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A seguir impressões sobre os vinhos da degustação 5° Tasting Wines of Chile em São Paulo, ocorrida no dia 06.08.2015,  promovida por Wines of Chile em São Paulo, com a condução do Sommelier chileno Hector Riquelme e presença de Álvaro Arriagada (Gerente Responsável pelo mercado brasileiro na Wines of Chile), Mario Pablo Silva Júnior (Presidente Wines of Chile), Oscar Páez Gamboa (Diretor Comercial do escritório do ProChile no Brasil), representantes de vinícolas chilenas, importadores, jornalistas, blogueiros, lojistas e demais profissionais do setor. O evento foi organizado por CH2A Assessoria de Imprensa.

Mario Pablo Silva Diretor da Wines of Chile ladeado à esquerda pelo Sommelier Hector Riquelme
Mario Pablo Silva Diretor da Wines of Chile ladeado à esquerda pelo Sommelier Hector Riquelme
O Escritório do pro-Chile no Brasil, representado por Oscar Paez também apoiou o evento!
O Escritório do Pro-Chile no Brasil, representado por Oscar Páez também apoiou o evento!

5° Wines of Chile São Paulo 2015 –

O 5° Tasting Wines of Chile em São Paulo – 2015 – realizou a masterclass ‘Inovando com uvas antigas’. O sommelier chileno Héctor Riquelme veio ao Brasil exclusivamente para conduzir essa masterclass, que contou com a participação dos produtores que fizeram comentários sobre seus vinhos e suas inovações no resgate de uvas centenárias. A degustação abriu a programação do 5º Tasting Wines of Chile em São Paulo, um dos principais eventos de vinho realizados no Brasil. A seguir a descrição e avaliação dos vinhos degustados:

Casa Silva Sauvignon Gris - 87/100 pts.
Casa Silva Sauvignon Gris – 87/100 pts.

Casa Silva “1912 Vines” Sauvignon Gris 2014 – Importador: Vinhos do Mundo – Preço – R$ 74 – os vinhedos deste Sauvignon Gris ficam em Paredones (7 km do Pacífico) e Angostura (Colchágua – Costa) e foram plantados em 1.912. Nos vinhedos é fácil identificar a Sauvignon Gris, eis que seus cachos são mais soltos que os da Sauvignon Blanc (apertados). Sua coloração, como seu próprio nome diz (Gris) é cinza-rosado. Análise organoléptica: palha-esverdeado brilhante. Aromas florais secundados por notas vegetais. Boca firme, acidez cortante, corpo bom e final com sutil amargor que não incomoda. É potente e arredondou com mais alguns minutos na taça. Segundo Mario Geisse, harmoniza bem com uma “mariscada chilena”. Avaliação: 87/100 pts.+

Falernia Pedro Ximenes 2013 - 87/100 pts.
Falernia Pedro Ximenes 2013 – 87/100 pts.

Falernia Pedro Ximénez 2013 – Álcool: 13% – Região: Vale de Limarí – A variedade aqui utilizada não é a PX espanhola utilizada no Jérez. Análise organoléptica: palha esverdeado. Leve floral sobre frutas brancas e amarelas. Na boca é macio, fresco, de sabor neutro, corpo bom, vocação gastronômica, mas seu final não é muito persistente e não tem a propalada mineralidade mencionada pelo importador. Um vinho exótico, praticamente desconhecido. Avaliação: 87/100 pts.

Um delicioso Moscatel de Itata - 89-90/100 pts.
Um delicioso Moscatel de Itata – 89-90/100 pts.

De Martino “Gallardía del Itata” 2013 – Álcool: 13% – Variedades: Moscatel de Alexandria (70%) e Corinto (30% Chasellas) – Região: Guarilihue/Itata – Importador: Decanter – Preço: R$ 72,90 –  Guarilihue está a 23 km do Pacífico,  40 km de Concepción e 480 km de Santiago do Chile. Análise organoléptica: palha verdeal brilhante. A Moscatel dá aromas e a Corinto volume. Aromas complexos com notas florais, vegetais e toques de mel. Na boca tem volume, boa acidez que promove todo seu frescor, toques minerais que não encobrem a fruta e um final suave e harmônico. Avaliação: 89-90/100 pts.

Um inédito Verdejo da Viña El Principal encerrou a ala dos brancos - 87/100 pts.
Um inédito Verdejo da Viña El Principal encerrou a ala dos brancos – 87/100 pts.

Kiñe Verdejo 2014 – Álcool: 13% – Região: Maipo/Pirque –  importador: Decanter – preço: R$ 155 – Amarelo-palha brilhante. A baunilha desponta na frente dos aromas frutados e ligeiramente defumados. Na boca, um toque de coco logo chamou a atenção para dar lugar à fruta de polpa branca. Razoavelmente fresco, muito macio, amadurecido oito meses em barrica de carvalho francês, o tempo corre a seu favor, devendo o envelhecimento na garrafa conferir-lhe maior complexidade aromática e gustativa. Avaliação: 88/100 pts.

Montes Outer LIMITS Moscatel Rosada 2015 - 88/100 pts.
Montes Outer LIMITS Moscatel Rosada 2015 – 88/100 pts.

Montes Outer Limits Moscatel Rosada 2015 – Álcool: 13,5% – Importador: Mistral – Preço estimado: R$ 149 – Região: Vale do Maule – Amarelo-palha brilhante. Aromas terpênicos com notas florais, cânfora, mentol, abacaxi com coco (piña colada). Confirmou a tipicidade no paladar, untuoso com alguma profundidade/complexidade gustativa. Fresco, macio e persistente, no retrogosto marcante deixou uma nota de marmelo. Avaliação: 88-89/100 pts. 

Creole, um tinto da Morandé, produzido com 70% de Gamay, faz frente a muitos Beaujoais existentes - 88/100 pts.
Creole, um tinto da Morandé, produzido com 70% de Gamay, faz frente a muitos Beaujolais existentes – 88/100 pts.

Morandé Creole 2014 – Álcool: 13,5% – Variedades: Cinsault e País – Importador: Grand Cru – vermelho-rubi com reflexo púrpura não muito intenso. Nos aromas as notas típicas da maceração carbônica com um frutado intenso bem evidente (cereja). Boca leve, taninos quase imperceptíveis, acidez intensa promovendo o frescor deste tinto que passaria tranquilamente por um Julienás ou Moulin-à-Vent. Final suave, excelente tipicidade. Avaliação: 89/100 pts.

Vibo - Blend de CaberneT Sauvignon e Malbec de vinhas velhas - um dos melhores vinhos da degustação, verdadeira estrela do Vale de Colchágua
Vibo – Blend de Cabernet Sauvignon e Malbec de vinhas velhas – um dos melhores vinhos da degustação, verdadeira estrela do Vale de Colchágua

Vibo Viñedo Centenario 2013 – Álcool: 13,5% – Variedades: Cabernet Sauvigon (63%) e Malbec (37%) – região: Fundo San Carlos de Cunaco/Colchágua (Tinguiririca e Chimbarongo) – preço estimado no Brasil – R$ 180 – Importador: Hannover – elaborado com videiras centenárias, utilizando-se leveduras naturais com o consequente amadurecimento do mosto durante 16 meses em barricas francesas. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso profundo, reflexo púrpura. Aberto nos aromas com notas lácteas, chocolate, especiarias, frutas negras sobre sutis notas tostadas. Na boca exibiu taninos aveludados, com a fruta negra assumindo o papel de protagonista e a madeira papel secundário, álcool generoso e acidez na medida certa promovendo intenso frescor. Muito persistente, seu final é longo e promete evoluir bem na garrafa. O grande destaque da degustação na humilde opinião deste escriba.  Avaliação: 91/100 pts.+

Errazuriz The Blen - muito melhor agora do que nas safras anteriores!
Errazuriz The Blend – muito melhor agora do que nas safras anteriores!

The Blend  2011 preço: US$ 74,50 – Variedades: Grenache (55%), Mourvèdre (28%), Syrah (10%), Carignan (5%) e Marsanne (2%) – Região: Aconcágua – álcool: 14% –Vermelho-rubi intenso profundo com borda violácea reflexo arroxeado. Perfil olfativo complexo com notas de folhas de chá, cereja, framboesa e amora revezam-se entre si secundadas por notas mentoladas, especiarias e madeira fina (cedro). Na boca taninos vibrantes, perfil gastronômico, eis que seus taninos firmes porém macios encontram anteparo na acidez típica dos vinhos do mediterrâneo. Fruta e madeira estão na mesma sintonia. Volumoso, potente, que tem nervo, fresco, elegante, redondo, largo, bem superior às versões anteriores, que demonstra razoável potencial de evolução na garrafa. Um tinto amplo, vertical, de uma excelente safra para tintos, com toques minerais e grafitados. Avaliação: 89-90/100 pts.+

Eclat 2009 - um belíssimo tinto que também brilhou na degustação
Eclat 2009 – um belíssimo tinto que também brilhou na degustação

Eclat 2009 – variedades: Carignan (65%),  Mourvédre (20%) e Syrah (15%) – álcool: 15% – Região: Vale do Maule – importador: Ravin – amadurecido durante 12 meses em barrica de carvalho francês, cor vermelho-rubi intenso, brilhante, com muita fruta vermelha no nariz entrelaçada com notas florais sobre um fundo de especiarias e chocolate. Na boca, repetiu os aromas elegantes com taninos de textura fina, acidez que faz lembrar os bons vinhos franceses do Vale do Rhône, álcool rigorosamente na medida. Vinho equilibrado que às cegas passaria por um bom caldo do Velho Continente. Persistente, elegante, de álcool integrado, é um vinho gastronômico e de muita personalidade. Avaliação: 90/100 pts.+

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Clos de Fous “Tocao” 2012 – Álcool: 14% – Variedades: Malbec, Carignan e Carménère – Região: Vale de Bio Bio – intenso na cor profunda de reflexo púrpura. Aromas florais sobre frutas negras. Potente, tânico, rústico, marcado pela madeira que no momento se sobrepõe à fruta. Mas a sua boa acidez lhe dá vida, frescor e movimento. De longa persistência, deve arredondar na garrafa. Avaliação: 88/100 pts.+

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Conclusão – 5° Tasting Wines of Chile em São Paulo 2015

A degustação revelou grandes surpresas e revelou o potencial da indústria chilena de se reinventar, eis que nos anos anteriores os vinhos degustados faziam parte do quadrilatero “Cabernet Sauvignon, Carménère, Sauvignon Blanc e Chardonnay” e desta vez foi diferente, bem diferente: atentos às novas tendências, os vinhateiros chilenos encontraram no Sul do Chile o lar ideal para variedades do Mediterrâneo, já que há muitos semelhanças entre o clima chileno e o clima de algumas regiões vinícolas da Europa. Na degustação houve de tudo: desde um tinto elaborado pelo método da maceração carbônica que às cegas certamente surpreenderia muitos Beaujolais, um inédito e promissor Verdejo chileno, um incrível blend com vinhas velhas de Cabernet Sauvignon e Malbec de um dos quartéis mais antigos de Colchágua. Ainda no segmento dos tintos, um blend do Maule com predomínio da Carignan demonstrou mais uma vez grande consistência e qualidade. Last but not least, destaco também um branco elaborado com Moscatel de um dos setores mais importantes do Vale de Itata: Guarilihue. Essa região foi visitada por este escriba em março deste ano. Ali a Cinsault localmente chamada de “cargadora” e a Moscatel que se notabiliza é a de “Alejandria” ou “Itata”. O vinho em tela já é comercializado no Brasil faz algum tempo e, por sua tipicidade, já se converteu num verdadeiro sucesso de vendas. É sempre bom lembrar que os brancos chilenos continuam avançando em qualidade. Os demais, sem exceção foram avaliados com pontuações elevadas, ou seja, os chilenos mais uma vez confirmaram as expectativas e justificaram o motivo pelo qual são os vinhos estrangeiros mais vendidos no Brasil, eis que brancos, rosados e tintos são normalmente detentores de inequívoca relação preço-qualidade e, sobretudo, confiáveis.

Chile

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