2015-09-01 15.11.49

Com uma proposta diferenciada baseada em “preços justos, serviço impecável e com uma equipe que se dedica a garimpar grandes vinhos de pequenos produtores elaborados pelas mãos de artesãos, que perpetuam a tradição familiar, e também grandes clássicos franceses a preços ultra-competitivos” e com foco nos vinhos orgânicos, nasce a importadora de vinhos franceses “Belle Cave”.  Na realidade, é a Cave Jado que volta ao mercado “sob nova direção” e em grande estilo com vinhos franceses para todos os bolsos. Os vinhos foram apresentados pelo crítico Marcelo Copello no espaço Laurent Suaudeau em São Paulo no dia 1° de setembro. A seguir nossas impressões sobre os vinhos degustados na ocasião:

O champagne Louise Brison Brut com aromas de panificação e amêndoas confirmados na boca vai custar corretos R$ 220.
O champagne Louise Brison Brut com aromas de panificação e amêndoas confirmados na boca vai custar corretos R$ 240.

Champagne Louise Brison Brut Millésime 2008 – R$ 240 – Resultado de viticultura orgânica (culture raisonée) utilizando Chardonnay e Pinot Noir em proporções iguais, é um champagne de borbulhas numerosas e pequenas. Perlage fino e intenso. Nariz com sugestões de fermento, fruta branca, algum cítrico sobre uma nota levemente tostada. Aromas de panificação e amêndoas confirmados na boca. No palato é leve, macio, de acidez delicada e refrescante. Discreta nota mineral. Redondo, intenso, longo e persistente deixa uma sensação gostosa na boca. Avaliação: 90/100 pts.+

Jean Paul Picard 2013, um Sancerre de ótima tipicidade. Crédito da imagem: vivino
Jean Paul Picard 2013, um Sancerre de ótima tipicidade. Crédito da imagem: vivino

Domaine Jean Paul Picard Sancerre 2013 – Álcool: 12,5% – Variedade: Sauvignon Blanc – Palha esverdeado límpido, brilhante. Aberto e intenso nos aromas com as notas herbáceas que caracterizam essa variedade. Depois de algum tempo uma convidativa reminiscência de flor de maracujá passou a dominar o conjunto. Paladar macio, acidez intensa sem agredir  e boa expansão e persistência, sem amargor. Um Sancerre equilibrado e fresco, de nítido acento mineral e cítrico. Avaliação: 90/100 pts.

Neste Pouilly a Chardonnay se destaca - crédito da imagem: Vivino
Neste Pouilly a Chardonnay se destaca – crédito da imagem: Vivino

Domaine de la Soufrandière Pouilly-Vinzelles “Les Quarts” 2013 – Álcool: 13% – Variedade: Chardonnay – Amarelo palha brilhante na transição para dourado. Intenso e refinado nos aromas com notas amendoadas e minerais a lembrar em alguns momentos um Mersault. Boca no mesmo diapasão, com a acidez e a leve mineralidade dando o tom. Encorpado, macio, de boa expansão no paladar, é um vinho nobre, persistente, delicado e bem acabado. Avaliação: 91/100 pts.

Domaine Galévan Côtes du Rhône “Paroles de Femme” 2012 – Álcool: 14,5% – Variedades: Grenache (60%), Mourvèdre (20%), Cinsault e Carignan com 10% cada – Preço: R$ 90 – vermelho-rubi intenso. Aromas florais (lavanda) sobre frutas negras e ligeiro terroso. Na boca, este vinho elaborado segundo os ditames da agricultura orgânica, exibiu taninos macios, uma ponta de álcool, boa acidez, corpo médio e final razoavelmente persistente, marcado pela fruta. Avaliação: 88/100 pts. 

Les Creisses "Vin de Pays DOC" 2013, blend de Syrah e Grenache com 10% de Cabernet Sauvignon
Les Creisses “Vin de Pays DOC” 2013, blend de Syrah e Grenache com 10% de Cabernet Sauvignon

Domaine des Creisses Les Creisses Vin de Pays D’OC 2013 – Álcool: 14,5% – Variedades: Syrah (50%), Grenache (40%) e Cabernet Sauvignon – Preço: 125 – Vermelho-rubi intenso com reflexo púrpura. Aromas complexos com notas florais, especiarias e uma fruta exuberante, a lembrar vinhos do Novo Mundo. Na boca, taninos macios, num perfil vivaz e intenso por conta da sua acidez pulsante. Álcool evidente e fim-de-boca com uma nota de fruta doce. Fácil de tomar, fácil de gostar. Avaliação: 90/100 pts.

Chateau de Chantegrive AOC Graves 2009 – Álcool: 13,5% – Variedades: Merlot e Cabernet Sauvignon em partes iguais – Preço: R$ 150 – vermelho-rubi brilhante com notas violácea. Nariz típico com notas mentoladas, alcaçuz, caixa de charutos sobre uma ponta de humus. Na boca, sua entrada revelou um vinho potente, expansivo, salivante, sem arestas. Álcool e acidez corretos. O fim-de-boca poderia ser mais persistente, mas terminou macio, sem aspereza. Avaliação: 89-90/100 pts.+

Château Croix de Labrie “Saint-Émilion Grand Cru” 2003 – Álcool: 13% – Variedade: Merlot – Preço: R$ 680 – A produção é pequena. Menos de 4.000 garrafas são produzidas cada ano. O Chateau Croix de Labrie é um dos últimos exemplos restantes de um “vinho de garagem”, uma tendência popular na década de 1990. A sua era tão pequena que era amadurecida na sala de estar ou na garagem dos donos. De fato, estamos diante da maior das pequenas áreas de maior prestígio de Saint-Émilion, que tem vizinhos ilustres, a saber: Château Pavie, Château Valandraud e Saint Christophe des Bardes. Atualmente, o Château Croix de Labrie segue orientação da equipe de Michel Rolland. Análise organoléptica: vermelho-rubi com nítido halo granada nas bordas. Nariz multifacetado com notas terciárias, muito couro, sous-bois, caixa de charutos sobre leve defumado. Na boca é um vinho que está no auge de sua evolução e assim permanecerá por mais cinco anos conforme observou o crítico Marcelo Copello. Não deu sinais de decadência, ao contrário, seus taninos são sedosos, macios como convém a um Merlot “in purezza”. Amadurecido durante dezoito meses em barricas novas de carvalho francês, a barrica está plenamente integrada, o sabor é rico dotado de várias camadas que revelam se tratar de um vinho maduro. Concentrado, suave e elegante, termina macio como começou. Avaliação: 93/100 pts.

Um belíssimo Sauternes encerrou a degustação. Suas pontuações não são nada desprezíveis: RP 93/100, JR 17,5/20 e WS 94/100 pts. Para um vinho acima de R$ 200, nada mau….

Château Guiraud Sauternes 2010 – Álcool: 13,5% – Variedades: Sémillon (65%) e Sauvignon Blanc (35%) – Preço: R$ 220 (375 ml) – Muito conhecido pela elevada qualidade dos Sauternes produzidos na propriedade, que tem entre seus proprietários o industrial Robert Peugeout, este Premier Grand Cru Classé en 1855 foi o primeiro da região a obter certificação orgânica. Análise organoléptica: cor típica, amarelo denso com reflexo dourado, nariz inebriante com pêssegos, damascos, frutas cristalizadas sobre um toque de mel da melhor qualidade. Na boca repete o nariz e se destaca por seu sabor amparado pelo delicioso frescor cítrico. Impressiona por sua expansão, salivação, maciez, cremosidade e frescor. Sua mineralidade não se sobrepõe à fruta; sua complexidade se expressa através de suas inúmeras camadas de sabor. Um vinho sofisticado, de longa persistência e de longa vida. Impossível não ter uma garrafinha na adega! Avaliação: 93-4/100 pts.++

Logo Blog

(Visited 676 times, 676 visits today)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *