Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), entidade responsável pela promoção dos Vinhos do Alentejo no mercado português e em mercados-alvo internacionais, dirigida por Dora Simões convidou um pequeno grupo de jornalistas brasileiros para conhecimento de vinícolas no Alentejo – programação denominada  “Um Alentejo Diferente”, sob a condução de Maria Amélia Vaz da Silva, num roteiro diversificado e exclusivo, que implicou na visita de vinícolas e degustações de vinhos dessa importante região produtora de vinhos de Portugal, no período de 21 a 25 de janeiro do corrente ano. A seguir nossas impressões sobre os vinhos da Herdade da Malhadinha Nova, degustados na tarde de 23 de janeiro na presença do Enólogo Residente Nuno Gonzalez. Antes, porém, os jornalistas foram convidados por Alexandra Bobone (Wine Tourism Manager) a conhecer todas as dependências da herdade – http://www.malhadinhanova.pt

Sobre a Herdade da Malhadinha

Herdade da Malhadinha Nova é uma das vinícolas mais modernas do Alentejo, uma propriedade tipicamente Alentejana localizada em Albernôa (Baixo Alentejo) dedicada à produção de vinhos de qualidade, os quais sucessivamente recebem avaliações positivas da respeitada crítica de vinhos de Portugal, principalmente da conhecida “Revista de Vinhos”. A propriedade possui 20 hectares de vinhedos e está em total harmonia com a natureza e também são criados na propriedade animais com certificação de qualidade como o porco preto alentejano e a vaca de raça alentejana em linha pura. Também produz azeite de oliva de elevada qualidade. A adega da Malhadinha Nova, com uma capacidade de produção de 370.000/400.000 litros por ano, reúne um conjunto de características únicas, favoráveis à obtenção de vinhos distintos e de qualidade. Os vinhos são elaborados e engarrafados na propriedade sob orientação do renomado enólogo português Luís Duarte, como consultor e Nuno Gonzalez é o enólogo residente. Portal: http://www.malhadinhanova.pt 

 

Nuno Gonzalez, Enólogo Residente da Malhadinha Nova
Nuno Gonzalez, Enólogo Residente da Malhadinha Nova

A seguir a avaliação e descrição dos vinhos degustados:

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Monte da Peceguina VRA branco 2012 – álcool: 13% – Variedades: Antão Vaz, Viognier, Roupeiro e Verdelho – região: Albernoa/Alentejo – Palha brilhante com reflexo esverdeado a denotar juventude. Aromas florais e cítricos, leve nota amanteigada sobre um fundo de fruta tropical (maracujá). Na boca repete esses aromas, bom frescor, acidez delicada e corpo média. Persistência média num final macio, sem arestas. Avaliação: 88/100 pts.

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Antão Vaz da Peceguina VRA branco 2012 – álcool: 13% – região: Albernoa/Alentejo – Palha com reflexo esverdeado brilhante indicando juventude. Aromas florais secundados por fruta de polpa branca, algum cítrico, leve nota de baunilha. Na boca confirmou esses aromas com ligeira madurez, acidez cítrica, muito bom frescor, corpo delicado, expansivo e volumoso. Final complexo remetendo o degustador às sensações gustativas iniciais. Avaliação: 88-89/100 pts.

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Malhadinha branco 2012 – álcool: 13,5% – Variedades: Arinto (65%), Viognier (20%) e Chardonnay (15%) – região: Albernoa/Alentejo –  Amarelo-palha intenso com notas de frutas tropicais maduras (marmelo, abacaxi, carambola) sobre pinceladas de baunilha. Na boca a sua entrada revela um vinho untuoso, denso, expansivo com camadas de sabores frescos e sedutores. A barrica está judiciosamente bem colocada sem se sobrepor à fruta. Enfim, estamos diante de um branco equilibrado, de nítido viés gastronômico, pronto para ser degustado. Um bom exemplo do enorme potencial dos brancos alentejanos. Seu longo final convida o degustador a bebê-lo novamente. Avaliação: 90/100 pts. +

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Monte da Peceguina VRA 2012 – álcool: 14% – uvas: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah, Aragonês e Tinta Miúda – região: Albernoa/Alentejo – engarrafado em novembro de 2013, exibiu cor vermelho-rubi violáceo escuro, profundo sem halo de evolução. Aromas florais (violetas), leve nota tostada sobre um fundo levemente herbáceo. Na boca é um vinho integrado, taninos macios, fruta em evidência, bom frescor, acidez na medida e corpo médio/bom. Alguma profundidade gustativa num final intenso, gostoso, sem sofisticação. Avaliação: 87-88/100 pts.

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Touriga Nacional da Peceguina VRA 2011 – álcool: 15% – região: Albernoa/Alentejo – Profundo e intenso na cor. Aromas florais (violetas) bem típicos da casta, forte nota tostada sobre uma sugestão que lembra vermute. Na boca é um vinho integrado, potente, taninos macios, com boa quantidade fruta. Alcoólico, tem na elevada acidez  fator de equilíbrio, uma vez que uniformiza o conjunto, que privilegia a potência sem massacrar a elegância e a tipicidade da casta. Fresco, seu final é intenso sem ser rascante, acídulo sem ser cortante. Enfim, um exemplar paradigmático da variedade no Alentejo. Avaliação: 90/100 pts.+

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Malhadinha 2011 – álcool: 14,5% – uvas: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Tinta Miúda – região: Albernoa/Alentejo – preço: R$ 280 – As uvas são colhidas à mão e levadas à adega que se situa muito próxima e lá passam por rigoroso processo de triagem. A fermentação é sob temperatura controlada e as bagas pisadas ao método tradicional. O vinho pronto estagia em carvalho francês novo por 14 meses. Análise organoléptica: profundo e intenso na cor,  aromas intensos e complexos com geléia de frutas vermelhas e negras (cereja, amora e framboesa), toques florais típicos da Touriga Nacional, notas balsâmicas sobre uma pontinha de licor de cassis. Todos esses  aromas foram se revezando na taça ao longo do tempo. Na boca, um vinho denso, de grande extrato, de taninos potentes porém finíssimos. Solidamente estruturado, álcool e acidez elevados num conjunto forte e bem construído. Retrogosto longo, marcado por sugestões de especiarias e frutas negras com longa e vincada persistência, fruta e madeira entrosadas (barrica francesa de primeiro uso), tudo entrelaçado harmonicamente formando um conjunto no qual a força e a finesse caminham juntas. Avaliação: 90-91/100 pts. +

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Malhadinha Late Harvest Vinho Regional Alentejano 2010 – Álcool: 13% – Variedade: Petit Manseng – a Petit Manseng é uma variedade originária do Sudoeste francês, zona dos Pirineus, que se caracteriza por seus altos teores de açúcar (aqui 120 g/l) contrabalançados por sua boa acidez natural. Análise organoléptica: palha com reflexo dourado bem marcado. Aromas expressivos de flores brancas (jasmins) e de frutas maduras (damasco e lima). Boca de acidez firme a lhe afiançar um destacado frescor, ótima concentração de sabor com pitadas de fruta cítrica madura, compota e uma pontinha de frutas confitadas. Untuoso, rico, escorregadio e expansivo, sua profundidade gustativa aliada à sua acidez delicada formam um conjunto intenso e delicioso. Termina frutado e redondo. Retrogosto longo, persistente, marcado pela doçura. Avaliação: 92/100 pts.+

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