Muitos dos críticos e sommeliers que serão jurados de concurso chileno no Brasil em 2014 sempre torceram e continuarão a torcer o nariz para a Carménère (não estamos generalizando; porque há raras exceções), mas a verdade é que essa variedade faz sucesso aqui e no exterior. O motivo decorre de que a Carménère já está “domesticada”, eis que já se passaram 20 anos da constatação do ampelógrafo francês, Jean-Michel Boursiquot, que esteve na Viña Carmen, cujo enólogo na época era Alvaro Espinoza, que verificou e depois afirmou que o “Merlot Tardio” era na realidade a Carménère.

A Carménère, é uma variedade bordalesa que se extinguiu por completo na França em razão da praga denominada Filoxera. Antes disso, foi trazida ao Chile e amplamente cultivada, porém, descobriu-se que grande parte das plantações de Merlot eram realmente de Carménère e o Chile é um dos poucos países onde está variedade é produzida e por isso que se converteu na sua bandeira. Seus vinhos são mais escuros que os Merlots e ao ser colhida no seu ponto de madurez (gosta do clima quente), apresenta aromas de café, chocolate e terra úmida.Na boca seus taninos são aveludados e doces. Colhida antes de seu ponto de maturação seus aromas são predominantemente herbáceos, com notas de pimentão verde e na boca costuma apresentar um ligeiro amargor que lhe confere personalidade.

Ela é cultivada em outros países, mas quando se fala em vinho de Carménère a referência é o Chile. É no vale de Colchágua que há o maior cultivo e produção de vinhos dessa varietal. Os especialistas dizem que ela se deu bem na região por causa da geografia que cria barreiras naturais como o oceano Pacífico, o deserto de Atacama e a Cordilheira dos Andes que protegem a região de pragas como a Filoxera e além disso o solo vulcânico e seco contribui para a composição de um terroir adequado à Carménère.

Suas principais regiões de cultivo no Chile são: Vales de Cachapoal (em Peumo ela atinge sua máxima expressão eis que clima e solo são os mais apropriados para essa variedade), Colchagua, Maule e Rapel. A seguir os cinco Carménères indicados pelo “The Wall Street Journal”:

Ilustração de Mike Ellis - Carménère
Ilustração de Mike Ellis – Carménère

Apaltagua Reserva Apalta Valley Carménère 2012 – US$ 12 – 

Muito intenso na cor, com sabores de frutas e um toque de soja, é uma introdução fácil para a variedade Carménère. O vinho é produzido pelo enólogo Benjamin Mei no festejado Vale de Apalta, em Colchágua, em conjunto com o consultor Alvaro Espinoza.

Carmen Gran Reserva Carménère Apalta Vineyard 2011 – US$ 20 – Importador no Brasil – Mistral – preço: US$ 36,90 –

Em 1994, o ampelógrafo Jean-Michel Boursiquot, visitou a vinícola Carmen e descobriu que toda a Merlot chilena na realidade era Carménère, uma variedade de Bordeaux quase extinta, como supramencionado. Marcado por taninos suaves e um nariz terroso e de especiarias, o Carmen Gran Reserva Carménère é o top da vinícola, produzido a partir de seus melhores vinhedos.

Viña Pérez Cruz Edição Limitada Carménère 2012 – US$ 22 dólares – Importador: Almería/SP – R$ 90 –

O Consultor “Superstar” Alvaro Espinoza é um especialista na Carménère e tem uma mão na produção deste tinto elegante de alta altitude no “Alto Maipo”, em Liguai, ao sul de Santiago. É um vinho acessível e bem equilibrado, com taninos macios, polidos, agradáveis.

Casa Silva Vale de Colchagua  Carménère Los Lingues 2012 – US$ 20 – Vinhos do Mundo – R$ 110 –

A família Silva foi uma das pioneiras na vinificação no Vale do Colchágua. Sua adega é apontada como a mais antiga da região. Eles produzem uma gama de vinhos tintos e brancos de alta qualidade, incluindo este Carménère  maravilhosamente floral, suave e bastante concentrado.

Antiyal Escorial Vineyard Carmenere 2011 – US$ 40 – www.buywine.com.br – R$ 249 –

Alvaro Espinoza e sua família fundaram esta vinícola “garagem” de filosofia biodinâmica e orgânica no Vale do Maipo, há 18 anos. Embora custe o dobro do preço dos outros Carménère, este tinto de vinhedo único é muito mais rico e texturizado, com taninos suaves e sabores de aveludados de chocolate amargo, especiarias e um toque de azeitonas.

Fonte: http://online.wsj.com/articles/chiles-fallen-merlot-ripens-into-a-fabulous-exotic-carmenere-1411146719 – vertido para o português (Brasil) por Jeriel da Costa. Proibida a reprodução dessa tradução sem expressa autorização.

Infelizmente, a "Wines of Chile" ignora completamente que o nosso blog é o que mais escreve sobre vinhos chilenos no Brasil !!!
Infelizmente, a “Wines of Chile” ignora completamente que o nosso blog é o que mais escreve sobre vinhos chilenos no Brasil !!!

Imagem de abertura crédito para Mike Ellis

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