A simples menção do nome Napa Valley já instiga pensamentos grandiosos como a sua localização, na populosa e rica California! Não por acaso, muitos sonhos se tornaram realidade por lá, rememorando as palavras do historiador Fredrick Jackson Turner: “Aqui (na California) a sociedade americana pode sonhar bem como trabalhar”.

É uma trademark de peso, traduz-se por seu apelo turístico e pelos seus vinhos, Chardonnays (às vezes controversos) e tintos de Cabernet Sauvignon renomados.

O Vale do rio Napa efetivamente evoca Cabernet Sauvignon, mas na verdade o que lhe confere “substância” são pequenas sub-regiões cujas aptidões vitivinícolas recaem sobre vinhos de personalidades particulares. Destaques: Stags Leap, Oakville e Rutherford, para citar algumas dentre as mais distintas e de fato, vocacionadas para excelentes Cabernets (cada qual com sua própria AVA – American Viticultural Area, correspondente ao sistema de denominação europeu, embora com critérios diferentes de reconhecimento).

PAISAGEM AGRÍCOLA

Inserido entre duas cadeias de montanhas (embora haja poucos terroirs “de altitude”): Mayacamas de um lado (oeste em direção ao Pacífico), Vaca Range do lado oposto, o “chão do vale” é constituído de forma geral de muita argila, com algo de pedras e areia.

Mas, na California o clima é quase tudo!

Clima moderadamente quente, com boa variação entre dia e noite e uma secura que costuma exigir irrigação (as áreas onde ela não é necessária dão vinhos absolutamente distintos). Sobretudo em Stags Leap, a influência de brisas frescas de San Pablo Bay se fazem notar gustativamente, tornando os vinhos mais macios, menos “musculosos” do que os de Oakville e Rutherford.

As vinhas são um pouco mais dispersas do que os vinhedos europeus, pois aqui o paradigma de Bordeaux de grande densidade de plantas por hectare não mostrou bons resultados! Curiosamente os vinhedos mais densos deram vinhos com traços vegetais acentuados!

O QUE ESCONDE UM CABERNET DO NAPA VALLEY?

Como bons Cabernets, o visual é de boa concentração (lembrem-se da secura da região).

Os aromas, de acordo com as AVAs, variam de chocolate, framboesas e groselhas em Stags Leap à notas que são marcas-registradas imperatrivas como o toque mentolado de Oakville/Rutherford (que também mostram azeitonas e frutas negras) e a mineralidade de Mount Veeder.

Na boca não faltam revelações: a maciez indefectível de Stags Leap (o real detentor da máxima “punhos de aço em luvas de veludo”) e o notável equilíbrio gustativo de Oakville e Rutherford, mas que todavia são mais viris (tânicos e com frutado que lembra uma densa geléia de berries).

Harmonize-os do mesmo modo que o faria com um bom Bordeaux, embora muitas das características de ambos sejam similares mas não necessariamente superponíveis! Ou seja, vá de carnes vermelhas (reserve as mais mal-passadas, altas e suculentas para Oakville) e caças grandes (de pêlo) para todos os demais.

Cheers!

André Logaldi

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One thought on “Vinho & Tipicidade – Cabernets do Napa Valley”

  1. Bello articolo, molto utile! Stavo facendo le mie belle letture di post pre-nanna, dove lasciare qualche commento, con la speranza di ritorni sul mio blog, quando ho letto questo articolo! Grazie delle dritte!!!

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