Bodega Yuntero (Manzanares/Ciudad Real) é um dos produtores mais consolidados da zona de La Mancha (Castilla-La Mancha é uma comunidade autônoma espanhola, cuja região conta mais de 500.000 hectares sendo considerada pelos espanhóis o maior vinhedo do mundo). Meio século evoluindo e aperfeiçoando os caldos obtidos dos vinhedos plantados em La Mancha, sem perder de vista as origens e tradição de uma bodega que desponta pelo uso da mais moderna tecnologia para obter vinhos de excelente qualidade e sabor inesquecível, apreciados dentro e fora das fronteiras locais. Um passeio pelos cinquenta anos de história levará o leitor a conhecer os caminhos seguidos pelas Bodegas Yuntero para chegar a ser o que hoje em dia conhecemos. Os vinhedos estão assentados sobre os melhores terrenos da região, estendendo-se sobre  as margens do Ribera del Guadiana. Ditas águas unidas a solos “calizos” fazem com que reúnam-se condições especiais geológicas e microclimáticas, naturais muito favoráveis para o cultivo da videira. Os vinhedos atuais pertencem a 700 sócios da cooperativa onde são cultivadas as seguintes variedades: Airén, Macabeo, Verdejo, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Moscatel, Cencibel (Tempranillo), Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot, Garnacha, Petit Verdot e Malbec. O rendimento médio por hectare é de 40 hectolitros. Nos próximos anos, motivado pela reestruturação dos vinhedos, haverá um aumento considerável de novas variedades principalmente de uvas tintas. Em 1977 foi incluída na DO La Mancha. Sua localização: Bodega  Yuntero – Cooperativa Jesús del Perdón | Polígono Industrial – Carretera de Alcázar Manzanares, Ciudad Real – 13200 – España | 926 610309 – 926 611459g

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Sobre Castilla-La Mancha e La Mancha

A comunidade autônoma de Castilla-La Mancha, integrada pelas províncias de Toledo, Ciudad Real, Cuenca, Guadalajara e Albacete, abarca em sua zona a maior superfície de vinhedos do mundo, mais de 500.000 hectares, o que representa 8% da superfície vinícola mundial e 11% da europeia. O cultivo ocorre em terras de notável homogeneidade, na maior parte planas e secas, submetidas a um clima continental muito rigoroso (até 45°C no verão e -10/12°C no inverno) , que em algumas áreas é suavizado pela remota influência da corrente quente do golfo e pela posição geográfica na zona meridional da Espanha. A metade dos 500.000 hectares de vinhedos cultivados em Castilla-La Mancha encontra-se amparada por alguma das cinco Denominações de Origem em que se classificam seus melhores vinhos: Almansa, La Mancha, Méntrida, Mondéjar e Valdepeñas, às quais é preciso incluir os Vinos de La Tierra de Manchuela e Sierra de Alacaraz, em Cuenca e Albacete. As variedades cultivadas nesta comunidade autônoma espanhola são Airén, Macabeo ou Viura, Pardilla, Sauvignon Blanc e Chardonnay. Tintas Cencíbel ou Tempranillo, Garnacha, Moravia, Cabernet  Sauvignon, Merlot e Syrah.

La Mancha

Sobre a extensa Denominación de Origen La Mancha

Esta D.O. abarca os vinhedos e vinhos  de 182 municípios das províncias de Albacete (12), Ciudad Real (58), Cuenca (66) e Toledo (46). É a região de maior extensão de vinhedos da Espanha, já que ocupa a superfície de 30,7 mil km2, dos quais cerca de 200.000 hectares são dedicados às videiras. Nela, mais 22 mil viticultores abastecem de uva por volta de 300 vinícolas, das quais 200 vendem vinho engarrafado. Destas, 100 elaboram vinhos de guarda e 80 exportam para países estrangeiros cerca de 250.000 hectolitros de vinho, do total de aproximadamente 1,175 milhão produzido na zona em um ano normal. As variedades autorizadas pelo Conselho Regulador desta D. O. são Airén, Macabeo ou Viura, Verdocho, Sauvignon Blanc, Chardonnay. Tintas Cencíbel ou Tempranillo, Garnacha, Moravia, Cabernet  Sauvignon, Merlot e Syrah. Em La Mancha se produzem  sobretudo vinhos brancos honestos e leves. Estão ganhando cada vez mais prestígio os tintos de Manzanares, que se destacam por sua limpidez e elaboração criteriosa.

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E os vinhos, como são?

Os brancos na maioria são produzidos a partir variedade autóctone Airén, frescos, frutados e esbanjam notas de frutas tropicais (melão, banana, ananás) e um pouco limitados no paladar. Aqueles produzidos a partir de Macabeo são mais equilibrados, intensos, frutados, frescos e muito agradáveis para beber.

Os rosés têm cor que pode variar de casca de cebola para rosa; no nariz são frescos e frutados; no palato são flexíveis, muito leves e portanto fáceis de beber, como devem ser os rosés.

Já os tintos são os vinhos do momento, eis que da mais alta qualidade na região. Baseados na Cencibel (Tempranillo), pode-se encontrar vinhos especialmente jovens de boa cor, frescos, frutados e de eminente caráter varietal no nariz e na boca. Vinhos de textura carnuda muito saborosos. Amadurecidos em madeira de maneira geral, conseguem manter as características, embora sejam mais apetecíveis e ricos devido à contribuição da barrica. Os Reservas e Gran Reservas seguem a linha dos vinhos tradicionais de Rioja, na concepção de seu envelhecimento. Há uma variedade de vinhos à partir de Cabernet Sauvignon, eis que o calor da região contribui para as características desta variedade.

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Degustação

Lazarillo Airen 2012 DO La Mancha – álcool: 12% – variedades: Airén (85%) e Macabeo (15%) – palha claro brilhante quase translúcido. Aromas perfumados com notas florais intensas secundadas por frutas de polpa branca. Depois de algum tempo notas cítricas. As sensações olfativas foram plenamente subscritas no paladar, que se caracterizou por seu frescor, leveza, boa presença de fruta e discreto acento mineral. O fim de boca é limpo, macio e pouco persistente. Bom para aperitivos e saladas. Avaliação: 86/100 pts. 

Yuntero Macabeo 2012 – álcool: 12% – variedades: Macabeo (85%) e Sauvignon Blanc (15%) – palha esverdeado brilhante. Pouco intenso mas de aromas complexos com sugestões de frutas tropicais maduras sobre um fundo defumado. Na boca a sua entrada revelou um vinho de bom volume, equilibrado, viscoso, marcado pela fruta e pelo acento mineral que lhe confere complexidade. Persistente, fresco e de acidez que lhe dá sólida estrutura, é um vinho de nítido viés gastronômico, porque pede comida. Avaliação: 87-88/100 pts. 

Mundo de Yuntero Blanco Bio 2012 – álcool: 11,5% – variedades: Airén, Macabeo e Verdejo – palha claro brilhante. Pouco intenso nos aromas com notas florais e de frutas de polpa branca. Na boca é um vinho fresco que se ressente de estrutura. Macio, redondo, termina curto, com levíssimo amargor. Bom para acompanhar aperitivos. Avaliação: 85/100 pts.

Mundo de Yuntero Bio 2012 – álcool: 13% – variedades: Tempranillo (85%) e Syrah (15%) – púrpura intenso com reflexo azulado. Intenso nos aromas com uma nota de groselha que se destacou no conjunto. Na boca, taninos presentes de boa qualidade, álcool generoso, corpo leve, acidez mediana e boa presença de fruta. O final é simples, franco, sem muita persistência. Avaliação: 86/100 pts.

Epilogo Sauvignon Blanc e Moscatel DO La Mancha – álcool: 12,5% – variedades: Sauvignon Blanc (90%) e Moscatel (10%) – a junção de duas variedades terpênicas só poderia resultar num vinho aromático, fresco, que exala aromas agradáveis e convidativos com notas de erva cidreira, mel, grama cortada e fruta tropical madura. Na boca a sua entrada revelou um vinho potente, de corpo pleno, fresco e marcado pela fruta. O perfil é de um branco gastronômico, denso, sem amargor. A Moscatel, minoritária no corte, se faz notar principalmente nos aromas. Avaliação: 89/100 pts.

Yuntero Tempranillo DO La Mancha 2008 – álcool: 12,5% – variedades: Tempranillo (85%) e Syrah (15%) – vermelho-rubi de média concentração. Aberto nos aromas com notas de especiarias (Syrah) sobre frutas vermelhas, negras, mentol e café torrado. Boca no mesmo diapasão, com taninos de boa textura contrabalançados pela boa acidez e álcool integrado, perfazendo um conjunto equilibrado. Madeira integrada e menos fruta do que o sinalizado pelo nariz.  Final intenso, persistente, prazeroso.  Avaliação: 87-88/100 pts.

Yuntero Tempranillo DO La Mancha Reserva 2007 – álcool: 14% – variedade: Tempranillo (100%) – vermelho-rubi de média concentração. Aberto nos aromas com notas de frutas vermelhas, mentol sobre tostado. Boca no mesmo diapasão, com taninos macios de boa textura contrabalançados pela boa acidez e álcool integrado, perfazendo um conjunto fácil de beber e equilibrado. Madeira integrada sem subjugar a fruta que dá vida e movimento a este gostoso Tempranillo. Final longo, intenso, persistente, prazeroso. Avaliação: 88-89/100 pts.+

Mundo de Yuntero Roble Tempranillo DO La Mancha 2010 – álcool: 13,5% – seu rótulo afirma se tratar de um “vino elaborado com uvas procedentes de cultivo ecológico”. Análise organoléptica: vermelho-rubi de média intensidade com reflexo púrpura denotando juventude. Aromas pouco intensos que ostentam alguma complexidade com notas de frutas vermelhas e negras sobre um fundo tostado. Na boca sua entrada revelou um vinho de taninos macios e sedosos. O perfil é de um tinto leve, fluído, de boa fruta sempre secundada por notas tostadas da madeira. Álcool e acidez integrados. O final é de média persistência, sem amargor e com discreta nota de madeira que não incomoda, ao contrário, marca a sua personalidade. Avaliação: 86-87/100 pts.

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