Júlio B. Bastos (Vinícola Dona Maria) eo Sr. Adolar Hermann
Júlio B. Bastos (Vinícola Dona Maria) e o Sr. Adolar Hermann

Comissão Vitivinícola Regional Alentejana convidou este escriba para participar da Masterclass ‘A Arte do Corte’, conduzida pelo crítico de vinhos português Rui Falcão. Na prova, Falcão falou sobre como o Alentejo tem conseguido combinar diferentes variedades de uvas alcançando vinhos que são um conjunto superior à soma das partes. A Masterclass aconteceu dia 15 de setembro (segunda-feira), das 16 às 17 horas no Hotel InterContinental São Paulo [Al. Santos, 1123]. O evento foi organizado pela Essência do Vinho e integrou a programação do Tasting anual da CVR Alentejana, que aconteceu no mesmo dia, das 15 às 20 horas. A seguir informações, indicação e descrição de todos vinhos degustados da importadora Decanter, do produtor Dona Maria.

Sobre o produtor “Dona Maria”

Júlio Tassara de Bastos é um dos principais vinicultores da região do Alentejo. Em 1992, ele vendeu metade da propriedade da família, a Quinta do Carmo Garrafeiras, para a Domaines Barons de Rothschild (Lafite). A vinícola e os escritórios foram transferidos para a propriedade das Carvalhas, onde se construiu uma vinícola nova. Mas Júlio, depois, vendeu sua parte na vinícola e retomou seu próprio empreendimento. Embora ele ainda possuísse a casa na Quinta do Carmo, não podia mais usar o nome e, por isso, começou um novo negócio chamado Dona Maria. Júlio dispõe de 53 ha de vinhedos, com ênfase no mesmo clone antigo de Alicante Bouschet, que era o coração do clássico Quinta do Carmo Garrafeiras. As primeiras uvas do Dona Maria foram colhidas em 2003 e Júlio agora faz alguns vinhos excelentes que vão desde um rosé elegante até um Reserva denso e estruturado. O grande destaque é o magnífico Júlio B. Bastos Alicante Bouschet. É considerada uma vinícola “revelação” do Alentejo. Fonte: O Grande Livro dos Vinhos – 1ª edição – agosto/2012

No estande da Decanter, fomos atendidos pelo Sommelier Eduardo Dorillo. Vários brancos, rosés e tintos se destacaram, dentre os quais cito o suculento Alicante Bouschet Julio B. Bastos 2004, o Dona Maria Petit Verdot e o novo Dona Maria Touriga Nacional. O Amantis Tinto 2007 também agradou, eis que está num momento ótimo de sua evolução para ser provado.

Dona Maria (Alentejo – Portugal): do quente e remansoso Alentejo, tivemos também ótimas surpresas. Com tanto calor, esta região se permite explorar à vontade as expressões varietais, tais como blend branco e os ótimos tintos de Touriga Nacional, Petit Verdot e Alicante Bouschet (André Logaldi).

Dona Maria Branco Vinho Regional Alentejano 2013 – floral e frutado nos aromas, na boca exibiu acidez vibrante. Notas de pêssego e abacaxi no paladar. Final macio, elegante e frutado.

Dona Maria Rosé Vinho Regional Alentejano 2013 – este rosé  chamou atenção por sua sólida estrutura toda calcada na fruta. Acídulo, refrescante, muito vivaz, é um verdadeiro “coringa” nas harmonizações.

Dona Maria Tinto Vinho Regional Alentejano 2011 – delicioso tinto alentejano no qual os elementos álcool, fruta, acidez  e madeira estão em plena sintonia. Equilíbrio gustativo e pegada alentejana são suas maiores virtudes.

Dona Maria Petit Verdot Vinho Regional Alentejano 2009 – mais uma variedade bordalesa bem adaptada ao Alentejo. A maciez de seus taninos e sua expansão no meio de boca aliado ao seu final longo, marcante e rugoso conformam seu perfil forte e sólido. Um vinho assertivo.

Dona Maria Touriga Nacional 2010 – como os demais tintos exibiu fortes traços alentejanos, mas aqui a força dos taninos recomenda mais algum tempo na garrafa para seu completo arredondamento. Tipicidade vincada, com os tradicionais toques de violetas nos aromas um tanto discretos.

Dona Maria Reserva 2008 – um dos tintos mais refinados do portfólio deste correto produtor. Aromas complexos, boca firme com sabores de frutas negras ladeadas por gostosas notas crocantes, características dos alentejanos de estirpe.

Júlio B. Bastos Alicante Bouschet 2004 – Álcool: 15% –  É forte, densamente estruturado, de boa acidez, taninos finos, camadas sobre camadas de sabores, expansivo no paladar e de longa persistência. Alia magistralmente, elegância, potência e complexidade. Tipicidade a toda prova deste exemplar de Alicante Bouschet, uma variedade essencialmente alentejana, que produz vinhos profundos e concentrados.

 

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