O nome Almaviva, ainda que pareça espanhol pertence à literatura clássica francesa: Almaviva é o herói das “Bodas de Fígaro”, obra de autoria de Beaumarchais (1732-1799), que foi transformada na opera de Wolfgang Amadeus Mozart anos mais tarde. A etiqueta faz homenagem aos ancestrais chilenos, com três reproduções “estilizadas” de um desenho que simboliza a visão do universo pela civilização Mapuche. O desenho aparece sobre um “kultrun” que é um tambor ritual utilizado pelo povo Mapuche, todavia, na etiqueta o nome Almaviva aparece com a caligrafia original de Beaumarchais. Assim, duas grandes tradições unem suas mãos para oferecer ao mundo uma promessa de prazer e excelência.

Mais um grande vinho da nossa adega particular com o rótulo danificado numa adega chinesa marca "Fuxin"r
Mais um grande vinho da nossa adega particular com o rótulo danificado por uma adega chinesa marca “Fuxin”

Degustação

Almaviva 2007 – álcool: 14,5% – região: Puente Alto/Vale do Maipo – variedades: Cabernet Sauvignon (64%), Carménerè (28%) e Cabernet Franc (7%) e Merlot (1%) – Vinho imponente e bem elaborado que resulta na seleção das melhores uvas do vinhedo El Tocornal (Alto Maipo), com dezoito meses de passagem por barricas novas de carvalho francês – pontuações: RP 94/100 e WS 93/100 pts. – esta garrafa confirmou todos prognósticos anteriores. 2007 também é, com grande probabilidade, uma das melhores safras deste emblemático franco-chileno. Quase retinto na taça com discretíssimo halo de envelhecimento. Muito gostoso nos aromas de cereja, creme de cassis, groselha, chocolate sobre um toque de mentol. No paladar exibiu taninos firmes, abundantes  mas de textura finíssima e sedosa. Aromas de um verdadeiro Pauillac ou Margaux com ampla sustentação na taça. Aveludado, voluptuoso, largo, profundo, seu fim de boca é esplêndido porque remete às sensações olfativas iniciais. Após vinte minutos entregou sua origem: no fundo da taça a sempre reconhecida “compota chilena” que antes de um defeito é uma característica dos excelentes tintos do Alto Maipo. Álcool integrado. Acidez na medida certa. Seus dezoito meses de barrica revelam um tinto balanceado, com livre expressão da fruta que chega ser suculenta e copiosa. Enfim, um vinho hedonista que por ser do Chile, país campeão na produção de vinhos detentores de relação preço-qualidade, poderia custa menos, bem menos….também impressionou por sua longa, quase infinita persistência. Avaliação: 93-4/100 pts.+

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