Na noite de 19 de março, em Santiago do Chile, pudemos revisitar o bistrô mais famoso da cidade: “Baco Vino y Bistro”, do francês Frédéric Le Baux, que deu as boas vindas aos convidados da Viña Emiliana. O Baco fica na Avenida Nueva de Lyon 113, Providencia. Presentes este escriba, o jornalista Mauro Marcelo Alves, Manuela M. Marques Oliveira (Gerente de Produto La Pastina – Product Manager Marketing), Denilson Moraes, Diretor de Operações da La Pastina, Leandro Macuco Moscoso (Marketing Manager Wines). Pela Emiliana: José Tomas Urrutia, Gail Thornton, Stefanie Schotte, Noelia Orts e Cristián Rodríguez. Apenas para o leitor ter ideia, o vinho Coyam é o campeão de vendas, com expressiva quantidade de 150 caixas anuais vendidas, quantidade superior à toda importação de alguns países da América Latina!
Sobre a Emiliana
Tudo começou quando José Guilisasti (Concha y Toro) constatou que ao utilizar pesticidas nos vinhedos ficava com os olhos vermelhos, irritados. Então contratou Álvaro Espinoza, famoso enólogo adepto dos métodos orgânicos que deu início à conversão dos vinhedos da agricultura convencional para orgânica. O principal vinho da vinícola continua sendo o Biodinâmico Coyam, lançado em 2003 sendo da safra 2001, eleito logo no seu lançamento o melhor blend chileno. A Emiliana situa-se a 90 km de Santiago e possui 1.000 ha de vinhedos espalhados pelos Vales do Maipo, Casablanca, Bio-Bio, Cachapoal e seus vinhos são certificados pelo Instituto Demeter e no Brasil são certificados pelo Ministério da Agricultura, por isso ostentam o selo “orgânico”. A Emiliana foi adquirida pelo grupo Concha y Toro em 1986 e em 1998 passou a se chamar somente Emiliana, todavia, no Chile ainda é comercializado pela VCT a marca “Santa Emiliana”. A Emiliana fica no Fundo Los Robles, em Nancágua, Vale de Colchágua, onde são produzidos os vinhos das linhas Signos de Origen, Coyam e “G”. Coyam em idioma mapuche quer dizer “floresta de carvalho”.
A seguir a relação dos vinhos degustados:
Novas Chardonnay 2013 – Álcool: 14% – Região: Vale de Casablanca
Signos de Origen Syrah 2010 – Álcool: 15% – Região: Vale de Casablanca
Signos de Origen Pinot Noir 2011 – Álcool: 14,5% – Região: Vale de Casablanca
Coyam 2009 – Álcool: 14,5% – Região: Vale de Colchágua
Emiliana Novas Chardonnay 2013 – Álcool: 14% – Região: Vale de Casablanca – vinho amadurecido durante 4 meses, em barricas de carvalho francês (30%). Análise organoléptica: amarelo com reflexo na transição para dourado. Intenso e brilhante, com nariz frutado marcado por notas de abacaxi maduro, manga e lima, combinadas com suaves pinceladas de castanhas assadas. Na boca sua entrada é suave, fresca, menos complexa do que o nariz sinalizou, mas sem defeitos graves. Um branco balanceado, sem excesso de madeira ou qualquer amargor. Avaliação: 88/100 pts.
Emiliana Signos de Origen Syrah 2010 – Álcool: 15% – Região: Vale de Casablanca – Vinho amadurecido em barricas de carvalho, 80% francesas e 20% americanas. Análise organoléptica: cor vermelho-rubi violáceo profundo, com intensos aromas a frutas negras, tais como ameixas, figos e cerejas secundados por especiarias (cravo e nóz moscada) sobre um gostoso fundo defumado. Na boca sua entrada revelou um vinho de taninos presentes de ótima qualidade, acidez razoável e boa integração da madeira que não se sobrepõe à fruta. O álcool é elevado mas não desequilibra o conjunto que tem na potência com harmonia seu principal atrativo. Final persistente, longo, marcado por notas de chocolate. Um vinho prazeroso! Avaliação: 89/100 pts.+
Emiliana Signos de Origen Pinot Noir 2011 – Álcool: 14,5% – Região: Vale de Casablanca – vinho amadurecido durante 10 meses em barricas de carvalho francês (100%). Análise organoléptica: vermelho-rubi brilhante de média profundidade. No aromas destacam-se notas de cerejas, morangos, fruta em compota e delicadas notas de especiarias doces. Na boca a sua entrada revelou um vinho surpreendente, marcado pelo frescor e fluidez no paladar. Os taninos são os típicos da variedade, suaves e sem nenhuma adstringência e a acidez também faz sua parte conferindo equilíbrio ao conjunto. O álcool elevado provoca leve calor mas não destoa dos demais elementos. O resultado é um vinho prazeroso de boa tipicidade, que cresceu à mesa. Avaliação: 89-90/100 pts.
Coyam 2009 – Álcool: 14,5% – Região: Vale de Colchágua – Syrah, Carménère, Merlot, Cabernet Sauvignon, Mourvèdre e Petit Verdot – Preço: R$ 124 – vinho amadurecido 13 meses em barricas francesas (80%) e americanas (20%). Análise organoléptica: vermelho-rubi profundo com reflexo violáceo. No olfato apresentou aromas intensos e complexos que recordam licor de cassis, especiarias combinadas delicadamente com notas fumo-de-corda com suaves nuances defumadas. Na boca sua entrada revelou um vinho imponente, de taninos macios conferindo-lhe alguma sofisticação. Um vinho de sólida estrutura, concentrado, muito gostoso mesmo. Um tinto de guarda. Seu final é longo, elegante e se destaca por sua harmonia. Avaliação: 90-91/100 pts.+