Na Expovinis 2014,  setor da ACAVITIS, um dos estandes mais movimentados era o da Vinícola Hermann. A seguir, a descrição dos vinhos que pudemos degustar na presença de Heloísa Hermann, Sommelier Eduardo e  Consultora Valéria: 
Heloísa Hermann com uma garrafa do espumante Lírica
Heloísa Hermann com uma garrafa do espumante Lírica

Sobre a Vinícola  Hermann

A família Hermann trouxe  todo o seu know-how de profundos conhecedores de diversas regiões vinícolas do mundo para a esfera da produção de vinhos, apostando no potencial dos melhores terroirs da região Sul do Brasil. Compraram em 2009 um vinhedo de grande vocação em Pinheiro Machado, na Serra do Sudeste – RS, plantado com mudas de alta qualidade por um dos dois viveiros líderes de Portugal. Destas vinhas nascem os tintos e o espumante da linha Lírica da nova vinícola Hermann, um projeto que conta com a assessoria técnica de um dos mais brilhantes enólogos lusitanos, o renomado “rei do Alvarinho” Anselmo Mendes.

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Lírica, a cuvée de prestige é a mais intensa e harmônica expressão dos nossos espumantes. Nos aromas desfilam frutas cítricas como a toranja e limão siciliano, drupas como a nectarina e flores brancas como a acácia, emolduradas por notas mais complexas de leveduras. Sua estrutura se faz sentir no ataque de boca, com camadas de fruta e excelente equilíbrio do frescor com a dosagem. A espuma cremosa e integrada e o longo retro-olfato são o presságio de um espumante que representa com galhardia o potencial do terroir brasileiro no mundo. A Lírica emprega uvas de Pinheiro Machado (RS): Chardonnay e Gouveio com tomada de espuma na garrafa pelo “método clássico”. Harmonização com pratos de peixes e crustáceos de alta gastronomia, sushis e sashimis, aves nobres em molhos cremosos. Análise organolétpica do Cave Hermann Lírica Brut – Champenoise – álcool: 12% – uvas: Chardonnay (75%) e Gouveio (25%) – região: Serra do Sudeste – Pinheiro Machado (RS) – preço: R$ 65,45 – palha intenso com reflexo esverdeado. Borbulhas de tamanho pequeno, intensas. Aromas complexos com uma ponta de leveduras se destacando secundadas por notas de pão fresco e frutas brancas. Boca no mesmo diapasão, fresca, fluída, expansiva com a fruta cítrica se destacando. Seco, de boa concentração é um espumante para ser levado a sério porque vale o preço. 

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Bossa – a Bossa Nova revelou a música brasileira para o mundo, que encantou com a nossa cadência rítmica tropical, sensual e única. No universo do vinho, a vocação de expressar a tipicidade e qualidade de nosso terroir caberá à tipologia dos vinhos espumantes. E a linha Bossa dá o tom. Vinhos: Bossa n° 1, 2, 3 e 4   – Análise organoléptica do Cave Hermann Bossa n° 4 – variedades: Moscato Bianco, Moscato Giallo e Malvasia – Método Charmat – região: Bento Gonçalves – álcool: 7,5% – preço: R$ 35,60 – www.decanter.com.br – elaborado pelo processo ASTI com tomada de espuma de 30 dias, seguida de centrifugação, estabilização e envase. O amadurecimento se dá em autoclaves sobre as leveduras. Análise organoléptica: palha claro com reflexo esverdeado. Perlage intenso com borbulhas em profusão. Aromas florais com leves toques de mel com boa sustentação na taça. Na boca a entrada revela um borbulhante rico, refrescante (ótimo para ser bebericado num momento festivo) vivaz, alegre, festivo, fluído com um toque de fruta de polpa branca. Final razoavelmente persistente, macio e sobre tudo limpo, sem nenhum amargor ou aspereza. Ótimo acompanhamento para sobremesas não muito doces. 

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Cave Hermann Bossa n° 1 Brut – Charmat – álcool: 11,5% – Variedade: Chardonnay – Método Charmat – região: Bento Gonçalves – preço: R$ 35,60 – palha claro com reflexo esverdeado. Perlage intenso com borbulhas em profusão. Aromas florais com toques minerais, boa sustentação na taça. Na boca é vivaz, cremoso, festivo, fluído com um gostoso toque de fruta de polpa branca. Final macio, redondo e limpo.

Heloísa Hermann. No fundo, à direita, Sommelier Eduardo e Consultora Valéria da Decanter
Heloísa Hermann. No fundo, à direita, Sommelier Eduardo e Consultora Valéria

Matiz Alvarinho 2011 – álcool: 13,2% – região: Pinheiro Machado (RS) – preço: entre R$ 68 – palha claro brilhante. Aromas florais em profusão, notas de cidreira, erva doce, rosas e jasmim. Na boca une untuosidade e concentração em harmonia, estrutura sólida, acidez evidente com pinceladas minerais que se destacam secundadas por notas cítricas, lembrando o similar lusitano. Tudo indica que apresentará boa evolução na garrafa.

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Matiz Cabernet Sauvignon 2011 – variedade: Cabernet Sauvignon (87,5%) e Syrah (12,5%) –  álcool: 13,4% – região: Pinheiro Machado (RS) – preço: R$ 48 – vermelho rubi intenso. Perfil aromático que remete aos cânones da casta majoritária com especiarias, frutas vermelhas e negras sobre uma pontinha de licor de cacau. Melhor na boca: taninos macios, algo crocante, boa sintonia entre fruta, álcool, madeira e acidez. Concentrado, é um vinho de final complexo e instigante.

Sommelier Eduardo e Consultora Valéria da Decanter
Sommelier Eduardo e Consultora Valéria

Matiz Plural 2011 – variedades: Aragonês, Touriga Nacional, Cabernet Franc, Syrah e Cabernet Sauvignon – álcool: 12,7% – região: Pinheiro Machado (RS) – preço: R$ 53 – vermelho rubi intenso, profundo, brilhante. Multidimensional nos aromas com notas de especiarias, geleia de frutas vermelhas, leve terroso sobre uma note de ameixas em calda. Na boca a sua entrada revela um vinho, de taninos aveludados secundados pela boa acidez, álcool e madeira integrados. De boa concentração de sabor, é largo no meio de boca e termina persistente, subscrevendo as sensações olfativas iniciais.

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Conclusão

Vinhos bem feitos, sem os excessos tão comuns no Novo Mundo que ensejam uma saraivada de críticas (corretas em sua maioria) tais como álcool em excesso, madeira por sobre a fruta, concentração excessiva, preços injustos, enfim, o perfil dos vinhos é bem diferente da maioria dos vinhos que temos a oportunidade de degustar. E o melhor: produzidos no Brasil sob a consultoria de um dos melhores enólogos portugueses da atualidade: Anselmo Mendes e sua equipe. Por outro lado, impende observar que a importadora Decanter dá um exemplo de que é possível além de importar vinhos, produzi-los aqui. Se uma das premissas do acordo que enterrou as famigeradas salvaguardas foi a inclusão de vinhos nacionais no portfólio das importadoras, a importadora Decanter além de haver cumprido sua parte foi além e passou a produzir vinhos, que são de ótima qualidade por sinal.

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