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No último dia 19 de novembro de 2014, este escriba foi convidado para conhecer um projeto inusitado e pujante: o da Vinícola Paulista Guaspari, localizada no município de Espírito Santo do Pinhal (cidade com cerca de 42.500 habitantes a 202 km da Capital na região da Serra da Mantiqueira). Na vinícola a recepção ficou por conta de Paulo Roberto Guaspari, Diretor Operacional e por toda sua equipe, inclusive o enólogo chileno Cristian Sepúlveda e o Agrônomo Sênior – Paulo Macedo.

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O município de Espírito Santo do Pinhal situa-se num planalto elíptico, com área aproximada de 785 km², altitude média de 900 metros sobre o nível do mar  e campos suavemente ondulados. Dados importantes:

  • Altitude média: 785 metros
  • Altitude da sede Paço Municipal da Prefeitura: 850 Metros
  • Altitude de maior elevação: 1.305 metros
  • Altitude de menor: 688 metros

Possui uma área de 389,421 km². 

Lá pudemos constatar in loco o ambicioso projeto da Vinícola Guaspari (Agrícola Guaspari Indústria e Comércio de Vinhos – Rua Pedro Ferrari, 300 – Parque Lago – Espírito Santo do Pinhal – SP – Tel: (19) 3651 – 4972), que já apresentou em novembro de 2013 a primeira safra comercial com dois vinhos tintos e um branco. Foram 3 mil garrafas do Syrah – Vista da Serra 2011; 3 mil do Syrah – Vista do Chá 2011; e 4 mil garrafas de Sauvignon Blanc 2012. Além disso, há uma pequena produção de Pinot Noir (safras 2010 e 2011) que será vendida mediante encomenda e que não provamos.

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Os rótulos chegam ao mercado já com o reconhecimento de críticos brasileiros e estrangeiros por sua qualidade destacada, principalmente por serem originários de uma região sem nenhuma tradição vinícola. A Guaspari  informa ter sido a única vinícola brasileira a participar do Palais de Grand Cru 2013, evento organizado pela Ficofi, referência mundial em vinhos de qualidade, no Petit Palais, em Paris, ao lado de grandes produtores como Romanée Conti, Chateau Petrus, Vega-Sicilia e Opus One. Na ocasião, o Syrah – Vista da Serra 2011 e o Syrah – Vista do Chá 2011 foram elogiados por compradores e críticos. O inglês Steven Spurrier – o conhecido organizador do Julgamento de Paris, que em 1976 apontou os Chardonnay e os Cabernet Sauvignon de Napa Valley, nos EUA, como superiores aos melhores tintos de Bordeaux e aos melhores brancos da Borgonha, na França – referiu-se aos vinhos da Guaspari como “amazing “(incrível, sensacional), em artigo publicado na revista “Sommelier”.

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Informa ainda a vinícola Guaspari que em dezembro de 2013, o vinho Guaspari Syrah – Vista da Serra 2011 foi apontado como um dos Melhores Vinhos do Novo Mundo, no ranking do crítico Jorge Lucki (“Valor Econômico”) e eleito o melhor vinho tinto nacional na categoria “Soberano”, a mais alta entre todas. Os profissionais ligados ao setor no Brasil e formadores de opinião que têm visitado a vinícola estão se  surpreendendo com o projeto e a qualidade dos vinhos apresentados.

“A Vinícola Guaspari é a concretização de um sonho. Estamos transformando em realidade o desejo de abrir novas fronteiras para a viticultura do Brasil, colocando a região de Espírito Santo do Pinhal no mapa mundial dos vinhos de alta qualidade. Queremos fazer um vinho marcante na história dos vinhos do Brasil e do mundo”, diz Marina Gonçalves, diretora-executiva da empresa.

“Dedicamos esforços e recursos para trazer o que há de melhor em termos de tecnologia e contamos com uma equipe de experientes profissionais de diferentes partes do Brasil e do mundo, trazendo seu valioso conhecimento. Contamos ainda com os dedicados talentos da região que abraçaram essa nova cultura. A constante evolução na qualidade das uvas deixa claro que escolhemos o caminho certo”, afirma Paulo Roberto Guaspari, Diretor Operacional.

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Mais informações da Vinícola Guaspari

A Vinícola Guaspari nasceu do sonho de produzir um vinho brasileiro de alta qualidade. O projeto teve início em 2006, quando foram plantadas as primeiras videiras numa antiga fazenda de café na região de Espírito Santo do Pinhal (Estado de São Paulo). Foram escolhidas variedades francesas, selecionadas pelas características do terroir. Dois anos após o primeiro plantio, a vinícola foi construída; e o primeiro vinho foi produzido ainda de maneira artesanal.

Os ótimos resultados alcançados reforçaram o potencial do projeto e motivaram a empresa a trazer o havia de melhor no mercado mundial. Especialistas reconhecidos do Brasil e do exterior foram envolvidos desde o início na escolha dos caminhos mais adequados.

Gradualmente, a área de plantio veio sendo ampliada, chegando hoje a 50 hectares. Os vinhedos foram divididos em 12 terroirs distintos, demarcados em função da especificidade dos microclimas existentes para expressar toda a qualidade e tipicidade de cada uva, cujos  vinhedos são conduzidos maioritariamente em cordão uni e bilateral royat e com o desenvolvimento de uma poda em guyot permanente que tem revelado resultados promissores.  A seguir as variedades plantadas:

Syrah – 17 ha –

Viognier – 4 ha –

Pinot Noir – 6 ha –

Cabernet Franc – 2,5 ha –

Cabernet Sauvignon – 5 ha –

Merlot – em fase de replantio –

Sauvignon Blanc – 8,5 ha –

Chardonnay – 8,0 ha –

Muskat – 3,0 ha –

Uma das grandes inovações do projeto da Vinícola Guaspari é a transferência da safra para o inverno, quando a amplitude térmica, a insolação e a ausência de chuvas são semelhantes às das grandes regiões vinícolas do mundo. Cada estágio do ciclo de vida das parreiras recebe o meticuloso cuidado de profissionais capacitados por técnicos experientes vindos de Portugal, Estados Unidos, Chile e Austrália.

O projeto arquitetônico preservou o estilo das antigas fazendas de café da região, integrando cultura e estética locais. O respeito ao seu entorno se estendeu às preocupações ambientais, como o cuidado com a água e com todas as formas de vida. O centro de vinificação é uma antiga tulha de café adaptado para vinicultura.

Cristian Gonzales, Guaspari e Paulo Macedo
Cristian Sepúlveda, Paulo Roberto Guaspari e Paulo Macedo

 

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Espírito Santo do Pinhal e o vinho –

Espírito Santo do Pinhal, na região da serra da Mantiqueira, no Estado de São Paulo, divisa com o Sul de Minas Gerais, tem características semelhantes às das grandes regiões produtoras de vinho da Europa. A cidade é marcada por altitudes entre 700 m e 1.300 m, noites frescas e ótima insolação, com amplitude térmica entre 10°C e 12°C em julho e agosto, época da colheita na Vinícola Guaspari. A região tem um solo seco, de origem granítica e boa drenagem, similar a alguns dos grandes terroirs do mundo, como Barrosa Valley, na Austrália, e Côte-Rotie, na França. As características favoráveis à viticultura de Espírito Santo do Pinhal já haviam sido registradas no início do século 19 pelo botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, quando esteve no Brasil. Uma das principais autoridades mundiais em viticultura, o professor Alain Carbonneau, do Institut des Hautes Etudes de la Vigne et du Vin, de Bordeaux, confirmou o registro de Saint-Hilaire, ao visitar a Vinícola Guaspari em 2010.

Prof. Alain Carbonneau – crédito da imagem: http://experticia.fca.uncu.edu.ar – Jorge Nazrala

Carbonneau apresentou sua avaliação no estudo “La Viticulture Tropicale Mondiale”, em que afirma: “a região central do Brasil, por volta de 15º de latitude Sul e, entre 1.000 m e 1.400 m de altitude, apresenta condições particularmente interessantes para a produção de vinhos de qualidade (…) Com uma poda no verão (janeiro) e uma colheita no inverno (julho-agosto), é possível controlar a maturação da uva em condições ensolaradas e frescas. A videira e sua uva se desenvolvem na contraestação e a maturidade é obtida ao final de uma evolução rápida do clima contra a baixa das temperaturas e da insolação”.

(…) “Os solos são também particulares, de areias graníticas muito ácidas ou terrenos de origem vulcânica. Syrah, Cabernet Franc, Sauvignon dão excelentes resultados. Os vinhos são marcados por essa característica de frescor com uma excelente acidez. O mundo vitícola falará, certamente daqui a pouco, dos terroirs de altitude de Minas Gerais e de seus vinhos de inverno, paradoxo de frescor em um mundo tropical. (…) O novo mundo produziu, não somente para uvas de mesa, mas ainda mais para os vinhos, uma viticultura tropical que está ultrapassando sua mutação ou sua adolescência e que entra na idade adulta, e para alguns terroirs, na ‘corte dos grandes”.

 

Toda equipe da Vinícola Guaspari
Toda equipe da Vinícola Guaspari

A equipe da Vinícola Guaspari

Reconhecidos especialistas do Brasil e do exterior foram envolvidos desde o início do projeto na escolha dos caminhos mais adequados para a realização do sonho por trás da Vinícola Guaspari: a produção de vinhos de altíssima qualidade, entre os melhores do mundo. Hoje o time reúne 55 pessoas – cinco na vinícola e 50 no campo, entre as quais se destacam:

Gustavo Gonzales crédito da imagem: foodandwinetrails.com
Gustavo Gonzales
crédito da imagem: foodandwinetrails.com

Enólogo Sênior – Gustavo Gonzalez

Enólogo sênior da Guaspari desde 2011, o americano Gustavo Gonzalez trabalhou durante dez anos com Robert Mondavi e também na Tenuta dell’Ornellaia, na Toscana, onde fez parte do time responsável pela produção do “Masseto” 100 pontos. “A vinícola utiliza 100% de barricas de carvalho francês, muitas delas importadas para o Brasil pela primeira vez, especificamente para esse projeto”.

 

Agrônomo Sênior – Paulo Macedo

O português Paulo Macedo, agrônomo sênior, vem dedicando toda a sua vida às parreiras do Vale do Douro (Portugal). Trabalhou durante os últimos 12 anos no grupo Symington, que engloba as marcas Dow’s, Graham’s e Quinta do Vesúvio, entre outras. “A atenção ao detalhe, na implantação e no manejo de um vinhedo, é um dos principais fundamentos para um parreiral saudável e boas safras.”

Enólogo – vinhedo – Cristian Sepúlveda

Enólogo responsável pelo vinhedo, o chileno Cristian Sepúlveda é engenheiro agrônomo formado pela Universidad de Chile. Tem passagens pelas vinícolas Emiliana, Concha y Toro, Carmem, Santa Rita e La Calina, no Chile; Kendall Jackson, nos Estados Unidos; Châteaux Mas Neuf, no Vale do Rhône (França); e Miolo, no Vale dos Vinhedos (Brasil). “Eu acredito muito no potencial dessas uvas para fazer vinhos de grande qualidade.”

Moderno ovo de concreto da França utilizado para fermentação de variedades brancas. Com o "custo Brasil" seu falor final é da ordem de R$ 60.000,00
Moderno ovo de concreto da França utilizado para fermentação de variedades brancas. Com o “custo Brasil” seu falor final é da ordem de R$ 60.000,00!!!

Alta Tecnologia e cuidado artesanal 

Uma das grandes inovações do projeto da Vinícola Guaspari é a transferência da safra para o inverno, quando a amplitude térmica, a insolação e a ausência de chuvas são semelhantes às das grandes regiões vinícolas do mundo. A colheita no inverno só é possível devido ao manejo de dupla poda: em vez de uma poda única, são feitas uma poda de formação (imediatamente após a colheita) e, depois de seis meses, uma poda de produção.

A data exata para o início da colheita, de julho a agosto, é definida apenas no último instante, com base em análises do laboratório, na observação da equipe de campo e nas previsões meteorológicas.

A adoção da fertirrigação também é um importante diferencial na produção e já atinge todos os 50 hectares plantados, garantindo um desenvolvimento equilibrado das uvas. Cada estágio do ciclo de vida das parreiras recebe o meticuloso cuidado de profissionais capacitados por técnicos experientes vindos de Portugal, Estados Unidos, Chile e Austrália.

As mudas utilizadas na Guaspari são clones de plantas francesas. Os testes extensivos já realizados revelaram a ótima adaptação de diversas uvas, principalmente a Syrah – cuja qualidade, de acordo com as avaliações feitas, não encontra paralelo no Brasil.

A vinícola usa o que há de melhor em tecnologia e equipamentos, como barricas de carvalho francês (Taransaud, François Frére e Ermitage) – parte delas adotadas no Brasil pela primeira vez –, tanque de concreto oval, linha de produção e engarrafamento italianos e laboratório próprio para controle de qualidade.

Além disso, o projeto arquitetônico preservou o estilo das antigas fazendas de café da região, integrando cultura e estética locais. O respeito ao seu entorno se estendeu às preocupações socioambientais.

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A seguir descrições e avaliações dos vinhos degustados:

Espumante Guaspari (em teste) – Variedades: Chardonnay e Pinot Noir – Álcool: 11,7% – Açúcar: 9 g/l – Autólise: 24 meses – Palha claro brilhante. Perlage intenso, abundante. Aromas típicos com leveduras, leve floral e pão fresco. Boca rica, fresca, leve mineralidade, corpo médio para bom e um leve amargor ao final. Não será pontuado porque não está pronto, mas agradou bastante e revelou boa tipicidade.

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Guaspari Sauvignon Blanc 2012 – Vinhedo Vista do Vale (1.200 metros de altitude) – Álcool: 14% – Parte do vinho é fermentado em tanque de aço inoxidável e uma pequena parte em barrica de carvalho francês. O resultado é um branco de cor palha verdeal, que no nariz exibiu o toque vegetal típico da variedade confirmando sua boa tipicidade. No paladar acidez fresca, corpo bom, álcool integrado e final medianamente persistente com ligeiro amargor que não prejudica o conjunto. Avaliação: 87-88/100 pts.

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Guaspari Sauvignon Blanc 2013 – Vinhedo Vista da Vinícola ( 900 metros de altitude) – Álcool: 14% –Consoante depoimento de Paulo Guaspari, parte do vinho é fermentado no ovo de concreto, outra parte no tanque de aço inoxidável e uma pequena parte em barrica de carvalho francês. Semelhante na cor, exibiu um nariz limpo, com toques florais e de fruta de polpa branca. Boca macia, elegante, fresca e de ótima tipicidade, com notas de fruta branca e algum vegetal. Aqui já se nota a diferença do vinho fermentado em ovo de concreto cujo formato lembra as ânforas romanas, cujo resultado é um branco mais fresco de sabores mais nítidos, sem nenhum amargor. Avaliação: 89/100 pts. 

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Vertical de Syrah Vista da Serra –

Guaspari Syrah 2010 (ano chuvoso) – Vinhedo Vista da Serra (1.200 metros de altitude) – Álcool: 14,5% – amadurecido em barricas francesas durante 24 meses – Vermelho-rubi com reflexo violáceo intenso. Frutas vermelhas e negras predominam nos aromas sobre uma ponta de madeira. Boca macia, taninos de boa qualidade, álcool generoso, corpo pleno e fruta bem entrosada à madeira. Enfim, temos um Syrah verdadeiro produzido no Estado de São Paulo, com uvas cultivadas no comecinho da Serra da Mantiqueira. Avaliação: 89/100 pts.+

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Guaspari Syrah 2011 (ano seco) – Vinhedo Vista da Serra (1.200 metros de altitude) – Álcool: 14% – amadurecido em barricas francesas durante 24 meses – Violáceo intenso de média profundidade com reflexo púrpura. Frutas negras e um leve toque de mentol predominam nos aromas. Boca rica, taninos finos, boa concentração de fruta, acidez razoável e corpo pleno, como se espera de um bom Syrah. Poderoso, seu final é de média persistência, sem adstringência ou qualquer amargor. Avaliação: 89/100 pts.+ 

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Guaspari Syrah 2012 (ano chuvoso) – Vinhedo Vista da Serra (1.200 metros de altitude) – Álcool: 14% – amadurecido em barricas francesas durante 20 meses – Violáceo intenso com reflexo púrpura. A madeira vem na frente, mas logo a fruta assume o protagonismo com notas de amoras e ameixas. Depois um toque de garapa e marmelada. Na boca é um vinho jovem, potente, nervoso, mas com tudo no lugar certo: álcool (generoso), acidez (salivante) e bom entrosamento entre fruta e madeira. O final é harmonioso, de média persistência, limpo, sem arestas. Avaliação: 89/100 pts.+

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Degustação Syrah Vista do Chá –

Guaspari Syrah 2011 – Vinhedo Vista do Chá (1.130 metros de altitude) – Álcool: 14% – amadurecido em barricas francesas durante 24 meses – Violáceo intenso, profundo, concentrado. Paleta de aromas complexos com notas de geleia de frutas negras, groselha e especiarias. As sensações olfativas foram plenamente subscritas num paladar denso e volumoso, de taninos expressivos mas ao mesmo tempo sedosos. Enfim, temos um vinho elegante, macio e equilibrado, que respeita os cânones da variedade. Avaliação: 90/100 pts.+

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Guaspari Syrah 2012 – Vinhedo Vista do Chá (1.130 metros de altitude) – Álcool: 14% – amadurecido em barricas durante 20 meses – Cor semelhante à do vinho anterior com um pouco mais de concentração e profundidade. Aromas abertos, com geleia de frutas vermelhas e negras sobre um fundo mentolado. Boca firme, intensa, concentrada, com muito balanço, potência e volume. Aqui estamos diante de um verdadeiro Syrah de clima frio, denso, profundo e mastigável. No quesito fruta e madeira é o tinto mais bem acabado da degustação. Sua estrutura sólida é típica dos grandes vinhos dessa variedade. Um tinto forte, com legítimo DNA paulista, mastigável, com camadas sobre camadas de sabores. Além da tipicidade, vai recompensar quem tiver paciência de guardá-lo por alguns anos, mas pode ser degustado já, eis que seu perfil moderno possibilita esse desiderato. Se numa de suas primeiras safras revelou seu potencial…… À conferir. Avaliação: 90/100 pts.+

Conclusão –

A família Guaspari é oriunda do setor de mineração quando em 2002 formou a Holding Guaspari. Atualmente, na propriedade, que fica apenas a 30 km do Estado de Minas Gerais (Andradas), além do café, há culturas de macadâmia (4 ha) e oliveiras, com destaque para a variedade Arbequina (7 ha). Quanto aos vinhedos estão espalhados por 12 glebas todas com denominações próprias cultivadas com variedades específicas totalizando 50 ha. A área total da propriedade é imensa: são 800 hectares de terras agricultáveis. Os principais vinhedos são Vista da Serra (da Mantiqueira), Vista do Vale e o mais alto de todos o Vista do Chá, com mais de 1.3oo metros de altitude. Por enquanto podemos informar que os vinhos Guaspari realmente corresponderam às nossas expectativas. Importante destacar a afirmação feita pelo Engenheiro-agrônomo português Paulo Macedo: “queremos ser os melhores sem sermos pretensiosos”. Com padrões rígidos de controle de qualidade (até um laboratório para análise dos vinhos teve que ser instalado), a Vinícola Guaspari está comprovando que é viável produzir vinhos finos no interior do Estado de São Paulo, o que não deixa de ser um fato alentador. A vinícola tem capacidade de processar até 70.000 kg de uva, tudo por gravidade, sem utilização de bombas, como convém. A colheita é realiza das 5:30 até às 9:00 horas da manhã para evitar o sol escaldante do interior paulista. É cuidadosamente feita por parcela com uma rigorosa seleção de cachos e tudo é vinificado separadamente. Enfim, tudo na Guaspari é feito com cuidado, com foco na sustentabilidade e consequentemente na qualidade. O objetivo não é a superprodução, mas produzir-se a quantidade certa para se alcançar o melhor resultado. Vários estudos estão sendo realizados, mas até agora os resultados com as variedades Sauvignon Blanc e Syrah são os mais auspiciosos (vide avaliações acima). Por fim, os vinhos da promissora Guaspari poderão ser encontrados em alguns restaurantes e hotéis do Brasil e do exterior e em lojas especializadas. Os clientes também podem comprar diretamente da vinícola sob encomenda (www.vinicolaguaspari.com.br). No futuro-próximo, a Guaspari receberá visitantes, isto é, será receptiva ao Enoturismo.

Serviço –

Distribuidor em São Paulo: Rouge Brasil. Tel. (11) 3887-4444

Vinhos Guaspari Syrah – Vista da Serra 2011; Syrah – Vista do Chá 2011 – ambos por R$ 129 e Sauvignon Blanc 2012 por R$ 89,00 –

Até as rolhas produzidas passam por um rígido controle de qualidade.
Até as rolhas utilizadas nos vinhos Guaspari são submetidas a um rígido controle de qualidade!
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2 thoughts on “A promissora Vinícola Paulista Guaspari”

  1. Muito bom artigo, sua leitura oferece conhecimento amplo sobre o “terroir” e produtos oferecidos, fiquei interessada e vou experimentar.

    1. Massae,

      Essa matéria é antiga, mas acredito que não esteja tão desatualizada, porque os vinhos
      vem ganhando diversas premiações internacionais. Acredito que valha à pena qualquer
      provar qualquer vinho dessa vinícola.

      Obrigado

      Jeriel

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