Pio cesare
Barolos e Barbarescos Pio Cesare

No dia 28.07.2015, a importadora Decanter ofereceu almoço-degustação para jornalistas em São Paulo, com a presença de Pio Boffa (Pio Cesare), Adolar Hermann (Presidente) e dos Sommeliers Cézar França e Leandro Mattiuz. Na oportunidade foram provados os vinhos abaixo descritos, salientando que algumas safras ainda não estão disponíveis para compra na Decanter eis que foram trazidos diretamente da vinícola por Pio Boffa:

Chardonnay sem madeira para valorizar aromas e sabores frutados
Chardonnay sem madeira para valorizar aromas e sabores frutados

L’Altro Chardonnay 2013 – Piemonte DOC – 13,5% álcool – R$ 161,50 – Apenas 20% do vinho passa por barrica francesa, o restante é fermentado em cuba de aço inoxidável. Análise organoléptica: Palha com reflexo na transição para dourado. No olfato desponta fruta madura (pêssego, marmelo e abacaxi) sobre um fundo com discreta nota de baunilha com ótima sustentação na taça. Na boca o corpo é pleno, fresco e balanceado confirmando a fruta. Álcool integrado. Alguma untuosidade, acidez delicada, leve sugestão cítrica com a repetição da nota de abacaxi maduro do olfato. Medianamente complexo seu estilo está mais para a elegância em detrimento da potência, mas chega a lembrar alguns dos bons Chardonnays do Novo Mundo. Termina gostoso e deixa uma nota de baunilha no fim-de-boca. Avaliação: 89/100 pts.

Chardonnay piemontês com nítido acento borgonhês
Chardonnay piemontês com nítido acento borgonhês

Pio Cesare Piodilei DOC Langhe Chardonnay 2011 – Álcool: 13,5% – Região: Treiso (Barbaresco) – Preço: R$ 331,20 – Palha claro com reflexo ligeiramente esverdeado. Muito complexo nos aromas sem o amanteigado enjoativo de alguns Chardonnays, aqui, ao contrário, o uso judicioso das barricas já pôde ser notado na paleta de aromas que vai das flores do campo, frutas de polpa branca, amêndoas até pinceladas minerais. Na boca lembra um Mersault de tão elegante que é! Macio, aveludado, inunda o paladar com suas delicadas notas cítricas sobre um fundo mineral. Longo, sua persistência é digna de nota. Concentrado, pede um peixe gordo ou carnes brancas como acompanhamento. Profundo e equilibrado, tem fama de longevo. Avaliação: 92/100 pts.+

Pio Boffa
Pio Boffa

Sobre Pio Cesare

Desde 1881, Pio Cesare estabeleceu uma primazia no fornecimento das uvas à sua vinícola e ao longo de seus quase 130 anos os seus herdeiros consolidaram 45 hectares de posições deslumbrantes nas nobres zonas de Barolo e de Barbaresco. O sopro de modernidade trazido por Pio Boffa, quarta geração, colocou a histórica vinícola entre as melhores do mundo, embora a filosofia de elaborar clássicos piemonteses se mantenha inabalável.

Barolo DOCG 2010
Barolo DOCG 2010

Pio Cesare Barolo DOCG 2010 – Álcool: 14,5% – Região: Piemonte/Barolo – (em breve na Decanter – preço: R$ 434,20 – safra 2009) – cor típica,  vermelho-rubi esmaecido com reflexo granada. Pio Boffa salientou que não se trata de um Barolo genérico, mas sim de um Barolo “clássico de estilo tradicionalista” porque as uvas são colhidas simultaneamente de sete vinhedos diferentes, depois fermentadas na mesma proporção com o “blend” preparado antes do início desse procedimento. Cesare afirmou que a safra de 2010 foi ótima para os Barolos. O vinho amadureceu por trinta e seis meses em barricas bordalesas (30%) e o restante em “botti” de carvalho francês de Allier de vários anos – barris de 2.000 a 5.000 litros. 1/3 novas, 1/3 de segundo uso e 1/3 de terceiro uso. E o que mais chamou atenção neste vinho é que já está pronto. Análise organoléptica: intenso na cor que discreto reflexo granada,  no olfato já demonstra sua elegância com sugestões florais (rosas), cerejas sobre uma nota de grafite e especiarias. Etéreo e terroso. Na boca revelou-se um vinho fino, delicado e sobretudo de taninos de textura finíssima, possibilitando ser bebido agora ou guardado por mais algum tempo. Profundo, aveludado, perfeito entrosamento entre fruta e madeira. Pede comida, de preferência alta gastronomia. Este Barolo DOCG 2011 foi trazido por Pio Boffa e podemos afirmar novamente que o vinho já está “pronto”, fato inusitado para um Barolo. Avaliação: 93-94/100 pts. ++

 

 

 

Pio Cesare Barolo DOCG 2011 – Álcool: 14,5% – Região: Piemonte/Barolo – (em breve na Decanter – preço: R$ 434,20 – safra 2009) – Pio Boffa salientou que não se trata de um Barolo genérico, mas sim de um Barolo “clássico de estilo tradicionalista” porque as uvas são colhidas simultaneamente de sete vinhedos diferentes, depois fermentadas na mesma proporção com o “blend” preparado antes do início desse procedimento. Cesare afirmou que a safra de 2010 foi ótima para os Barolos. O vinho amadureceu por trinta e seis meses em barricas bordalesas (30%) e o restante em “botti” de carvalho francês de Allier de vários anos – barris de 2.000, 3.000 a 5.000 litros. 1/3 novas, 1/3 de segundo uso e 1/3 de terceiro uso. E o que mais chamou atenção neste vinho é que já está pronto para o copo, fato incomum num barolo. Análise organoléptica: intenso na cor que tem mais brilho que o 2010, no olfato já demonstra sua elegância com sugestões florais (rosas), cerejas e morangos sobre uma nota etérea e de especiarias. Na boca revelou-se um vinho fino, muito macio, delicado e sobretudo de taninos de textura finíssima, possibilitando ser bebido agora ou guardado por mais algum tempo. Foi uma das estrelas da degustação. Perfeito entrosamento entre fruta e madeira. Pede comida, de preferência alta gastronomia. Avaliação: 94/100 pts. ++

Barbares DOCG 2010
Barbaresco DOCG 2010

Pio Cesare Barbaresco DOCG 2010 – Álcool: 14,5% – Região: Barbaresco/Treiso/San Rocco Seno d’Elvio – Preço: R$ 486,30 – vermelho-rubi intenso com leve halo granada em formação nas bordas. No nariz desponta inicialmente alguma fruta vermelha principalmente com toques de cereja sobre um fundo especiado e levemente etéreo. No paladar, sua entrada revelou um vinho grandioso, eloquente, de taninos de excelente textura, dotado de excelente acidez a consolidar seu perfil clássico, sério e confiável. Termina com longuíssima persistência. Obteve 93/100 de RP em junho de 2013. Avaliação: 93/100 pts.++

Pura expressão do terroir -
Pura expressão do terroir – Barbaresco

Pio Cesare Barbaresco “Il Bricco” DOCG 2009 – Álcool: 14,5% – Região: Barbaresco, vinhedo “Il Bricco” – Preço: R$ 659,70 –  Como salientado por Pio Boffa, o estilo deste “Il Bricco” é “menos tradicional” do que o Barbaresco DOCG. “Il Bricco” é um dos quatro vinhedos em Treiso. “Il Bricco” é o ponto mais alto da colina. Aqui temos mais cor, fruta, concentração, intensidade, madeira, estrutura num estilo menos clássico, mas sem perder identidade de Barbaresco. Elaborado com uvas de um vinhedo no topo da colina da comuna de Treiso (solo do período Tortoniano) que tem perfeita exposição solar, 70% do mosto amadurece em barrica de carvalho francês de primeiro uso por 30 meses e o restante em “botti” de 2.000 litros de carvalho da mesma procedência de vários anos. Análise organoléptica: vermelho-rubi granada com discreto halo de evolução. Nariz complexo com notas etéreas, madeira de excelente qualidade, sugestões de chocolate, especiarias (cravo), frutas secas, musgo e um toque floral a lembrar violetas. Boca de entrada bem estruturada, taninos finíssimos (ainda presentes), robustos e ligeiramente adocicados. Álcool generoso (14,5%) que proporciona uma leve aquecida do palato, mas não perturba o equilíbrio gustativo do conjunto (álcool, taninos e acidez). Quanto a esse último elemento cabe um comentário adicional: levou nota máxima porque ao lado dos taninos mastigáveis e do álcool elevado a sua acidez salivante contribuiu para a harmonia do conjunto, porque consegue ser ao mesmo tempo austero, aveludado, complexo, profundo e suculento. Vinho gastronômico por excelência, apresenta uma leve adstringência ao final a indicar que mais alguns anos na garrafa lhe fará muito bem. Instigante, untuoso e de longa vida (5/15 anos a depender da conservação), uma garrafa só não basta: é melhor reunir os amigos e comprar no mínimo duas, três garrafas para ser degustado/bebido à vontade, acompanhado de ótima comida, porque se trata de um vinho sublime, sem arestas, de características excepcionais, quase perfeito, para grandes comemorações, porque seu preço não permite que seja degustado a toda hora. Obteve 92/100 de RP (junho de 2013). Avaliação: 94/100 pts. ++

Barolo Ornato - indiscutivelmente o melhor da degustação
Barolo Ornato – indiscutivelmente o melhor da degustação!

Pio Cesare Barolo “Ornato” DOCG 2009 – Álcool: 14,5% – Região: Piemonte/Barolo – Serralunga d’Alba – Vinhedo Ornato (idade média das videiras de 30 anos) – Preço: R$ 672,90 – 70% do mosto amadurece em barrica de carvalho francês de primeiro uso por 36 meses e o restante em “botti” de 2.000 a 5.000 litros de carvalho da mesma procedência de vários anos. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso com halo granada. Intenso nos aromas, com frutas negras, tabaco, mentol, sobre um fundo mineral. Na boca taninos volumosos, texturados, fino em plena harmonia com o álcool e acidez, que de sua parte promove intensa salivação do tipo “pede comida”. Enfim, trata-se de um tinto gigantesco, um verdadeiro emblema ao Piemonte, que dificilmente decepciona quem se dispõe a adquiri-lo (não custa barato), eis que se trata de um vinho superlativo em todos os sentidos. Macio, profunfo e elegante, obteve 93/100 de RP (Antonio Galloni) em outubro de 2012. Avaliação: 94/100 pts.++

Barbera Fides - firme, suculento com camadas sobre camadas de fruta densa. Uma das estrelas da degustação.
Barbera Fides – firme, suculento com camadas sobre camadas de fruta densa. Uma das estrelas da degustação.

Barbera d’Alba Fides 2011 – Barbera d’Alba DOC – 13,5% álcool – R$ 284,50 – Segundo Pio Boffa, este Barbera chama-se “Fides” que do latim significa “fé”. Porque a vinícola fez um voto de “fé” na Barbera replantada em 1991 em Serralunga d’Alba, num excepcional vinhedo de Barolo. Antes, essa uva, por suas características de maciez, frescor e principalmente elevada acidez, era adicionada em proporções que variavam entre 3% a 4% para “suavizar” os Barolos. Hoje, a legislação não permite essa adição. O local dos vinhedos é uma colina de exposição sul que possibilita a perfeita maturação das uvas. Pio Boffa assinalou que o vinho amadurece 20 meses em barricas francesas na proporção de 80% do mosto e o restante em “botti”. Este Fides 2011 apresenta atraente cor vermelho-rubi intenso com reflexo violáceo. Ótima complexidade aromática com leve toque floral, especiarias, cerejas sobre uma sugestão de chocolate. A boca confirma o olfato, com boa presença de taninos redondos e macios, acidez gastronômica e com final instigante e longo. Com menos madeira e mais fruta do que nas safras anteriores, tem qualidade superior à de muitos Barolos DOCG. Concentrado, termina intenso, longo e promete boa evolução na garrafa nos próximos anos. Obteve 90/100 pts. da Wine Advocate e 4 grappoli Duemilavini A. I. S. Avaliação: 91/100 pts. +

Barbaresco e Barolo
Barbaresco e Barolo

 

 

CONCLUSÃO –

De fato, tratando-se de vinhos do produtor “Pio Cesare”, podemos afirmar que “a qualidade justifica a fama”, eis que o produtor de fato é um dos mais afamados de toda Itália. Seus vinhos são realmente espetaculares e amadurecem divinamente na garrafa. Não há mais nada a acrescentar às avaliações acima, eis que procuram ser o espelho do nível de excelência alcançado por este respeitado produtor italiano. A única observação que fazemos é que apesar do estilo “tradicional”, as garrafas trazidas por Pio Boffa (Barolos DOCG 2010 e 2011 que em breve estarão à venda na Decanter) revelaram vinhos “prontos” que irão envelhecer esplendidamente na garrafa. Informação técnica sobre o Barolo DOCG: “uvas provenientes principalmente dos vinhedos próprios em Serralunga d’Alba (70%), com pequenas partidas oruindas de fornecedores de longo-prazo em privilegiadas posições de Castiglione Falletto e Monforte d’Alba. Colheita com duração de três semanas (fim de outubro e começo de novembro). Seleção acurada das uvas, com descarte das imperfeitas. Desengace total. Prensagem delicada e fermentação nos tanques de inox em contato com os sólidos, a 25-26°C, por 20 dias. Nesta fase as remontagens foram frequentes, mantendo as cascas sempre imersas e em contato com o mosto. Terminada a fermentação alcoólica, procedeu-se a separação do vinho da parte sólida. Maloláctica completa. Trasfega aos barris de carvalho para envelhecimento. Engarrafamento e manutenção das garrafas nas frias adegas por mais vários meses antes da emissão ao mercado”.

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