No último dia 09.10, a importadora Vinci de SP, promoveu  degustação de vinhos franceses das prestigiadas vinícolas Ogier e Clos de L´Oratoire com a presença de Antoine Leccia, que veio ao Brasil pela primeira vez para apresentar seus premiados vinhos do Rhône. Antoine Leccia é presidente da AdVini que, junto de Michel Laroche, formam a maior associação de vinhos de alta qualidade da França. O grupo, composto por sete vinícolas, é o terceiro maior produtor do país e possui cerca de 1.450 hectares para o plantio das vinhas nas regiões do sul da França e de Chablis, no leste francês, além de vinhedos no “Novo Mundo”, movimentando cerca de 210 milhões de euros anualmente.

Antoine Leccia em São Paulo

No evento, foram degustados os seguintes rótulos:

BRANCOS

Côtes du Rhône Gentilhomme blanc 2011 – Ogier

Châteauneuf du Pape Blanc 2010 – Clos de L’Oratoire

ROSÉ

Tavel Etamines rosé 2011 – Ogier

 

TINTOS

Côtes du Rhône Les Moirets Elevé em Chaîne 2010 – Ogier

Crozes Hermitage Comte de Raybois 2009 – Ogier

Gigondas Duc de Mayreuil 2010 – Ogier

Châteauneuf du Pape Reine Jeanne 2009 – Ogier

Côte Rôtie Cardinal St Ange 2009 – Ogier

A seguir a descrição e avaliação dos vinhos na ordem do serviço:

Côtes du Rhône Les Moirets Elevé em Chaîne 2010 – Ogier – álcool: 14,5% – uvas: Grenache (60%), Syrah (30%), Carignan (5%) e Mourvèdre (5%) – preço: US$ 29,90 – vermelho rubi intenso a denotar juventude. Aromas abertos com frutas negras e especiarias. Boca tânica (boa qualidade), quente (leve sobra de álcool). Depois de algum tempo os aromas abriram. Vinho de média concentração que deve crescer à mesa. Boa tipicidade. Avaliação: 85/100 pts.

Gigondas Duc de Mayreuil 2010 – Ogier – álcool: 14,5% – preço: US$ 73,50 – uvas: Grenache (70%), Syrah (20%) e Mourvèdre (10%) – cor intensa, assim como intensa é a nota de fruta vermelha exibida no nariz sobre mentol. Na boca, toques de madeira chamam atenção. Taninos de boa qualidade, boa expansão, acento mineral e conciliação de potência com finesse. Final persistente. Avaliação: 88/100 pts.

Crozes-Hermitage Comte de Raybois 2009 – Ogier – álcool: 13% – preço: US$ 59,50 – uva: Syrah  –  cor mais intensa do que o vinho anterior. Complexas notas olfativas no nariz com toques de sous-bois sobre frutas negras. Boca equilibrada a conjugar potência e elegância com alguma harmônia. Pede comida. Final macio, redondo, sem arestas. Avaliação: 87/100 pts.

Côte Rôtie Cardinal St Ange 2009 – Ogier – álcool: 14,5% – US$ 157,50 – uva: Syrah  – intenso na cor, complexo no nariz com notas florais,  fruta doce sobre especiarias. Boca potente, forte, com uma ponta de austeridade e bastante suculência. Concentrado, seu final é macio e promete longa evolução na garrafa nos próximos 10 anos ou mais. Avaliação: 89/100 pts.++

Châteauneuf-du-Pape Reine Jeanne 2009 – Ogier – álcool: 14,5% – preço: US$ 94,50 – uvas: Grenache, Syrah, Mourvèdre e Cinsault – vermelho rubi intenso com levíssimo halo de evolução. Muito complexo no nariz com notas de especiarias sobre madeira (cedro), café e leve mentol. Boca de taninos suculentos sem perder de vista a maciez. Álcool na medida. Profundo, persistente, concentrado e de grande profundidade gustativa. Avaliação: 90/100 pts. + 

Tavel Etamines rosé 2011 – Ogier – álcool: 13,5% – preço: US$ 42,90 – uvas: Grenache (80%), Cinsault (10%) e Carignan (10%) –  atraente cor salmão brilhante. Aromas francos e diretos com frutas vermelhas frescas (morangos e cerejas) com boa sustentação na taça. Na boca é um Rosé que logo se impõe por seu gostoso frescor. Macio, limpo, sem amargor, sua persistência é curta. Avaliação: 86/100 pts.

Côtes du Rhône Gentilhomme blanc 2011 – Ogier – álcool: 13,5% – preço: US$ 28,50 – uvas: Grenache Blanc, Clairette, Bourbolenc e Viognier – preço: US$ 28,50 – palha esverdeado brilhante, límpido. Nariz complexo com sugestões de fruta de polpa branca, uma ponta de anis sobre touqes florais. Na boca é um vinho fresco, macio, balanceado, de corpo médio que termina limpo, sem amargor e que deixa um toque de favo-de-mel no suave  fim-de-boca.  Avaliação: 86/100 pts.

Châteauneuf du Pape Blanc 2010 – Clos de L’Oratoire – álcool: 13,5% – preço: US$ 127,50 – uvas: Grenache Blanc, Clairette, Roussanne e Bourboulenc –  Palha na transição para dourado. No nariz um verdadeiro caleidoscópio de aromas, com notas de frutas brancas secundadas por castanhas e nozes e leves toques florais com ampla sustentação na taça. Na boca a sua entrada revelou um vinho untuoso, potente, glicérico, fresco e salivante. Sua estrutura é sólida e está calcada uma parte na fruta, outra no álcool e principalmente na mineralidade. De longa persistência, seu retrogosto é longo, marcante e suave. Avaliação: 91/100 pts. +

Ogier

Um dos mais tradicionais produtores do Rhône, Ogier elabora vinhos há mais de 150 anos. O produtor passou por uma pequena revolução qualitativa nos últimos anos e segundo Robert Parker, “os vinhos de Ogier estão cada vez melhores. Após o trabalho sério da maison em Clos de L’Oratoire, a qualidade de todos os vinhos têm aumentado muito. Ogier mostrou um verdadeiro ‘toque de Midas’ ao selecionar parcelas de excelente qualidade”.

A devoção do produtor à região é tão profunda ao ponto de ser criado um autêntico manifesto, no qual se lê: “O Vale do Rhône nos dá diariamente ferramentas para expressar o nosso know-how graças a seus fantásticos terroirs. Selamos um compromisso para respeitá-los e protegê-los.” Como resultado disso, seus vinhos são todos talhados com uvas de vinhedos próprios convertidos, a partir de 2006, à viticultura orgânica segundo as normas francesas, o que garante uma pureza de fruta e um frescor inigualável. Outro trunfo de Ogier é a cave de envelhecimento de seus vinhos em Châteauneuf du Pape, com resquícios da Idade Média e condições perfeitas de temperatura e umidade para o estágio dos tintos em carvalho.

Com uvas Syrah plantadas em solo de granito e xisto e uma maturação de 12 meses em grandes cascos – de 6 a 8 mil litros de capacidade – conhecidos como “foudres”, o tinto Saint Joseph Duc de Caderousse mostra aromas delicados de fruta vermelha e baunilha, além de um palato macio. Já Crozes-Hermitage Comte de Raybois é um Syrah de solo de origem aluvial com 6 meses de estágio em carvalho, resultando num tinto encorpado, cheio de fruta e especiarias.

Ainda do norte do Rhône, o Côte Rotie Cardinal St. Ange exibe um estilo mais complexo e elegante. Na nobre denominação de Châteauneuf du Pape, o Reine Jeanne, um corte de Grenache, Syrah, Mourvèdre e Cinsault com até 12 meses de estágio nos tradicionais “foudres” é uma verdadeira pechincha. Trata-se de um vinho marcante, repleto de fruta e especiarias e com um toque de baunilha, taninos finos e um final persistente. Por sua vez, o Gigondas Duc de Mayreuil é um vinho muito aromático e concentrado.

A Ogier elabora ainda um rosé exuberante, o Tavel Etamines, que revela uma complexidade rara de se encontrar nesse tipo de vinho, e um saboroso branco. Simplesmente todos os Côtes du Rhône de Ogier merecem o selo de excelente relação qualidade/preço do guia Bettane & Desseauve! Cada um dos vinhos de Ogier é muito fiel às respectivas denominações e uma mostra irrepreensível da diversidade e incrível qualidade que impera nessa tradicional região francesa.

 

Clos de L´Oratoire

Histórico produtor de Châteauneuf du Pape, com uma origem que remonta a 1880, Clos de L’Oratoire des Papes renasceu neste milênio como uma das belas promessas da região. As safras mais recentes vêm colecionando elogios da crítica especializada – o Châteauneuf du Pape tinto, elaborado com Grenache, Syrah, Mourvèdre e Cinsault, de vinhas com cerca de 40 anos de idade, recebeu 91 pontos da Wine Spectator na safra 2009, a última avaliada pela publicação norte-americana, e Stephen Tanzer também classificou a de 2010 como “outstanding”, descrevendo o tinto como “suculento, focado e cheio de energia”.

Da mesma forma, o branco tem surpreendido especialistas e connaisseurs. Uma raridade em Châteauneuf du Pape, é elaborado com as castas Grenache Blanc, Clairette, Roussanne e Bourboul, com contato prolongado com as borras finas das leveduras. Um branco incrivelmente aromático e floral, que mereceu 17/20 pontos de Jancis Robinson na safra 2010. Ele também mereceu 90 pontos da Wine Spectator, que o descreveu como: “maduro, em um estilo exuberante com um toque amanteigado que derrete em camadas de pêssego, melão e pera”.

Dois Chateauneuf-du-pape de alta qualidade.

Por trás dessa performance está o know-how de um dos enólogos mais admirados do Vale do Rhône, Didier Couturier – um verdadeiro mestre em extrair os aromas e sabores mais puros de seu terroir. Os estilosos rótulos retrô dos vinhos de Clos de l’Oratoire des Papes são uma atração à parte. O desenho do rótulo, criado em 1926, foi inspirado em uma pequena capela do século XVIII instalada entre os vinhedos e permanece tal e qual antigamente. Estes Châteauneuf du Pape estão certamente entre as melhores compras da região e contam com a chancela do cultuado produtor Ogier.

Agradecimentos: Sofia Carvalhosa e Claudia Motta 

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One thought on “Degustação vinhos Ogier e Clos de L´Oratoire com Antoine Leccia, no Brasil especialmente para apresentar seus vinhos do Rhône”

  1. Gostaria de informação como adquirir o vinho Clos de L oratoire des papes-Chateauneuf du pape. Em minha ultima estada em Paris degustei este vinho e comprei algumas unidades. Gostei muito!
    João Batista Duarte Vieira
    Av. Rio Branco 4115 apto 1201
    CEP 36026500 – Juiz de Fora-MG

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