Entre os dias 23 a 27 de março, este escriba viajou para o Chile a convite do ProChile para o “Programa Visita Periodistas Difusión de Vinos del Valle del Itata” . No primeiro dia instalamo-nos na cidade de Santiago, onde fomos recebidos por Hernando Hernández (Periodista – Departamento de Comunicaciones) e María José Álvarez Ureta (Santiago Export Center). Na terça-feira, dia 24, seguimos de avião para Concepción e depois de carro para Chillán, onde fomos recebidos pela Diretora Regional do ProChile Bío-Bío Sandra Ibañez, pelo Ejecutivo en Chillán de ProChile Bío-Bío – Representante Regional Ñuble Cristian Pavez Carcamo, por Carlos Ruiz Sanchez, do INIA-CL – Instituto Nacional de Investigaciones Agropecuarias, pelo representante da “Asociación de Enólogos y Profesionales del Vino del Valle del Itata”, pelo Professor da Faculdade de Agronomia da Universidade de Concepción, Ingeniero Comercial Master en Marketing Alejandro Chandía Vejar, pelo Enólogo Guillermo Pascual Aburto, pelo Presidente AG Enólogos del Vino del Valle del Itata Claudio Barría. Nesta primeira parte da programação dois eventos importantes ocorreram: reunião em Santiago com María José Álvarez Ureta e recepção em Chillán (noite de 23 de março no Hotel Diego de Almagro). A seguir a narrativa desses dois eventos.
Tarde de 22 de março – Santiago
Este escriba e a jornalista colombiana Karen Hernández participaram de uma reunião com María José Álvarez, “Sectorialista del sector de vinos de la región metropolitana de Santiago” no escritório do Pro-Chile no bairro de Providência. Na oportunidade, foi salientado que existem atualmente no Chile 319 vinícolas em operação, 83 integrantes da Wines of Chile, 24 do Movi e 14 do Vigna e que no ano de 2014 o valor médio de cada caixa de vinho exportado foi da ordem de US$ 30 – doze garrafas e que o objetivo é chegar a US$ 36 em 2020.
a) as primeiras vides chilenas foram plantadas por volta de 1.548 por jesuítas espanhóis que trouxeram consigo mudas da variedade Misión/País que se beneficiaram das condições climáticas locais, com destaque para a chuva natural.
b) por ser o Vale de Itata a primeira região vinícola oficial do Chile este vale poderá ser a nova “ponta de lança” da produção de vinhos, eis que até hoje a região produz diversas variedades de vinhos: desde o mais simples a granel, passando pelo “pipeño” até espumosos de qualidade (Miguel Torres compra uvas na região para elaborar o festivo espumante Santa Digna Estelado Rosé é elaborado exclusivamente com a variedade País; a VCT também tira dessa região as uvas para o Marques de Casa Concha Cinsault/País), sem se falar nos brancos de Moscatel de Itata ou Alejandria e dos tintos de Cinsault e País.
c) o vale sempre forneceu uvas para as grandes vinícolas chilenas. Em Itata foram utilizadas pela primeira vez “Tinajas” ou “Vasijas de Greda”.
d) são desafios do setor vinícola da região: associatividade, sustentabilidade, busca de identidade, identidade de projetos e a comunicação.
e) a divisão geográfica das regiões produtoras chilenas era longitudinal até o advento da nova classificação “Costa”, “Entre-cordilheiras” e “Andes”.
f) o Vale de Itata também se destaca na produção de Eucalipto (madeira) e Pinus.
Sylvia Cava e Alejandro Chandía Vejar
Noite de 23 de março – Chillán
Este escriba e a jornalista colombiana Karen Hernández receberam as boas vindas em Chillán, dependências do Hotel Diego de Almagro, da Diretora Regional do ProChile Bío-Bío Sandra Ibañez e do Presidente AG Enólogos del Vino del Valle del Itata Claudio Barría. Na oportunidade foi salientado que no século XVI não se fazia missa sem vinho e que Concepción foi fundada em 1.550 assim como Chillán. No século XIX com a emancipação do Chile, 8.000 hectares de vides foram plantadas na região – metade em Concepción e a outra metade em Bío-Bío. Em 1.872 existiam apenas cinco vinícolas na região; em torno de 1.920 a região central do Chile começou a se desenvolver igualando-se aos Vales do Maule e de Itata. Algumas das características da região:
a) o câmbio climático auxiliou a produção de vinhos no Vale de Itata.
b) o vale é a segunda região exportadora de cobre do Chile.
c) o setor pesqueiro obteve crescimento de 13% em 2015 totalizando US$ 5 milhões em exportações.
d) A cultura da vide se caracteriza por estar numa área de transição entre o rio Itata e o rio Bio-Bio.
e) atualmente, 80% das vides estão no Vale de Itata e o restante em Bío-Bío. Integram essa cifra a cepa Cinsault (96%) com 510 ha em Itata e 40 ha em Cauquenes (Sul do Vale do Maule). Outra variedade cultivada com sucesso é a Moscatel de Alejandria ou “Blanca Itália”. Agora segue um dado importante: o sistema de condução das videiras predominante é o rasteiro: “libre” ou “cabeza” .
f) as perspectivas do Vale de Itata se fundam no clima favorável, enoturismo, 500 hectares de agricultura orgânica, diversidade de solos, parreiras centenárias no “secano” e no apoio que a região vem recebendo do Pro-Chile.
g) os vinhos da região se caracterizam por não necessitarem de correção da acidez e pela maturação das uvas com duas a três semanas de diferença em relação ao Norte do Chile para todas as variedades. São produzidos espumantes de Moscatel de Alejandria (branca) e Cinsault (tinta). As variedades Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e até Pinot Noir também são cultivadas na região, que se caracteriza pela adoção de técnicas agrícolas minimamente invasivas.
h) o preço médio dos vinhos está na casa dos US$ 10 para a garrafa de branco e US$ 15 para o tinto.
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