No último dia 18 de novembro, quarta-feira, na sala de eventos Mistral, realizou-se degustação dos vinhos de Paolo Coppo, proprietário da histórica vinícola Coppo, que se dedica há cinco gerações à vinicultura na região do Piemonte. Na ocasião, o produtor apresentou o Barbera d’Asti Gavelli, seu vinho mais recente, elaborado sem nenhuma adição de sulfitos, entre outros grandes vinhos de seu portfólio.

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Sobre Paolo Coppo –

Coppo é o rei do Barbera, o responsável por levar essa casta ao ponto máximo com seus fantásticos tintos. Para o guia italiano Gambero Rosso, “a cada ano, esse produtor propõe uma série de rótulos de grande nível, com particular atenção à Barbera, e elaborando Chardonnays muito interessantes”. A centenária bodega está nas mãos da família Coppo há quatro gerações. Coppo é uma das quatro vinícolas de Canelli cujas históricas adegas, escavadas a mão no século XIX sob a cidade e chamadas de “catedrais subterrâneas”, foram reconhecidas com a distinção de Patrimônio Mundial pela UNESCO devido a sua espetacular área resguardada e importante testemunho da cultura e tradição de Canelli. São vinhos de estilo sofisticado e refinado, que estão sempre entre os melhores da região. O Pomorosso Barbera d’Asti, por exemplo, é considerado um dos maiores tintos da Itália e conta com uma verdadeira coleção de “tre bicchieri” do Gambero Rosso. Coppo também utiliza uvas internacionais em cortes como o do Alterego. Seus Chardonnays são muito elogiados pela imprensa especializada. Com a uva Cortese, Coppo elabora um branco aromático, repleto de camadas de notas frutadas e florais – o Gavi la Roca, “talhado em um estilo exuberante para essa variedade, mas que funciona”, segundo Parker. A Wine Spectator ressaltou seu aroma distinto e conferiu 90 pontos à safra 2011. Fonte: Importadora Mistral

http://www.coppo.it/

Os vinhos que foram degustados na prova, descritos e avaliados:

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Costebianche Chardonnay 2012 – Álcool: 12,5% – Preço: US$ 54,90 – Palha brilhante. Notas de fruta madura no paladar, leve cítrico. Boca mineral com razoável frescor. Madeira praticamente imperceptível (90% amadurecido em cuba de aço inoxidável e 10% em barrica usada). Termina medianamente persistente com um nota láctea no paladar. Boa tipicidade. Avaliação: 88-89/100 pts.

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Monteriolo Chardonnay 2007 – Álcool: 12,5% – Preço: US$ 137,50 – Amarelo dourado. Notas de baunilha por sobre a fruta tropical bem madura. Boca no mesmo diapasão. Macia sem cremosidade. Na realidade já demonstra o peso de oito anos, que se reflete principalmente no seu frescor que já deve ter sido bom. Tem mais concentração e complexidade que o anterior, mas sua acidez promove uma sensação de maciez e elegância que o Costebianche não tem, contudo, é sempre bom observar que o auge deste festejado Monteriolo já passou. Avaliação: 87/100 pts.

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Barbera d’Asti L’Avvocata 2013 – Álcool: 12,5% – Preço: US$ 42,50 – um dos Barberas mais conhecidos deste produtor, exibiu uma cor luminosa, intensa e brilhante. Sem passar por madeira seu nariz exibiu um frutado copioso sobre um fundo discretamente mentolado. Na boca, subimos um degrau. Muito macio, taninos finos e aquilo que a Barbera traz de melhor: acidez pulsante, que adiciona vivacidade ao conjunto. Termina macio, redondo e fresco. Excelente tipicidade. Não deve envelhecer porque já está no auge e não irá ganhar complexidade se ficar mais tempo na garrafa. Avaliação: 89/100 pts.

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Barbera d’Asti Camp du Rouss 2010 – Álcool: 14,5% – Preço: US$ 49,90 – vermelho-rubi intenso com halo granada em formação. Frutas negras prevalecem nos aromas. Na boca exibiu taninos presentes, boa acidez, madeira presente (80% em carvalho usado e 20% em carvalho novo) sem sobrepor-se à fruta que por sinal é bastante escassa. Um tinto encorpado, rústico, vocacionado para mesa, notadamente pratos untuosos. Um vinho que conta praticamente com uma legião de admiradores, entre os quais este escriba não se insere (seu estilo é rústico demais), mas não negamos que é uma importante expressão da Barbera! Avaliação: 87-88/100 pts.

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Barbera d’Asti Gavelli 2012 – Álcool: 14% – Preço: US$ 71,50 – Elaborado sem nenhuma adição de SO2, o projeto conta com estudos técnicos e científicos que permitiram que o vinho não oxidasse mesmo sem adição de sulfitos, o que geralmente é o maior problema entre os vinhos naturais. O resultado é um tinto fresco e aromático, capaz de expressar de maneira invejável o terroir de Canelli. É um vinho surpreendente do grande “maestro” da uva Barbera, que merece ser conhecido. Análise organoléptica: bastante concentrado na cor violácea. Perfil aromático quase unidimensional com uma nota terrosa e de fruta cozida dominando o conjunto. Depois de algum tempo surgiu uma notinha de tabaco. Paladar denso e volumoso com taninos de boa qualidade, acidez típica da variedade, acento mineral ressentindo-se de fruta, média concentração e profundidade num final seco, rústico e persistente. Avaliação: 88/100 pts.  

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Pomorosso Barbera d’Asti 2010 – Álcool: 14,50% – US$ 185,50 – Violáceo de média intensidade. A fermentação maloláctica foi feita em barricas novas e isso se percebe nas notas lácticas do olfato, ladeadas por especiarias sobre um fundo defumado. Na boca é um vinho de estrutura ímpar, com o álcool e acidez integrados. Um vinho com a pegada, o nervo típico da Barbera e que demonstra o potencial da variedade. Maduro, mineral, com dezesseis meses de passagens em barrica é um verdadeiro “Primus Inter Pares”. Não custa barato, mas sem dúvida que estamos diante de um dos mais importantes expoentes da casta em solo italiano. Avaliação: 90/100 pts.+

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Barolo 2008 – Álcool: 14% – Preço: US$ 149,50 – Com notas de frutos secos e especiarias no aroma, este nobre tinto possui um paladar elegante, encorpado, aveludado e com notas amadeiradas. Considerado por muitos o vinho dos reis e o rei dos vinhos, o Barolo é um dos exemplares italianos mais aclamados no mundo do vinho. Produzido no Piemonte e elaborado com variedade Nebbiolo, este Barolo DOCG 2008 expressa a tipicidade desse estilo ícone. Análise organoléptica:  granada límpido e brilhante. Nariz espetacular com notas florais típicas da variedade secundadas por especiarias, cogumelos e sous-bois. Boca no mesmo diapasão: macia, refinadíssima e elegante. Um vinho moderno sem perder de vista a tipicidade da variedade. Um belo Barolo de um produtor especializado em Barbera. Avaliação: 92/100 pts.+

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Luigi Coppo “Moncalvina” 2013 – álcool: 5% – Preço: US$ 47,50 –  Palha esverdeado. No nariz, notas florais (jasmim), cítricas (lima), damasco, num conjunto no qual os aromas terpênicos se destacam. No paladar a subscrição total desses aromas. Vinho fresco, equilibrado, que revela acidez menos cortante que dá mais elegância ao vinho, leve acento cítrico, boa dosagem de gás carbônico num  final adocicado de média/curta persistência. O caráter festivo deste Moscato D’Asti permite combinação com Panetone e sobremesas não muito doces. A dica de fim-de-ano da Mistral, apesar do preço elevado (R$ 282,03), se constitui de um Panettone Italiano artesanal Coppo Moncalvina e uma garrafa do Moscato d’Asti Moncalvina 2013 é bastante oportuna. Na degustação os presentes tiveram oportunidade de confirmar a felicidade proporcionada por essa tradicional harmonização, aprovada com louvor! Avaliação: 89/100 pts.

Mistral

 

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