2015-11-12 19.59.56
É rica a história da zona onde se encontra situada a Quinta de São José de Peramanca e da qual esta recebe o nome. No século II A. C. houve a  ocupação romana com a criação da Província da Lusitânia. Primeiros relatos históricos da produção de vinho na região em que se situa a Quinta de São José de Peramanca. No século XII A. C. houve a independência de Portugal do Reino de Castela, nesta altura houve um forte incentivo ao cultivo da vinha na região circundante à cidade de Évora. No século XIII D. Afonso II (1211 – 1223) manda plantar vinhas junto ao ribeiro de Peramanca, tendo descoberto um terroir único para produção de vinhos de excelência. No século XIV, a Dinastia de Aviz, elege o vinho destas terras como um dos favoritos da Corte. Na famosa crônica de André de Resende sobre o casamento do príncipe, encontra-se um relato da preferência do rei D. João II por este vinho para a boda de casamento do seu filho – vinho de “pera manca e outros bons que houvesse no concelho”. No século XV, as vinhas que circundam a cidade de Évora ganham reconhecimento junto ao poder real e da igreja, contribuindo positivamente para o desenvolvimento econômico da região de Évora até ao século XVII.

D. Manuel I no Século XVI escolhe o vinho desta região para embarcar nas caravelas com a recomendação de “ser bebido apenas pelo capitão e seus pares e constituir oferta para os povos que fossem encontrar”.

 

Século XXI – O recomeço da história –

Depois de quase um século de interrupção, João Grave decide regressar às origens produtivas desta terra e em 2003 são plantadas as primeiras vinhas, em 2005 engarrafado o primeiro vinho Pêra-Grave. Os vinhos Pêra-Grave ganham prêmios e medalhas em concursos internacionais. Atualmente a vinha está totalmente plantada, cerca de 15,5 hectares, 14 deles de uva tinta e 1,5 de branca.

 

Pêra-Grave 2012 – Blogdojeriel.jpg

 

Degustação –

Pêra-Grave Vinho Regional Alentejano 2012 – Álcool: 14% – Variedades: Cabernet Sauvignon, Syrah, Aragonez e Alicante Bouschet – importador: Clarets – Preço: R$ 126 – Vermelho-rubi intenso de média profundidade. Aromas abertos e intensos com sugestões de ameixas e amoras, notas de chocolate sobre um fundo tostado perfazendo um conjunto de grande complexidade aromática. No paladar a sua entrada revelou um vinho solidamente estruturado, potente, com taninos presentes de fina textura, álcool generoso promovendo uma sensação de doçura coadjuvado pela acidez salivante. A madeira (doze meses em barricas novas de carvalho francês e americano) está presente sem desequilibrar o conjunto, ao contrário, enriquece-o aportando gostosas notas de chocolate. A fruta sinalizada no nariz foi confirmada na boca. Enfim, um Alentejano de boa pegada com tudo no sítio certo, sem rusticidade. Termina como começou: suave, macio e sedoso. Ótima relação preço-qualidade. Avaliação: 90-91/100 pts.+

(Visited 1.062 times, 1.070 visits today)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *