No último dia 21 de abril, a CH2A Assessoria de Imprensa organizou uma “masterclass” do célebre tinto italiano ‘Brunello di Montalcino’, promovida pela Cooperativa dos Produtores de Montalcino “La Spiga”, num sofisticado restaurante de São Paulo. A degustação, seguida de jantar harmonizado, foi coordenada pelo especialista Jorge Lucki com a participação dos seguintes produtores: Bellaria, Capanna, Collelceto, Collemattoni, Fanti, La Fornace, La Mannella, La Rasina, La Serena, Lazzaretti, Luciani, Palazzo e Podere la Vigna.
Para Hugh Johnson, o Brunello di Montalcino “como o Barolo, um dos tintos mais famosos da Itália: forte, bem encorpado, muito saboroso, tânico, longevo. Quatro anos de envelhecimento (dois no carvalho); após cinco anos, torna-se Riserva. Qualidade está no aperfeiçoamento contínuo. Montalcino fica 40 km ao Sul de Siena”. Normalmente os Brunellos são vinhos generosamente estruturados em termos de taninos e acidez que, de tão austeros na juventude, muita gente chega a duvidar que um dia a fruta consiga dar o ar de sua graça. Mas isso ocorre e depois de alguns anos na garrafa (o ideal é bebê-lo na proximidade de 10 anos, no entanto, há vinhos modernos que podem ser abertos antes desse prazo) quando uma profusão de aromas elegantes e sutis tomam conta do conjunto.
A degustação
Coordenada por Jorge Lucki teve organização exemplar e serviço do vinho idem. Jorge falou estritamente o necessário e ainda teceu considerações de singular clareza sobre a região produtora e seus diversos terroirs. Para o leitor ter ideia do nível da degustação, os treze vinhos foram previamente decantados às 14:30 horas para serem provados às 20:00 horas. O resultado não poderia ter sido melhor. Os tintos mostraram todas virtudes dos Brunellos, que não são poucas. Ficou evidenciado o nível elevado de qualidade das amostras. Aliás, os Brunellos degustados podem ser divididos em dois estilos: clássicos e os de fruta aparente. A impressão dada é de que os Brunellos degustados, todos da safra 2009, em sua expressiva maioria já estão prontos, mas agradecerão se envelhecidos na garrafa. Os de estilo clássico foram minoria. São aqueles que reivindicam tempo para mostrar suas qualidades e que se bebidos agora não serão tão prazerosos. Muitas amostras exibiram 15% de álcool sem incomodar. Para simplificar, os vinhos estão sintonizados com as tendências atuais sem perder identidade, o que é assaz importante. Uma pena que os preços não tenham sido divulgados. Se no passado a principal crítica que se fazia era da prejudicada relação preço-qualidade desses vinhos, hoje pode-se afirmar com alguma segurança que ao menos entre as amostras provadas, qualidade não lhes falta. A nossa torcida é para que não custem tão caro como a fama da região e assim encontrem bons importadores dispostos a trazê-los para o Brasil. E comercializá-los por preços realistas sem margens exageradas, porque a tributação excessiva já onera sobremaneira o preço final do vinho no Brasil. Saúde!
A seguir a relação dos vinhos degustados na ordem do serviço:
Vinho 1 = Brunello di Montalcino DOCG Bellaria 2009
Vinho 2 = Brunello di Montalcino DOCG Capanna 2009
Vinho 3 = Brunello di Montalcino DOCG Collelceto 2009
Vinho 4 = Brunello di Montalcino DOCG Collemattoni 2009
Vinho 5 = Brunello di Montalcino DOCG Fanti 2009
Vinho 6 = Brunello di Montalcino DOCG La Fornace 2009
Vinho 7 = Brunello di Montalcino DOCG La Manella 2009
Vinho 8 = Brunello di Montalcino DOCG La Rasina 2009
Vinho 9 = Brunello di Montalcino DOCG La Serena 2009
Vinho 10 = Brunello di Montalcino DOCG Lazzaretti 2009
Vinho 11 = Brunello di Montalcino DOCG Luciani 2009
Vinho 12 = Brunello di Montalcino DOCG Palazzo 2009
Vinho 13 = Brunello di Montalcino DOCG Podere La Vigna 2009
A seguir os vinhos que se destacaram na opinião deste escriba:
Vinho n° 3 – Brunello di Montalcino DOCG Collelceto 2009 – Álcool: 14% – Violáceo com discretíssimo halo granada em formação nas bordas. Inebriantes aromas de frutas vermelhas frescas, notas florais, uma pontinha láctea, baunilha com ampla sustentação na taça. Boca macia, taninos sofisticados, sem adstringência, vinho fino, pronto, com a fruta aparente, o álcool integrado e a acidez típica dos Brunellos. Bom agora, vai envelhecer bem. Avaliação: 90-91/100 pts.+
Vinho n° 4 – Brunello di Montalcino DOCG Collemattoni 2009 – Álcool: 14,5% – Violáceo intenso brilhante. A fruta disparou logo na frente e foi secundada por notas de talco, lavanda e uma discreta sugestão de madeira. Talvez o vinho de melhor complexidade aromática da degustação. Boca sublime, taninos finos, acidez em sintonia com o álcool e com a fruta, sem arestas. Final longo, macio e aveludado. Vinhedo biológico certificado em 2012. Avaliação: 90-91/100 pts.+
Vinho n° 12 – Brunello di Montalcino DOCG Palazzo 2009 – Álcool: 15% – violáceo intenso com alguma profundidade. Paleta de aromas complexos e convidativos com notas de violetas secundadas por frutas vermelhas e negras. Boca no mesmo diapasão. A maciez de seus taninos e o balanço do conjunto são formidáveis. O álcool elevado está integrado. A acidez provoca intensa salivação. Fruta e madeira em coexistência pacífica. Volumoso, denso, expansivo, tem fruta bem focada e madeira atuando como coadjuvante. Termina harmônico com ótima fluidez no paladar. Avaliação: 91/100 pts.+
Mais destaques:
Brunello di Montalcino DOCG La Fornace 2009 – Álcool: 15%
Brunello di Montalcino DOCG La Rasina 2009 – Álcool: 14,5%
Brunello di Montalcino DOCG Luciani 2009 – Álcool: 15%
Os demais não mencionados também não decepcionaram. Todos foram avaliados e o de menor pontuação ficou com 88/100 pts., o que demonstra o alto nível dos vinhos degustados. Parabéns aos organizadores do evento, ao palestrante e aos produtores, que certamente promoveram a degustação mais importante de São Paulo no feriado de 21 de abril de 2014.
Sou importadora do Brunello de Montalcino Collematoni. Nossa empresa fica em Belo Horizonte. O preço de comercializacao sera publicado no site http://www.proseccoexpress.com em junho de 2014, quando chegara ao mercado a primeira importacao do produto.