Mike Ellis Carménère

É voz corrente que cada país produtor de vinho deve ter uma identidade vitivinícola. A oportunidade do Chile se apresenta com a Carménère, uva bordalesa que se extinguiu por completo na França em razão da praga denominada Filoxera. Antes disso, foi trazida ao Chile e amplamente cultivada, porém, descobriu-se que grande parte das plantações de Merlot eram realmente de Carménère e o Chile é um dos poucos países onde está variedade é produzida e por isso que se converteu na sua bandeira. Seus vinhos são mais escuros que os Merlots e ao ser colhida no seu ponto de madurez (gosta do clima quente), apresenta aromas de café, chocolate e terra úmida.Na boca seus taninos são aveludados e doces. Colhida antes de seu ponto de maturação seus aromas são predominantemente herbáceos, com notas de pimentão verde e na boca costuma apresentar um ligeiro amargor que lhe confere personalidade.

Carménère

Ela é cultivada em outros países, mas quando se fala em vinho de Carménère a referência é o Chile. É no vale de Colchágua que há o maior cultivo e produção de vinhos dessa varietal. Os especialistas dizem que ela se deu bem na região por causa da geografia que cria barreiras naturais como o oceano Pacífico, o deserto de Atacama e a Cordilheira dos Andes que protegem a região de pragas como a Filoxera e além disso o solo vulcânico e seco contribui para a composição de um terroir adequado à Carménère”.

Ilustração de Mike Ellis - Carménère
Ilustração de Mike Ellis – Carménère

Hoje é Dia da Carménère! A ocasião marca o 21º aniversário da redescoberta da cepa no Chile, em 1994. Até então, presumia-se que ela estivesse extinta. Vamos celebrar degustando um gostoso exemplar dessa importante variedade chilena tão consumida no Brasil!

Suas principais regiões de cultivo no Chile são: Vales de Cachapoal, Colchagua, Maule e Rapel.

Muitos críticos e sommeliers aqui do Brasil sempre torceram o nariz para a Carménère (não estamos generalizando; eis que há raríssimas exceções), mas a verdade é que essa variedade faz sucesso aqui e no exterior. O motivo decorre de que a Carménère já está “domesticada”, eis que já se passaram 20 anos da constatação do ampelógrafo francês, Jean-Michel Boursiquot, que esteve na Viña Carmen, cujo enólogo na época era Alvaro Espinoza, que constatou e depois afirmou que o “Merlot Tardio” era na realidade a Carménère. 

A seguir alguns links de textos da Carménère:

https://blogdojeriel.com.br/2013/07/carmenere-um-grande-vinho-para-a-carne-vermelha-grelhada/

https://blogdojeriel.com.br/2012/01/generalidades-dicas-uva-carmenere/ 

https://blogdojeriel.com.br/2011/12/lista-das-medalhas-de-ouro-do-3%C2%B0-concurso-carmenere-al-mundo/

E muitos outros artigos poderão ser encontrados no blog brasileiro que mais espaço dá aos vinhos chilenos, seja lá qual for a variedade, sem nenhum tipo de preconceito contra essa cepa que atualmente faz vinhos espetaculares no Chile.

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Degustação

Marques del Nevado Carménère Reserva 2013 – Álcool: 14% – Região: Vale de Lontué/Sagrada Família/Fundo Santa Ana de Peteroa – Preço: R$ 14,90 (375 ml – Supermercado Kanguru) – Violáceo intenso com reflexo púrpura nas bordas. Aromas expressivos com a fruta logo assumindo a dianteira com uma gostosa nota de groselha acompanhada por geleia de ameixa, amora, café torrado sobre uma discreta sugestão que recorda baunilha. No paladar o seu ingresso revelou um tinto balanceado, de taninos aveludados, acidez responsável pelo bom frescor e álcool integrado. O conjunto se destaca por seu frescor, num perfil quase “guloso” que tem a fruta como protagonista e a madeira como coadjuvante (doze meses de carvalho francês e americano). Fim de boca suave, harmônico, de média-longa persistência. Excelente relação preço-qualidade. Avaliação: 89/100 pts.+

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