Sobre Hubert Boüard

Hubert Boüard de Laforest. Aos 59 anos, o co-proprietário do Château Angélus em Saint-Émilion, é um dos enólogos mais procurados para dar consultoria e dos mais influentes de Bordeaux. Em sua carteira hoje nada menos do que 58 propriedades para as quais contratualmente oferece seus conhecimentos e conselhos.

Um sucesso estrondoso decorrente do puro Saint-Émilion produzido por sua família desde 1782. Comprado por seu avô em 1921, ele foi capaz de renovar magistralmente e conduzir a propriedade, junto com seu primo e sócio Jean-Hubert Grenier, para o “topo da elite mundial do vinho”. Um longo suspiro coroado há pouco mais de dois anos, em setembro de 2012, quando da promoção do Château Angélus ao posto de Premier Grand Cru Classé “A” de Saint-Émilion. Um verdadeiro Everest do vinho atingido somente por dois châteaux que fizeram essa escalada lado a lado, eis que o Château Pavie também foi promovido para esta nova classificação. Agora, acima das nuvens, a dupla se junta aos Château Ausone e Cheval Blanc, tornando-se, por sua vez, estrelas da margem direita no mesmo nível de classificação das estrelas da margem esquerda: Premier Grand Cru Classe, as jóias Mouton, Lafite, Latour, Margaux, Haut-Brion e Yquem.

Angelus 2012

Hubert de Boüard se juntou ao negócio da família no Château Angelus depois de se formar pela Universidade de Bordeaux, onde estudou com o famoso Professor Émile Peynaud. Demorou um pouco antes que as coisas começassem a mudar no Château Angélus. Em anos como 1982 e 1985, quando os materiais estavam lá para fazer um grande vinho, como muitas propriedades St. Émilion, Château Angélus era uma propriedade sub-aproveitada.

Iniciando na colheita 1988, Hubert começou rapidamente a transformar as coisas ao redor do Angélus. Ele foi um dos primeiros produtores de vinho de Bordeaux que adotou a fermentação em cubas de topo aberto e realizou fermentação malolática em pequenos barris. Hubert de Boüard empregou outras técnicas que eram populares na Borgonha, mas que não eram amplamente utilizadas naquele momento em Bordeaux. Isto incluiu a fermentação com bagas inteiros, envelhecimento na borras, cultivo, colheita e vinificação por parcelas.

Para melhorar ainda mais os vinhos do Château Angélus, Hubert de Boüard baixou rendimentos,  tornou mais criteriosa a seleção dos cachos e amadureceu os vinhos em barricas novas de carvalho francês. Hubert, um ex-aluno de Émile Peynaud,  insiste que está fazendo vinho de Bordeaux no Château Angélus do mesmo jeito que se fazia na década de 1950, mas com um toque moderno.

Mas não é só isso. Pouco tempo depois Hubert de Boüard  instituiu uma outra mudança importante. Mudou o nome de L’Angélus para Angélus. O motivo: “isso permite que o vinho possa aparecer primeiro nas listas em ordem alfabética.” Mais uma vez Monsieur Boüard estava certo!

Fontes: http://www.sudouest.fr/2014/01/16/hubert-de-bouard-le-stratege-d-angelus-a-saint-emilion-1431662-713.php – Crédito da imagem: © PHOTO AFP TUCAS NICOLAS e www.sudouest.fr/2014/01/16/hubert-de-bouard-le-stratege-d-angelus-a-saint-emilion-1431662-713.php

Silver Bell e N° 3 d'Angelus, dois vinhos da apelação "Saint-Émilion Grand Cru" da espetacular safra 2009
Silver Bell e N° 3 d’Angelus, dois vinhos da apelação “Saint-Émilion Grand Cru” da espetacular safra 2009

Degustação –

Silver Bell by Château Roc de Boisseaux Appellation Saint-Émilion Grand Cru Contrôlée 2009 – Variedades: Merlot (70%), Cabernet Franc (25%) e Cabernet Sauvignon (5%) – Álcool: 13,5% – importador: Castel Studio – vermelho-rubi intenso de média profundidade. Aberto nos aromas com sugestões de especiarias, licor de cacau sobre um fundo ligeiramente balsâmico. Na boca sua entrada revelou um tinto de perfil moderno, leve, fluído, com boa fruta, taninos finos com toda maciez que se espera de um tinto dessa categoria. Balanceado, acídulo, a madeira está perfeitamente integrada e o álcool não incomoda. Acento mineral. O fim de boca é de média/longa persistência. Cresceu à mesa. Avaliação: 89/100 pts.+

2014-12-10 20.37.44

Nota deste Escriba:

Degustado pela segunda vez na noite de 10 de dezembro em degustação oferecida pela Castel Studio para formadores de opinião e jornalistas, o vinho servido demonstrou consistência porque apresentou oscilação positiva, tanto no perfil aromático com na complexa paleta de aromas com profusão de especiarias, grafite sobre um fundo balsâmico. Na boca taninos elegantes, acidez na medida certa, álcool integrado, com mais corpo do que o exemplar provado anteriormente. Enfim, um vinho que se destaca por suas qualidades intrínsecas, pronto para ser degustado e que cresceu à mesa por conta de sua boa acidez. Avaliação: 89-90/100 pts. 

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