Quinta do Mouro – VINHO DO ANO – 2015
Esta é uma estória de paixão e dedicação. Miguel Antônio de Orduña Viegas Louro, dentista de profissão, decidiu, em 1989, tornar-se produtor de vinhos, lançando-se no projeto Quinta do Mouro e tendo como ponto de partida seis hectares de vinha, repartidos pelas variedades Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Castelão. O primeiro vinho a ser lançado comercialmente foi o Quinta do Mouro 1994. Em 1998 são plantados mais oito hectares de vinha e a casta Castelão e reenxertada Touriga Nacional. Ainda nesse ano é construída a adega e criada a marca Casa de Zagalos. O sucesso alcançado acabou por determinar a expansão da área de cultivo e, em 2004, o portfólio da casa alargava-se com a marca Vinha do Mouro.
VINHO DO ANO – 2015
O consistente Quinta do Mouro Etiqueta Dourada 2009 foi o escolhido porque apesar de haver pontuado melhor outros caldos, consideramos alguns critérios para a sua escolha: a par de sua qualidade intrínseca, é um vinho que pode ser encontrado no Brasil sem dificuldade (exemplo: portal wine.com.br). Além disso, seu preço não está muito distante do praticado na sua terra natal – Portugal. Lá, custa cerca de € 70,00, que convertidos na nossa moeda resultam em pouco mais de R$ 300,00. O seu importador oficial, http://www.epice.com.br comercializa a safra 2008 em torno de R$ 500, ou seja, o Quinta do Mouro Etiqueta Dourada 2009 poderá ser comprado no Brasil por preço relativamente superior ao comercializado no seu país de origem. Outro motivo para sua indicação é porque há vinhos portugueses bem mais caros e de qualidade semelhante ou até inferior ao Quinta do Mouro Etiqueta Dourada, que se não podemos afirmar se tratar de um vinho barato, assinalamos que vale cada centavo investido na sua aquisição.
VINHO DO ANO – 2015
Quinta do Mouro 2009 “Etiqueta Dourada” – Álcool: 14,5% – Região: Alentejo/Estremoz – Variedades: Aragonês (48%), Alicante Bouschet (27%), Touriga Nacional (16%) e Cabernet Sauvignon (7%) – vinho amadurecido por 18 a 24 meses em barricas de carvalho francês novas, na taça exibiu cor retinta com reflexo violáceo e halo púrpura. Os aromas são de um vinho jovem, com frutas negras, baunilha, leve tostado, alcaçuz, mentol sobre notas alicoradas. Na boca sua entrada revela um vinho marcado pela fruta, de invejável equilíbrio de seus componentes, longa persistência e imensa profundidade gustativa. Sublime, elegante, acaricia o paladar. Destaca-se por seu frescor, proporcionado por sua acidez pujante mas na proporção certa, taninos macios, conjunto equilibrado no qual o binômio potência e elegância está em plena harmonia proporcionando grande prazer. O fim-de-boca é empolgante, longo, envolvente, aveludado, persistente, seco e sobretudo cheio de vivacidade. Pronto para beber agora ou nos próximas anos. Avaliação: 96/100 pts.++
A seguir, alguns trechos do artigo publicado no dia 30 de junho do corrente ano no portal Joli & Wine Food Activist sobre a apresentação dos vinhos da Quinta do Mouro em Lisboa ainda em 2015:
“O motivo desta, pouco habitual, mas muito saudada aparição, prende-se com a apresentação das novas colheitas, mas também – e isto só por si é um acontecimento quando se trata da Quinta do Mouro – a nova roupagem na imagem da marca. Sobre os vinhos já lá vamos, sobre a nova imagem pode dizer-se que sem perder o classicismo, os rótulos surgem subtilmente mais leves, com o nome da quinta a aparecer mais afirmativo, criando uma maior harmonia entre as várias referências. Ainda assim, os Vinha do Mouro podiam ter ido mais além. Bem sei que falamos de uma entrada de gama, mas a simplicidade dos rótulos não faz jus ao que encontramos dentro da garrafa.
O primeiro vinho foi o Quinta do Mouro da colheita de 1994, um vinho que surpreendeu pela qualidade e que se tornou de imediato uma referência para a região. Foi a partir dessa altura que começou a desenhar-se o terroir da Quinta do Mouro. Solos xistosos, um clima menos quente que em outros pontos das imediações, mais chuva e menos horas de sol, um conjunto de fatores que tornaram este um local predestinado a produzir vinhos de excelência.
Vinhos marcados pela elegância, estruturados, com os frutos silvestres a colorirem o aroma. Muito frescos, delicados, harmoniosos, complexos até nas gamas mais baixas. Uma palavra especial para o Rótulo Dourado, ex libris da casa, o luxuoso topo de gama apenas produzido em anos de excepção. A Alicante Bouschet domina, mas tem o tempero da Aragonez, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon. Este 2009, ainda a mostrar juventude nos aromas, já deixa transparecer o seu potencial, é necessária paciência e tranquilidade, à boa maneira do Alentejo.
Vinhos autênticos. Onde os métodos tradicionais, como a vindima manual, ou a pisa a pé, são práticas que não se dispensam. Esta nova imagem apenas vem reforçar o culto de um Alentejo genuíno, longe das modas e das tendências, fiel a si próprio, onde não se facilita, na preservação da autenticidade de uma região cada vez mais descaracterizada. Vinhos, portanto, que são um hino ao Alentejo”.