No último dia 29 de março, a importadora Devinum promoveu almoço com Sofia Uva, para apresentação dos vinhos portugueses Herdade da Mingorra – Alentejo. Pela Devinum, estiveram presentes o Diretor Marc Perello e Patrícia Ayres. A seguir informações sobre o produtor e, em seguida as descrições e avaliações dos vinhos degustados:
A Herdade da Mingorra/Henrique Uva está localizada “nas terras quentes do Baixo Alentejo a escassos quilômetros da cidade de Beja, uma das mais antigas culturas vitícolas da região”. Instalada em 2004, a adega está devidamente enquadrada nos 1.400 ha numa paisagem exuberante, tal a diversidade de culturas e fauna, com várias bacias hidrográficas que funcionam como um autênticos “oásis”. Trata-se de um espaço onde a modernidade e a funcionalidade convivem, de forma indelével, com as técnicas mais tradicionais. O resultado são vinhos consistentes detentores de atraente “relação qualidade-preço”, reconhecido pela mais abalizada crítica de Portugal e dos mercados de exportação.
A relação dos vinhos degustados:
Terras D’Uva Branco 2013 – variedades: Antão Vaz, Arinto e Verdelho – Preço: R$ 67,25
Terras D’Uva Rosé 2013 – Variedade: Aragonês – Preço: R$ 67,25
Terras D’Uva Tinto 2012 – Variedades: Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet – Preço: R$ 67,25
Mingorra Colheita Seleccionada 2012 – Variedades: Trincadeira, Alfrocheiro, Alicante Bouschet e Touriga Nacional – Preço: R$ 120,50 –
Mingorra Reserva 2011 – Variedades: Touriga Nacional, Syrah e Alicante Bouschet – Preço: R$ 212 –
A seguir descrições e avaliações dos vinhos:
Terras D’Uva Branco 2013 – variedades: Antão Vaz, Arinto e Verdelho – álcool: 12,5% – Preço: R$ 67,25 – Amarelo palha intenso. Notas florais e frutadas (pêssego e frutas de caroço) predominam no perfil aromático deste branco untuoso, macio, frutado (cítrico), franco, direto, fresco, amendoado, de médio cumprimento, sem amargor, enfim surpreendente. Este vinho é uma prova incontestável da evolução do brancos portugueses. Avaliação: 89/100 pts.
Terras D’Uva Rosé 2013 – Variedade: Aragonês – álcool: 12,5% – casca de cebola brilhante, nos aromas há um predomínio das notas frutadas sobre tons florais num plano secundário. Lembra vinho fortificado tamanha sua complexidade. Fresco, flui com facilidade no paladar promovendo uma sensação agradável e prazerosa. Sofia explicou que tem menos açúcar residual para facilitar nas harmonizações. De bom corpo, apresentou sútil amargor que não maculou o conjunto. O álcool também está na medida certa. Um rosé bom para harmonização com pratos leves. Avaliação: 87/100 pts.
Terras D’Uva Tinto 2012 – Variedades: Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet – álcool: 13,5% – fechado na cor, intenso nos aromas (frutas negras), muita especiaria sobre leve tostado. No paladar é um tinto tipicamente alentejano, com taninos presentes de boa qualidade, álcool generoso sem incomodar, acidez na medida certa e boa concentração de sabor. É um vinho que tem “nervo”, crocante, saboroso, de final longo e empolgante. Avaliação: 88/100 pts.
Mingorra Colheita Seleccionada 2012 – Variedades: Trincadeira, Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional – álcool: 14% – amadurecido em barricas de carvalho francês de segundo e terceiro usos durante seis meses. Análise organoléptica: Bastante escuro na cor, violáceo com reflexo púrpura sem denotar envelhecimento. Aromas complexos, tipicamente alentejanos com frutas negras, especiarias, tostados com ampla sustentação na taça. Boca tânica (qualidade acima da média), acidez salivante, fruta presente, enfim, um vinho correto, sem excessos, prazeroso, detentor de excelente tipicidade, com um gostoso toque de madeira ao final. Avaliação: 89-90/100 pts.+
Mingorra Reserva 2011 – Variedades: Touriga Nacional, Syrah e Alicante Bouschet – Álcool: 13,5% – produzido com uvas da melhor safra do Alentejo nos últimos anos, exibiu cor violácea profunda, aromas complexos com notas florais (violetas), especiarias, tabaco sobre frutas negras. Na boca a maciez dos taninos presentes e aveludados dá o tom, gostosas notas crocantes (barrica bem colocada, doze meses em carvalho francês), acidez facilmente perceptível em harmonia, pedindo comida. A fruta aparece depois de algum tempo e sinaliza que haverá evolução na garrafa que concorrerá para o total afinamento do conjunto, que no momento já agrada, mas que premiará quem tiver mais paciência porque o potencial de guarda deste tinto é imenso. Avaliação: 91/100 pts.++
Conclusão –
Os vinhos finos “Terras d’Uva”, do produtor Henrique Uva tem o que nos oferecer. São brancos, rosés e tintos tipicamente alentejanos, frescos, frutados, com boa “pegada” bem ao estilo da região, bem conhecida dos brasileiros. Este redator já teve oportunidade de provar e aprovar alhures espumantes, brancos, tintos e até o excelente Late Harvest de Sémillon e um Tinto Fortificado do Alentejo. São vinhos que agora chegam ao mercado brasileiro pelas mãos da sólida Devinum, importadora ligada ao produtor espanhol Miguel Torres. E, qualidade não lhes falta, até porque são produzidos sob a batuta do habilidoso Enólogo Pedro Hipólyto, um dos mais competentes do Alentejo, consoante pudemos constatar em janeiro de 2014 quando de nossa viagem a essa região (infelizmente a Herdade da Mingorra não estava na programação), a de maior extensão territorial e de grande importância no contexto vinícola de Portugal. Vale à pena provar também o espetacular Vinhas da Ira, outro gigantesco tinto alentejano. E o melhor de tudo isso é que a Devinum conta com sólida distribuição em todo território nacional, de modo que para o consumidor não haverá dificuldade de encontrá-los.
