A importadora PPS, promoveu almoço com João Ferreira Álvares Ribeiro, da Quinta do Vallado, com a presença de Tiago Soares e Alessandro Petto, Diretores da importadora, que lançaram novas safras de seus vinhos, na presença de jornalistas e formadores de opinião. Foram degustados os seguintes vinhos:
Vallado Branco DOC Douro 2013 –
Vallado Touriga Nacional Rosé 2012 –
Quinta do Vallado Reserva Branco 2012 –
Vallado Tinto DOC Douro 2012 –
Quinta do Vallado Sousão 2012 –
Quinta do Vallado Touriga Nacional 2012 –
Quinta do Vallado Reserva “Field Blend” 2012 –
Vallado Adelaide Porto Vintage 2011 –
Vallado Branco Douro DOC 2013 – álcool: 12,5% – Variedades: Gouveio, Rabigato, Arinto e Viosinho – preço: R$ 85 – Elaborado com vinhas de 60-70 anos e outras vinhas mais novas, exibiu cor palha esverdeado brilhante. Nariz floral, notas de fruta de polpa branca sobre um discreto fundo cítrico. Boca macia, fresca, delicada, viva e frutada. De bom cumprimento, termina redondo, deixando uma sensação de boca limpa. Um branco sem passagem por madeira para valorizar a fruta. Este vinho é prova inconteste de que os brancos da “terrinha” também enveredaram pela senda da qualidade. Consoante afirmação de João Ferreira, a safra 2013 foi muito boa para os brancos. Avaliação: 88-89/100 pts.
Quinta do Vallado Reserva Branco Douro DOC 2012 – álcool: 12,5% – Variedades: Rabigato, Gouveio, Viosinho e Arinto – preço: R$ 140 – Fermentação em barricas de 225 litros de várias florestas de carvalho francês: Allier, Vosges e Nevers sendo 40% barricas novas, o restante em barricas de um ano de uso. Em seguida permaneceu nas mesmas barricas por um período de dez meses, sofrendo periodicamente a operação de batonnage. Análise organoléptica: elaborado com vinhas velhas e outras vinhas mais novas, exibiu cor palha esverdeado brilhante. Nariz floral, fruta de polpa branca sobre um discreto fundo cítrico e discretíssima baunilha. Boca macia, fresca, delicada, estruturada e frutada. Aqui a madeira “abraça” mas não “toma conta” do vinho consoante salientou João Ferreira sobre este branco que foi o melhor pontuado pela Wine Advocate de Robert Parker. Firme e de bom cumprimento, termina limpo, sedoso, sem arestas. Avaliação: 90/100 pts.
Vallado Rosé Douro DOC 2013 – álcool: 12,5% – Variedade: Touriga Nacional – R$ 85 – Um Rosé que já seduz na cor salmonada. Aromas marcados pelas frutas vermelhas com boa sustentação na taça. No paladar facilmente nota-se a estrutura que lhe foi conferida pela Touriga Nacional, que sofre uma maceração curta para elaboração desse tipo de vinho, que exibiu frescor adequado e um discreto amargor ao final, não o suficiente para desequilibrar o conjunto. Cresceu à mesa. Avaliação: 87/100 pts.
Vallado DOC Douro 2012 – Variedades: Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz – Álcool: 13% – Preço: R$ 85 – profundo na cor com reflexo púrpura nas bordas. Nariz complexo com notas florais (violetas) sobre um fundo tostado. Na boca a sua entrada revelou um vinho macio e redondo, com boa fruta e um leve toque de madeira. Taninos finos, toques lácteos, corpo e acidez muito bons e final sem arestas. Um vinho muito gostoso que se destaca na relação preço-qualidade e nas avaliações dos críticos internacionais por sua notável consistência. Avaliação: 89-90/100 pts. +
Sobre a variedade Sousão
Também conhecida por Sousão Forte, Sousão de Comer, Sousão Vermelho a melhor explicação vem de Rui Falcão, na Blue Wine 20: “As suas origens são inegavelmente minhotas, região onde é reconhecida pelo nome Vinhão. Mas responde igualmente pelos nomes Tinto, Tinto Nacional, Negrão, Pé de Perdiz, Espadeiro Preto, Espadeiro de Basto, Tinta Antiga e Tinta de Parada. Curiosamente, é igualmente considerada e conhecida em Espanha, na região da Galicía, onde é apelidada de Souson. Não é difícil descobrir um traço comum nas várias sinonímias conhecidas, a referência à cor negra e intensa, a característica mais distintiva da casta Sousão. Porque é a cor que verdadeiramente singulariza e diferencia esta casta nacional. Por natureza dá origem a vinhos pretos, escuros, opacos, fechados, quase impenetráveis à luz. Curiosamente, e ao contrário do que é habitualmente afiançado, a casta Sousão não é uma casta tintureira. Ou seja, a casta Sousão não contém matéria corante na polpa, no sumo da fruta. Tal como na maioria das castas tintas, a matéria corante apenas se encontra presente na película… embora no caso da Sousão em quantidades pungentes que a tornam numa das castas internacionais com maior intensidade corante! Foram estas características tão peculiares que a tornaram apetecível no Douro, a segunda região de adoção desta casta tão original. Foi o Douro que melhor aproveitou a sua capacidade tintureira, em compensação direta à escassez de matéria corante em castas autóctones, como a Mourisco ou a Rufete. A Sousão cedo mostrou as suas virtudes colorantes no Vinho do Porto, região onde se celebrizou pela relevância no lote final do Quinta do Noval Nacional. Mas os vinhos de Sousão são, por regra, vinhos rústicos, de acidez muito elevada, vinhos fortes e marcantes… pela incrível acidez. Na região do Vinho Verde, onde é a casta tinta mais plantada, os resultados são conhecidos… e geralmente detestados por quem não é natural da região. Perdeu admiradores ao longo da história, mas hoje assiste-se a um revivalismo da casta, a novas plantações, a novos vinhos extremes da casta. Se é uma moda passageira ou um movimento consistente é algo que só o futuro poderá confirmar. Certo, certo é que a casta também é plantada na África do Sul, Brasil, Austrália e Califórnia”.
Quinta do Vallado Douro DOC Sousão 2012 – 13,5% de álcool – R$ 204,80 – Elaborado à partir de vinhas velhas de Sousão, pisa à pé e segunda fermentação na barrica, amadureceu em barrica de carvalho francês durante dezoito meses. Análise organolépitca: vermelho rubi intenso, profundo com reflexo violáceo e halo púrpura nas bordas. Aromas florais com destaque para violetas, frutas negras de cacau que depois de algum tempo cedeu espaço para uma tons defumados sobre um gotoso fundo de baunilha. Boca no mesmo diapasão, taninos aveludados de fina textura contrabalançados por acidez pungente, vibrante e álcool integrado sem incomodar. Frutado (ameixa e figo), seu estilo é bastante particular um Douro tradicional “monocasta”. Maduro e com um delicioso toque de amoras, é aristocrático, elegante, intenso, volumoso, persistente e deixa uma nota de especiarias (cravo). Recebeu de RP 91/100 pts. em 31.12/2013 da Wine Advocate de Robert Parker (safra 2011). Avaliação: 91/100 pts. +
Quinta do Vallado Touriga Nacional Douro Doc 2012 – álcool: 14,5% – R$ 204,80 – um “monovarietal” de respeito, produzido num ano frio, ensejando um vinho que já está pronto para beber, consistente, sempre com altas pontuações da revista Wine Spectator safra após safra. Análise organoléptica: paleta de aromas complexos com notas de violetas, especiarias sobre chocolate. Na boca mostrou toda sua personalidade vincada, fruta bem marcada e alguma cremosidade. Generoso no álcool. Excelente opção para quem deseja aferir o potencial da Touriga Nacional, num estilo que privilegia a elegância. Vinho equilibrado, sem excessos. Final prolongado. Avaliação: 91/100 pts.+
Quinta do Vallado Reserva “Field Blend” Douro DOC 2012 – álcool: 14,5% – uvas: vinhas velhas de Tinta Roriz, Tinta Amarela, Touriga Franca e vinhas novas de Touriga Nacional (35%) – preço: R$ 249 – vinho amadurecido em barrica de carvalho francês novo (80%) por cerca de 17 meses. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso com alguma profundidade e brilho. Nos aromas as tradicionais notas de violetas aportadas pela Touriga Nacional, frutas negras sobre um fundo madeirado (cedro). Na boca a sua entrada revela um vinho jovem, seco, de taninos salientes os quais encontram anteparo na acidez que lhe confere perfil gastronômico. Álcool generoso. Concentrado, potente, profundo, seu final é um pouco adstringente. Pede mais tempo na garrafa para afinamento do conjunto, que no momento já é bom, mas que certamente ganhará com isso. Avaliação: 92/100 pts.+
Sobre o Quinta do Vallado Adelaide Vintage Port
Localizada na região do Douro, um dos locais de produção vinícola mais conhecidos de Portugal, a Quinta do Vallado traz ao Brasil o Adelaide Vintage Porto 2009, uma homenagem à lendária Dona Antônia Adelaide Ferreira, conhecida como Ferreirinha. Fermentado durante 4 dias em lagares com pisa a pé periódica, o Adelaide Vintage 2009 possui aromas intensos de frutas vermelhas como cereja e amora, além de paladar encorpado com taninos maduros e macios e excelente complexidade com final muito longo. Composto por 60% de parreiras antigas provenientes do Vale do Rio Torto e 40% de Touriga Nacional, da própria Quinta do Vallado, o Adelaide Vintage 2009 harmoniza perfeitamente com sobremesas e queijos fortes. “Este vinho premium representa mais um passo em nossa meta de fortalecer a atuação da Quinta do Vallado no mercado brasileiro”, revela o produtor João Ferreira Álvares Ribeiro. Outros mercados internacionais prioritários da empresa portuguesa são Estados Unidos, Inglaterra e Japão.
Vallado Adelaide Vintage Port 2011 – A Quinta do Vallado sempre apostou nos vinhos DOC Douro, mas pouco anos atrás lançou este delicioso Vintage que já está na galeria dos grandes comercializados no Brasil. Retinto com reflexo púrpura na cor, aromático no nariz com deliciosas notas de licor de frutas vermelhas ladeadas por sugestões de chocolate amargo com ampla sustentação na taça. No paladar, é um vinho de taninos presentes (finíssimos), quente, álcool generoso (19,5%), fresco, macio e sobretudo aveludado. Um vinho que impressiona por sua concentração, profundidade de fruta e caráter aveludado, eis que chega a acariciar as papilas gustativas de tão macio que é. No fim-de-boca, deixa uma nota de bombom de chocolate com cereja. Longo, persistente, sem arestas. Avaliação: 92/100 pts.++
Conclusão
Relativamente aos vinhos da Quinta do Vallado nada a ser acrescentado ao que este escriba já anotou neste blog. É um dos produtores mais sérios do Douro e essa seriedade se reflete nos vinhos, que ano após ano demonstram um consistência que pouquíssimos produtores conseguem se lhe equiparar. Para tanto basta provar os vinhos e analisar as manifestações da crítica internacional. A safra 2012 dos tintos foi provada em primeira mão e a 2013 dos brancos também. Ambos arrancaram sinceros elogios dos presentes, inclusive deste que vos escreve. Agora outro fatos há que ser salientado: a importadora PPS de Alessandro Peto e Tiago Soares, disse ao que vem. São dois craques do mercado de vinho no Brasil. O primeiro trabalhou durante muitos anos na Portuscale e o segundo na Qualimpor. Duas grandes importadoras especializadas nos vinhos da terrinha que conhecem como ninguém o mercado brasileiro. Como diferencial, a PPS anunciou que os vinhos da Quinta do Vallado ingressam no Brasil através do Porto de Santos. Tiago explicou que a economia a ser feita em outros portos não se justifica e que a logística mantida em Santos atende às necessidades da PPS. Então aqui quem também lucra é o consumidor, porque os vinhos ficam no porto apenas o tempo suficiente para o desembaraço aduaneiro. E, em Portugal ocorre o mesmo porque o despachante é bom e cuida da tramitação para que os vinhos sejam liberados o quanto antes. Outro aspecto a ser destacado é que os donos da importadora tem consciência do trabalho a ser desenvolvido na solidificação da marca Quinta do Vallado no mercado brasileiro. E, por isso, não cogitam, ao menos por enquanto, trazer outras marcas para o país. Assim sendo, indicamos os atuais contatos para que eventuais interessados possam adquirir os vinhos da Quinta do Vallado: PPS Importadora e Distribuidora Ltda. – Alameda Lorena 800 – conjunto 1308 – São Paulo/SP – tel. 11 3885 6268 ou através dos e-mails: alessandro@ppsimportadora.com.br e tiago@ppsimportadora.com.br