Enólogo-chefe da chilena Viña Errazuriz desde 2003, Francisco Baettig apresentou em São Paulo, novas safras do vinhos Errazuriz, no 5º Seminário Errazuriz – “O potencial do Aconcágua: uma viagem enológica do centro até a costa”, onde conduziu palestra e coordenou prova de vinhos para jornalistas e formadores de opinião, no último dia 8 de agosto, sexta-feira, no espaço de eventos da importadora Vinci na Rua Pamplona.
Foram degustados os seguintes vinhos com a assinatura Errazuriz, vinícola pioneira no Vale do Aconcágua desde 1870:
– Max Reserva Sauvignon Blanc 2013 – US$ 43,90
– Chardonnay Aconcagua Costa 2013 – US$ 49,90
– Syrah Aconcagua Costa 2012 – US$ 49,90
– Max Reserva Pinot Noir 2012 – US$ 43,90
– The Blend 2008 e 2011 – US$ 69,90
– Don Maximiniano 2009 – US$ 189,00
A seguir a descrição e avaliação dos vinhos degustados:
Max Reserva Sauvignon Blanc 2013 – D. O. Aconcágua – Álcool: 13,5% – preço: US$ 43,90 – translúcido e brilhante na cor. Aromas finos e delicados com notas de arruda, vegetal e folha de tomate sobre leve mineral (querosene). Na boca é um vinho firme, de nítido acento mineral, intenso frescor e tipicidade bem marcada, com toques cítricos. Tem perfil que o distingue dos vinho frutados de Casablanca e da mineralidade de San Antonio. Aqui as duas tendências estão conjugadas com êxito, num vinho de corpo pleno, de acidez salina sem incomodar, sem cansar. Termina sem amargor. Avaliação: 89/100 pts.
Chardonnay Aconcagua Costa 2013 – Álcool: 13% – US$ 49,90 – elaborado com uvas de Manzanar, um distrito que fica apenas doze quilômetros em linha reta do mar, exibiu cor palha esverdeado brilhante. Aromas florais e de frutas tropicais maduras (cítricas). Boca no mesmo diapasão, densa, de bom frescor. Madeira (fermentado em barrica de carvalho francês durante 10-12 meses), fruta e álcool integrados. Acento mineral. Cremoso, com gostosas notas de abacaxi e leve cítrico. Vinho linear, equilibrado e de boa tipicidade. Termina com discretíssimo amargor que não incomoda. Avaliação: 89/100 pts.
Syrah Aconcágua Costa 2012 – Álcool: 13,5% – US$ 49,90 – elaborado com videiras plantadas em 1996, apresentou cor profunda de matiz púrpura com reflexo arroxeado nas bordas, no olfato notas de frutas negras sobre especiarias envoltas por um leve toque floral (lavanda, violeta). Boca tânica (boa qualidade), suculenta, concentrada, harmônica com uma nota de especiarias que confirma sua tipicidade. Revelou bom entrosamento entre fruta e madeira (14 meses em barricas de carvalho francês de segundo e terceiro uso). Acidez razoável. Final longo, levemente austero solicitando mais tempo na garrafa para seu completo afinamento. Avaliação: 89/100 pts.+
Max Reserva Pinot Noir 2012 – Álcool: 13,5% – preço: US$ 43,90 – Pinot que utiliza um dos melhores clones da Borgonha, o famoso 777, exibiu cor típica com borda violácea, aromas florais com toques de madeira e alguma fruta vermelha (cereja principalmente) e discreto cogumelo. Boca fresca, vívida, de taninos macios, leve ponta de álcool, média concentração de sabor sem intromissão da madeira (apenas 20% do vinho amadurece durante 9 meses em barrica de carvalho francês). Final frutado. Boa tipicidade (chilena), com possibilidade de afinamento na garrafa. Avaliação: 88/100 pts.+
The Blend 2008 – preço: US$ 74,50 – Variedades: Carménère (40%), Syrah (25%), Petit Verdot (14%), Mourvèdre (13%) e Cabernet Franc (8%) – Região: Aconcágua – álcool: 14,5% – vermelho rubi intenso com alguma profundidade. A Carménère se faz sentir nos aromas herbáceos, notas de madeira e especiarias (Syrah). Melhor na boca. Tinto de taninos musculosos, maduros e texturados. Concentrado, a madeira não está por sobre a fruta, mas quem se destaca mesmo é a acidez que lhe dá forte conotação mediterrânica. Seu final é longo, salivante. Está num bom momento para ser degustado, mas pode ser guardado por mais algum tempo sem preocupação. Avaliação: 88/100 pts.
The Blend 2011 – preço: US$ 74,50 – uvas: Grenache (55%), Mourvèdre (28%), Syrah (10%), Carignan (5%) e Marsanne (2%) – Região: Aconcágua – álcool: 14% – Vermelho-rubi intenso profundo com borda violácea. Perfil olfativo diverso do anterior com mais complexidade e fruta: cereja, framboesa e amoras revezam-se entre si secundadas por notas mentoladas, especiarias e madeira fina (cedro). Na boca apresentou perfil gastronômico, eis que seus taninos firmes porém macios encontram anteparo na acidez típica dos vinhos do mediterrâneo. Fruta e madeira estão na mesma sintonia. Um vinho potente, que tem nervo, fresco, elegante, superior às suas versões anteriores, que demonstra razoável potencial de evolução na garrafa. Avaliação: 89-90/100 pts.+
Don Maximiniano 2009 – álcool: 14,5% – Preço: US$ 189 – um vinho que já conta com mais de trinta safras, pela segunda vez recebeu em seu corte um pouco de Carménère (10%), Petit Verdot (5%) e Cabernet Franc (5%) completam o blend tradicionalmente dominado pela Cabernet Sauvignon (80%). Análise organoléptica: impenetrável, quase retinto na cor, de boa expressão aromática com complexas notas tostadas, tabaco, cedro, mentol, frutas negras, chocolate sobre um fundo balsâmico. No paladar mais uma vez as notas aromáticas foram plenamente subscritas. Taninos de fina textura, fruta e madeira por se integrar, acidez presente promovendo intensa salivação, álcool integrado. Um vinho de sólida estrutura reconhecidamente longevo. Necessita de tempo, mas já demonstrou algumas virtudes que não são poucas. Todas as variedades foram amadurecidas por um período médio de 22 meses em barricas de carvalho francês, 81% das quais novas. Avaliação: 91-92/100 pts.++
