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Na noite de 3 de junho, a importadora Mistral promoveu o lançamento do vinho denominado Oriundi com a presença de Ciro Lilla, Luís Henrique Zanini (Enólogo) e Andrea Dal Cin, Diretor de Enologia da vinícola Masi/Itália. Ausente justificadamente o Enólogo Vincenzo Protti. Ainda pela Mistral Cláudia Mota. Na oportunidade puderam ser degustados os seguintes vinhos:

Vallontano Espumante Extra Brut LH Zanini 2010 – R$ 85,30 –

Oriundi 2011 – Variedades: Tannat (70%), Teroldego (15%), Vinhas Velhas de Corvina, Recantina e Turqueta (10%) e Ancelotta (5%)  – R$ 127,00 –

Masianco  Pinot Grigio/Verduzzo 2012 – US$ 45,90 –

Masi Tupungato Malbec – US$ 19,90 –

Vallontano Espumante Moscatel – R$ 52,30 –

Mistral

Sobre o Oriundi

Começa com um sonho de Don Ivo Pasa, um descendente do Vêneto, administrador do Hospital Sacro Cuore di Negrar, em Verona, Itália. Don Ivo conhece Sandro Boscaini, dono da Vinícola Masi e iniciam um projeto de produção de um vinho brasileiro no estilo vêneto numa região de descendentes vênetos na Serra Gaúcha. Em 2006 começa a busca por parceiros e em 2007 encontra Luís Henrique Zanini, que se dispõe a tocar este ambicioso projeto: o de elaborar um vinho que expresse o terroir brasileiro a partir da centenária técnica vêneta. Após dezenas de testes, todos com apoio do grupo técnico da Masi, chega-se à combinação das variedades Tannat, Teroldego, Corvina e outras uvas típicas do Vêneto para realizar o apassimento e posterior vinificação. Esta técnica foi desenvolvida e difundida pelo Amarone Masi, maior produtor de Amarone do mundo. Por fim, mais de 135 anos após a chegada dos imigrantes italianos à Serra Gaúcha, finalmente lança-se um vinho que expressa de maneira vívida a cultura vêneta, enquanto um novo mundo se descortina para os vinhos brasileiros.

A seguir a descrição e avaliação dos vinhos degustados:

Vallontano Espumante Extra Brut LH Zanini 2010 – R$ 85,30 – Variedades: Chardonnay e Pinot Noir – Palha claro brilhante. Os aromas são complexos e decorrem provavelmente do tempo de autólise de 24 meses, já que este espumante é elaborado pelo método champenoise (apenas 2.500 garrafas produzidas). Na boca confirmou a complexidade olfativa. Tem bom volume e frescor, mas exibiu um amargor que só desapareceu ao ser degustado acompanhando canapés. O fim de boca é longo, macio e persistente. Avaliação: 86-87/100 pts. 

Oriundi 2011 – Variedades: Tannat (70%), Teroldego (15%), Vinhas Velhas de Corvina, Recantina e Turqueta (10%) e Ancelotta (5%)  – Álcool: 13% – R$ 127,00 – a grande estrela da noite não decepcionou. O apassimento ocorre durante 30 dias em caixa de madeira a temperatura ambiente nos “Caminhos de Pedra”. Suas uvas são vinificadas separadamente, depois de esmagadas elas são maceradas a frio 10°C por cinco dias e sucessiva fermentação com pico de 24°C. Trasfega e depois maturação de dezoito meses em barrica “Veronese” de carvalho francês novo de 600 litros. Afinamento na garrafa por dez meses antes de sua liberação. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso de boa concentração com alguma profundidade. Aberto nos aromas com notas terrosas na frente. Em seguida a fruta deu o ar da sua graça com uma sugestão de ameixa, acompanhada de pimenta negra sobre um fundo vegetal. Na boca sua entrada revelou um tinto poderoso, encorpado, de taninos presentes de boa qualidade e acidez na medida certa. Acento mineral. Não tem a doçura do Amarone, mas quase a mesma complexidade gustativa de seu congênere italiano. O fim-de-boca é longo, austero e deixa uma nota de chocolate amargo no retrogosto. Para Luís Zanini,  “Um vinho que precisa de técnica, não de tecnologia”. Avaliação: 89/100 pts.+

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Masianco  Pinot Grigio/Verduzzo 2012 – US$ 45,90 – um blend muito bem resolvido. Consoante explicação de Andrea Dal Cin, a Pinot Grigio aporta aromas florais e cítricos e a Verduzzo  estrutura e corpo. O resultado é um branco aromático, com gostosas notas florais e de frutas de polpa branca num perfil sedutor e convidativo. Na boca destaca-se por sua densidade e frescor. Untuoso, 0leoso, glicérico, tudo isso por conta de 20 dias de passificação da Verduzzo. Revelou acento mineral e certa cremosidade no paladar que lhe dá vida e movimento. Enfim, um branco “outstanding”, altamente recomendado, que não precisa de comida para mostrar suas virtudes, que não são poucas. Avaliação: 89/100 pts.

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Masi Tupungato Malbec – Região: Mendoza/Vale de Uco – US$ 19,90 – violáceo intenso com reflexo azulado nas bordas. Nariz aberto com violetas, ameixa e chocolate revezando-se entre si nos aromas. Boca no mesmo diapasão, taninos macios, sedosos, boa presença de fruta, uma ponta de álcool, acidez que o distingue da maioria dos malbecs platinos e o principal: boa relação preço-qualidade. Final limpo, medianamente persistente. Avaliação: 87/100 pts.

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Vallontano Espumante Moscatel – R$ 52,30 – Álcool: 8,2% – Palha brilhante. Bom perlage com borbulhas de tamanho reduzido em profusão. Aberto e intenso nos aromas típicos da Moscatel, com damasco, leve cidreira sobre uma ponta de favo de mel. Na boca encantou por seu frescor, maciez, doçura na medida certa, acidez delicada proporcionando um gostoso e suave frescor cítrico. Apesar do álcool abaixo de 9% seu corpo não é tão leve, mas seu perfil é eminentemente festivo, jovial e descomplicado. Boa harmonização com pudim de leite condensado. Avaliação: 87/100 pts.

Passificação – apassimento

L’Appassimento. Su graticci di bambú è metodo tradizionale nelle venetiae per contrare aromi e gusti nel vino”. Necessita de umidade – 60 – 90%. Os romanos dominavam essa técnica. Zonas frias do Friuli e do Vêneto. Essa técnica transforma naturalmente o perfil aromático do vinho aumentando sua concentração de polifenóis. Reticum – antico vino dolce prodotto una epoca romana con l’appassimento. 

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2 thoughts on “Mistral lança tinto Oriundi – Projeto Vallontano – Masi”

  1. Jeriel, muito bacana este post e as avaliações dos vinhos da Vallontano. Nós, brasileiros, vivemos com o complexo de vira-latas e quando aparece alguém de valor, não raro também é desprezado, o que não parece ser o caso do Sr. Zanini, que está merecidamente ganhando seu espaço pelo ótimo trabalho que vem fazendo. Tive a oportunidade de provar toda sua linha no Encontro Mistral, e a consistência de seus vinhos só tem a crescer com esta parceria, tomara!

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