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No último dia 12 de agosto de 2013 em São Paulo, no restaurante Clos de Tapas (Rua Domingos Fernandes 548, Vila Nova Conceição), a Vinícola Concha y Toro Brasil promoveu o lançamento da safra 2009 de um dos mais emblemáticos Cabernet Sauvignon do Chile, o Don Melchor.  Enrique Tirado, enólogo da vinícola, esteve no Brasil especialmente para o evento. Na ocasião, conduziu a degustação vertical do Don Melchor (safras 1989, 1998 e 2009) seguida de menu harmonizado. Além de Enrique, estiveram presentes Michele Ressutti Carvalho – Gerente de Produto, Alejandra Vallejo, Enóloga da VCT,  Marcelo Fernandes (Clos de Tapas), formadores de opinião e jornalistas.

Os brancos também brilharam com destaque para o consistente Amelia Chardonnay 2011
Os brancos também brilharam com destaque para o consistente Amelia Chardonnay 2011

Terrunyo Sauvignon Blanc 2011, Vale de Casablanca, Viñedo El Triangulo, 13,5% álcool, VCT Brasil  – Rua Alcides Lourenço da Rocha n° 167, 4° andar, Brooklin Novo, SP, tel. 11 5105 1599 –  Preço: R$ 149,00 – Amadurecido durante seis meses em cuba de aço inoxidável, este potente Sauvignon Blanc exibiu cor típica da casta: palha com reflexo esverdeado e no olfato os tradicionais aromas vegetais com destaque para grama cortada, notas cítricas e de flor de maracujá confirmados no palato. Sua acidez é “chispeante”. Notas cítricas e herbáceas completam o conjunto que se destaca mais pela elegância do que força. Expansivo, macio, delicado, fresco é um dos principais expoentes da casta no Chile, não só por sua tipicidade, mas também por sua longevidade. Termina sem arestas e tem longa sobrevida na garrafa pela frente. Avaliação: 89/100 pts.+

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Amélia Chardonnay 2011 – região: Vale de Casablanca (85%) e Vale do Limarí (15%) – álcool: 14% – preço: R$ 168,00 – importador: VCT Brasil – Rua Alcides Lourenço da Rocha n° 167, 4° andar, Brooklin Novo, SP, tel. 11 5105 1599 , cep 04571-110 – O Amelia Chardonnay 2011 é um dos Chardonnays mais consistentes do Chile, produzido com uvas do Vale de Casablanca (85%) e Limarí (15%), exibiu cor amarelo com reflexo dourado, aromas complexos com notas amanteigadas e de abacaxi bem maduro sobre um fundo defumado com uma leve nota de pêssego maduro. Na boca o vinho se comportou da mesma forma do que no nariz e  também se mostrou untuoso, glicérico, escorregadio, fresco  e concentrado. Toda sua estrutura está calcada na fruta tropical e na madeira de ótima qualidade que não macula o conjunto. O único defeito desse delicioso vinho é o seu preço, que oscila entre R$ 160 – 180 nas lojas especializadas. Avaliação: 91/100 pts.+

Aqui os responsáveis pelo serviço do vinho: Eduardo Canabá, o "Marquês" e o Maître Augusto Alves
Aqui os responsáveis pelo serviço do vinho: Eduardo Canabá, o “Marquês” e o Maître Augusto Alves

Don Melchor 1989 (13,5% álcool – 100% Cabernet Sauvignon – 13 meses em barrica francesa 70% de primeiro e 30% de segundo uso) – Granada brilhante sem turbidez ou partículas em suspensão. Aromas complexos com notas de sous-bois, couro, pimenta negra sobre um delicado fundo balsâmico. A boca praticamente confirmou o nariz com taninos esmaecidos de  qualidade elevada, ótima acidez, perfeito e harmônico entrosamento dos componentes álcool, acidez, taninos, fruta e madeira.  Longo, intenso e sobretudo elegante, nem parece que conta com vinte e quatro anos. Segundo  Enrique Tirado, ainda aguenta cinco anos na garrafa em boa conservação. Pode ser considerado “um tributo ao envelhecimento com classe”. Avaliação: 93/100 pts.

Don Melchor 1998 - foi eclipsado pelo extraordinário 1989 e pelo novel 2009
Don Melchor 1998 – foi eclipsado pelo extraordinário 1989 e pelo novel 2009

Don Melchor 1998 (13,5% álcool – 100% Cabernet Sauvignon – 13 meses em barrica francesa 70% de primeiro e 30% de segundo uso) – Vermelho rubi intenso, concentrado, com reflexo granada. Aromas complexos com notas de sous-bois, couro, pimenta negra sobre um fundo herbáceo. A boca praticamente confirmou o nariz com taninos presentes adstringentes, um pouco rústicos, boa acidez e algum entrosamento dos componentes álcool, acidez, taninos e madeira. Potente, longo, intenso e austero, aos quinze dá sinais de que tem condições de continuar a evoluir na garrafa. Avaliação: 90/100 pts.

O enólogo Enrique Tirado, responsável pela elaboração do Don Melchor, um dos mais consistentes Cabernets chilenos

O enólogo Enrique Tirado, responsável pela elaboração do Don Melchor, um dos mais consistentes Cabernets chilenos

Don Melchor 2009

Origem: Chile – região: Puente Alto/Maipo – safra: 2008 – álcool: 14,5% – uvas: Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc (4%)  preço médio: R$ 380,00 – importador: VCT Brasil – Don Melchor 2008  – 15 meses em barrica francesa 70% de primeiro uso e 30% de segundo uso – Vermelho-rubi intenso, profundo, quase retinto com halo púrpura. Nariz fechado com sutis notas de licor de cassis, caixa de charutos, toques florais sobre um fundo de baunilha. Muito complexo já sinalizando grande potencial de evolução. Na boca taninos vivos, de fina textura, ainda jovens. Álcool, acidez, fruta e madeira integrados. Persistente, profundo e muito longo no palato, é um vinho elegante que promete recompensar quem tiver paciência de aguardar sua evolução na garrafa. Apesar disso, já pode ser desfrutado porque agrada por conta de seu intenso frescor. Com mais dez anos de garrafa pela frente, no mínimo. Avaliação: 92/100 pts.++

Marcelo, Lígia e o Eduardo do Clos de Tapas - um restaurante que vale à pena conhecer!
Marcelo, Lígia e o Eduardo do Clos de Tapas – um restaurante que vale à pena conhecer!

Concha y Toro Late Harvest 2007 – amarelo com reflexo dourado, aromas complexos com notas florais, fruta tropical madura sobre um fundo de favo de mel. Na boca é um vinho que apresenta bom equilíbrio entre frescor de dulçor. Fácil de beber, chega a ser guloso. Avaliação: 89/100 pts.

Francisco Torres, Diretor Comercial da VCT no Brasil

Conclusão

Mais uma vez o Don Melchor não decepcionou. O exemplar da safra 2009 se destacou por seu frescor. Madeira só como coadjuvante, eis que protagonista aqui é a fruta. Impressionante o estado de conservação do exemplar da safra 1989, cm alguma vida pela frente. Já o 1998, produzido numa das piores safras da década de 1990, foi o vinho mais discreto do painel e o nível de qualidade de seus taninos realmente não tem a finesse dos outros dois vinhos degustados. Já havia sido provado por este escriba quando do lançamento da safra 2007 e naquela oportunidade o vinho provado tinha nível de qualidade superior. Então ocorre-nos a seguinte indagação: a garrafa provada agora em 2013 estava inferior àquela por qual motivo? Prezado leitor, veja o que escrevemos sobre o Don Melchor 1998 no link abaixo:

https://blogdojeriel.com.br/2011/08/vertical-de-melchor-com-enrique-tirado/

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