séria da região e o seu cru produz um vinho que não se encaixa no estereótipo  dos beaujolais carnosos e púrpura a serem deixados de lado. Seu caráter deriva do manganês  do solo e ele tende a amadurecer por mais tempo em barris de carvalho dos que os outros crus. Pode manter-se bem depois de 10 anos ficando parecido com um Pinot Noir.

Fleurie – um dos vinhos mais fragrantes e elegantes de Beaujolais, o que, combinado com seu nome charmoso, fez dele um dos mais caros do distrito, mesmo com tantos exemplares provenientes de 800 ha de área cultivada. Felizmente, são muitos os produtores confiáveis dessa região.

Chiroubles – com 300 ha de vinhedos localizados nos pontos mais altos da região. Chiroubles produz vinhos relativamente leves, o que não é ruim. É bem mais apreciado ainda jovem, quando sua fruta está mais vívida.

Morgon – com mais de 1.000 ha em produção, é um importante cru de beaujolais e também um dos melhores, graças ao xisto e  granito do solo. Apesar de não ser o mais atraente dos vinhos quando muito jovem, o Morgon envelhece bem.

Régnié – é a vila mais recentemente promovida ao status de cru, só se tornando AOC em 1988. Os vinhos produzidos nos seus 640 ha deveriam estar mais em evidência, mas, como estão demorando a fazer sucesso, ainda são engarrafados como simples Beaujolais Villages.

Brouilly & Côte de Brouilly – são os crus mais ao Sul de Beaujolais. Brouilly é uma vila grande, com 1.200 ha cultivados. A Côte de Brouilly, com apenas 300 ha de vinhas plantadas em colinas, tem qualidade ligeiramente superior. Ambos os vinhos em geral tem fruta abundante e podem ser bebidos com prazer ainda jovens.

Fonte – Coleção Vinhos do Mundo – volume 3 – França/Borgonha.

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