A Quinta de Foz de Arouce situa-se no Conselho da Lousã, na região das Beiras. Está rodeada pelos contrafortes das Serras da Lousã e Penela e é banhada pelos rios Arouce e o Ceira onde o primeiro deságua.
Os antigos documentos existentes na casa referem as propriedades como pertença da família desde o século XVIII, sabendo-se que algumas dependências são mais antigas, pois a primitiva casa foi por duas vezes consumida pelo fogo. A capela contígua à casa foi fundada por Breve Pontifício do Papa Benedito XIII em 24-08-1724.
A cultura da vinha conhece-se neste local desde as ocupações Visigodas da Península, como atestam várias lendas que dizem ter o Rei Arunce guardado vinho, entre outros preciosos bens, no seu castelo da Lousã.
A produção vitivinícola na quinta mistura-se com a própria história e demarcação da propriedade, sendo hoje, tal como a adega, a única que se conhece na região.
Na Quinta de Foz de Arouce, à semelhança de outras Casas da Beira, a vinha e o vinho então produzido, adquiria um papel complementar, conjuntamente com outras culturas como a produção frutícola ou animal, apenas para consumo na casa.
Foi nos anos 70, que João Filipe Osório de Meneses Pitta, ao herdar esta propriedade, descobre o potencial das vinhas, que tendo mais de 40 anos produziam vinhos de indiscutível qualidade.
Na década de 80 João Portugal Ramos entra para a família pelo casamento com a sua filha Teresa, passando a consultor e Enólogo da casa.
Introduz maior rigor na condução e tratamento vitícola e maior controle na vinificação. Inicia a fermentação de brancos em barricas e estágio também em barricas, dos vinhos tintos.
Os resultados não se fizeram esperar e em 1987 engarrafa e comercializa-se o primeiro Quinta de Foz de Arouce.
O solo é predominantemente xistoso, de características aluvionais. A colheita das uvas é manual no ponto ótimo de maturação em caixas de 15 kgs. Após o desengace total, a fermentação ocorre em tanques de inox com controle térmico. O vinho é então trasfegado para o amadurecimento em meias barricas de carvalho.
Degustação –
Quinta da Foz de Arouce 2008 – Álcool: 14% – Região: Louzã/Beiras – Variedades: Baga (80%) e Touriga Nacional (20%) – Importador: Decanter – Preço: R$ 169,70 (safra 2010) – Coloração rubi intensa com reflexo violáceo. Os aromas estão centrados nas violetas aportadas pela Touriga Nacional, secundadas por tabaco, humus sobre um fundo especiado envolto em notas de licor de cacau. No paladar a sua entrada revelou um tinto potente, de conjunto bem proporcionado, fresco, com taninos finos, boa persistência, sem arestas, com a harmonia dando o tom. Intensamente frutado, termina longo remetendo o degustador às sensações gustativas iniciais. Um vinho bem resolvido, que demonstra o inequívoco potencial da Baga, variedade capaz de produzir tintos elegantes e sofisticados como este. Avaliação: 91-92/100 pts.