Sendo o lugar de origem de vinhos Carménère de fama internacional, o vinhedo Peumo – Vale do Cachapoal – tem defendido sua posição como um dos lugares mais apropriados para a produção desta variedade, tanto no Chile como no mundo. Descubra aqui o porquê.

 

Para Domingo Marchi, subgerente agrícola da Zona Rapel e quem, desde 1981, trabalha ligado a esta fazenda, o fato de que Peumo, em particular, e o Vale do Cachapoal em geral seja um lugar privilegiado para o Carménère, não é casualidade. Suas temperaturas moderadas, assim como seus dias de calor e noites mais frias, determinam a conformação de um microclima ótimo para esta variedade. “Peumo forma parte de um vale longitudinal, ou seja, um vale onde a Cordilheira da Costa é paralela à Cordilheiras dos Antes. Portanto este vinhedo se encontra protegido da Cordilheira dos Antes e, por se tratar também de um vale estreito, recebe a influência dos ventos com origem no rio Cachapoal. Tudo isso gera, em Peumo, um microclima que impede que caiam geadas na primavera e que quase não exista inverno, configurando-se assim como um lugar ideal para o Carmenere, pois é uma variedade muito delicada frente à temperaturas baixas”, explica Domingo.

O fator climático do vinhedo Peumo é muito importante, mesmo porque é o que permite que o Carménère alcance seu desenvolvimento adequado durante a época de amadurecimento. No caso desta cepa, o grau alcoólico adequado da fruta, assim como a maturidade ótima de taninos, são alcançadas em momentos diferentes e, portanto, o clima deve ser de tal modo que permita que a uva permaneça o tempo necessário no vinhedo para chegar em sua maturidade adequada.

“O grau alcoólico da fruta é alcançado aproximadamente em meados de abril, mas os taninos podem estar maduros até um mês depois”, nos conta Domingo, e acrescenta: “em Peumo, na época de frutificação – novembro – as temperaturas são muito parecidas às da colheita – maio –, portanto a planta se mantém com folhas verdes ativas e, assim, os taninos da fruta podem continuar amadurecendo até tarde, dando resultados muito suaves. Desta maneira, o clima dessa fazenda permite que os cachos permaneçam sete meses nas videiras, sendo esta a única cepa (tipo de uva) tradicional onde a uva está exposta durante tanto tempo no vinhedo”.

Outra aspecto positivo deste vinhedo é seu acesso privilegiado à água, contando com precipitações que vão dos 550 aos 600 ml anuais de água. Por isso, se em algum ano – como foi este último, em que caíram 420bml de água – não chegamos aos níveis de precipitação em que estamos acostumados, Domingo destaca que aqui isso “não é problema”.

Peumo é, junto com Pirque, um dos vinhedos mais antigos de uma grande vinícola chilena (VCT). Além de Carménère, nesta propriedade se produzem Merlot, Malbec, Chenin Blanc, Chardonnay e Cabernet Sauvignon. Suas primeiras mudas de Carménère têm aproximadamente 32 anos e dão vida a vinhos diferenciados em sua origem e merecedores de grandes prêmios de nível global.

Belén Letelier

Por Belén Letelier / 24 de Novembro de 2014 – Editora de Conteúdo

Fonte: http://www.conchaytoro.com/wine-blog/peumo-o-berco-do-carmenere/

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